𝟑𝟎.𝟐

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𝟗𝟎𝟏

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Você deveria ir agora.

"O quê?" A voz de Charles soou baixa, quase um sussurro, carregando uma vulnerabilidade que Max raramente presenciava.

A confusão e a mágoa pesavam em cada sílaba, como se aquela frase tivesse lhe arrancado o chão.

Era como se algo dentro dele tivesse se quebrado. O sexo, que já parecia vazio, uma tentativa de preencher lacunas que nunca desapareceriam, agora só deixava cicatrizes mais profundas.

Charles sempre acreditou que, sendo obediente, cedendo aos caprichos de Max, encontraria alguma paz, mas a realidade o golpeava com frieza. Isso nunca seria suficiente.

Ele respirou fundo, lutando contra as lágrimas que insistiam em surgir, mas o esforço parecia inútil.

Ainda assim, conseguiu reunir forças para se erguer, envolvendo o corpo nos lençóis, buscando uma proteção que sabia ser mais simbólica do que real.

Quando finalmente ergueu o olhar, encontrou o de Max desviado, como se o peso do momento fosse insuportável até para ele.

"Se não podemos mais ficar aqui... Você pode vir comigo." A proposta saiu como um sussurro inocente, tingido de esperança e desespero.

A voz de Charles vacilava, entrecortada por soluços que ele mal conseguia conter, mas ainda carregava a sinceridade de quem estava disposto a lutar por algo que acreditava valer a pena.

Algo havia mudado em Max durante a noite, e Charles simplesmente não conseguia lidar com a escuridão em que fora deixado.

Uma semana atrás, eles estavam trocando beijos suaves, mapeando os corpos um do outro com uma intimidade que parecia inquebrável.

Agora, o simples ato de Max olhar para ele parecia impossível.

Charles não podia aceitar que todas aquelas noites entrelaçadas, cheias de paixão e risos abafados, fossem descartadas como se nunca tivessem significado nada.

Será que a liderança no campeonato realmente custara a Max tudo o que sentia por ele?

Charles lutava para afastar seus piores medos, mas a realidade parecia se impor com uma crueldade esmagadora.

Ele se levantou, o frio da manhã o envolvendo enquanto procurava suas roupas. Cobriu o corpo com pressa, sentindo-se sujo em um nível que roupas limpas não poderiam resolver.

"Max, o que está acontecendo?" Sua voz quebrou sob o peso da emoção, os olhos brilhando com lágrimas não derramadas.

Ele tentou resistir, mas o nó em sua garganta se tornou insuportável. As lágrimas começaram a cair enquanto ele enterrava o rosto nas mãos, os soluços escapando de forma irreprimível.

"Você me deixou ali deitado, sem nem me beijar... Como se eu não significasse nada para você. Agora você nem consegue me olhar. Estou com medo." Cada palavra estava carregada de vulnerabilidade, sufocada pelo desespero. "Eu preciso estar perto de você, por favor."

Max, que estava vestindo a camisa após fechar as calças, parou abruptamente. Ele se virou para encarar Charles, os olhos se estreitando.

"O quê?" Sua voz saiu com uma carranca dura, como se Charles tivesse dito algo absurdo.

Havia um desgosto visível em seu rosto enquanto puxava a camisa sobre a cabeça, ajustando-a com movimentos rápidos e impacientes.

"Você pode parar com essa besteira agora." Sua voz era fria, afiada. "Eu sei de tudo."

𝐀𝐝𝐫𝐞𝐧𝐚𝐥𝐢𝐧𝐞: 𝐀 𝐋𝐞𝐬𝐭𝐚𝐩𝐩𝐞𝐧 𝐒𝐭𝐨𝐫𝐲Onde histórias criam vida. Descubra agora