Fatos do destino

Não fala nada.

São oito e quarenta e cinco e eu fechei a academia. Ando alguns quarteirões até chegar no beco que tinha Dean tinha falado. Lá estão ele, Bobby, Matt e Dylan. Conheço todos eles, estão sempre com Dean ou onde tem dinheiro alto.

-Chegou meu brother. -disse Dean e me abraçou. Me solto e ele fica sério. -Revisando o plano, é jogo rápido hein. Não tem ninguém na academia. Dylan vai abrir a porta da frente com no cadeado, Bobby abre a fechadura de dentro. Matt e Kevin ficam de olho pra ve se não vêm ninguém e eu pego o quadro. E saímos fora.

-Tem certeza que esse quadro vale a pena? -pergunta Matt.

-É arte contemporânea lezado. Tenho um compradornespecial que está disposto a pagar um milhão nele. Tá bom pra você?
Matt não responde só concorda.

Tudo está conforme combinado, estamos do lado de dentro já. Vou pro lado direito e Matt pro esquerdo. Tem algumas salas vazias e tudo parece tranquilo e escuro até que eu escuto um barulho. Saco a arma das costas e vou em direção a ultima porta.
Abro devagar, o lugar está vazio, acendo a luz e vejo que tem espelhos, uma barra que se estende pela parede. Tem uma porta pequena ao fundo, resolvo ir ver.
Encontro alguém abaixando atrás de uma armário.
- Não me machuca! -ela fala quando acendo a luz. Eu conheço aquela voz, meu coração parece saltar.

-Fala baixo. -eu digo me aproximando.-Ou melhor não fala. - nesse momento ela me olha, estou abaixando na frente dela e o primeiro impulso dela é gritar mas a impeço colocando minha mão na sua boca. -Eles não podem saber que você está aqui.

-Kevin o que você faz aqui? Porque voxe invadiu a academia da minha mãe? O que você quer daqui?

-Não sou eu. Agora não posso falar nada. Continua ai, e não faça barulho. Eu vou pra lá e vamos embora. Daqui meia hora você sai.

-Quem são eles? Não estou entendendo nada. Você trabalha naquela academia não é ladrão, ou é?

Não respondo, me levanto e antes de fechar a porta, falo:
-Lara, confia em mim e não faz barulho.

Desligo a luz fecho a porta. Estou prestes a sair da sala quando Dean aparece.
-O que faz aqui? Tá todo mundo te procurando.

-Estava vendo se tava tudo vazio, não queria sair encontrar a Polícia de surpresa na porta.

-Já falei ta tranquilo. Não tem ninguém aqui.

-É pelo jeito não.-olho pra porta, torcendo pra que Lara não saisse, aquilo era um pesadelo do qual ele queria acordar, logo!

Chegou em casa e Kim ja estava dormindo. Não tinha sono, fiquei a noite inteira em claro vendo a cena de Lara encolhida com medo. Não era pra estar ali, não era pra ela estar ali. Não era pra isso ter acontecido.

...

Lara

Eu tinha ficado ensaiando até tarde pois no outro dia não viria na parte da manhã. Já estava saindo quando vi alguém mechendo na porta, várias vozes vieram de la e eu entrei meu primeiro impulso foi pra correr pro banheiro mas la seria meio obvio, então fui até a última sala e fiquei na sala de limpeza atrás do armário de panos. Eu estava em pânico,eu ia morrer. Pior e se Jade chegasse e resolve-se subir. Tinha combinado de dormir na casa dela. Seriam duas mortas.

De repente meu celular apita.

"Vou me atrasar meia hora amiga. Me espera ai. "

Pelo menos eu morreria sozinha.

Ouço o barulho da porta abrindo e abaixo a cabeça entre as pernas, quando as luzes se acendem e um ser aparece na minha frente eu reconheço a voz, mas não poderia ser. Kevin estava invadindo academia. Todos os meus sentidos gritam em alerta e ele fala pra eu não dizer nada mais eu quero gritar, só pode ser um pesadelo. Ele me impede de fazer isso mas eu continuo incrédula e paralisada. E fico assim até Jade até Jade chegar.

-Lara? Tá tudo bem?

-O que eles levaram?

-Eles?

Eu levanto e saio olhando tudo, cada detalhe até chegar na sala da administração.

-O quadro. -disse parada olhando pra parede vária atrás da cadeira onde minha mãe costumava ficar sentada.

-Que quadro? Aquele monte de rabisco que ficava pendurado? Na minha opinião ficou mehor sem.

-Aquele "monte de rabisco" vale muito no mercado da arte. -disse contendo minha fúria. -Minha mãe ganhou a obra após uma apresentação em Londres. Na época não valia nada mas depois Julie Mehretu ficou famosa e mesmo valendo muito minha mãe não se disfez. -dizia que era uma lembrança de sua vida no palco, nunca se desapegaria. - Tem noção de como ela vai ficar quando souber disso?

Jade estava de boca aberta e com os olhos arregalados.

Mas nada se compara a expressão da minha mãe quando ela chegou pra ver. Ela não tinha acreditado por Telefone e veio até na academia brigar comigo pela péssima brincadeira. Só tinha um detalhe não era brincadeira.

...

O dia amanheceu, Minha mãe chamou a polícia mas a verdade é que nem eles sabiam o que fazer. Ninguem mais hoje em dia roubava quadros, todos os valiosos estavam em museus mais protegidos que o presidente.
Minha mãe olhava pra parede branca sem acreditar até agora. Eu tinha saído do meu estado de choque e agora estava com raiva.
Chamei a Jade em um canto, ela estava com muito sono e tinha cochilado no sofá de espera.
-Preciso que me leve em um lugar.

-Onde?

-Um lugar, não pode fazer perguntas. E ai vai me levar?

-Tá né. Mas só da tempo de te deixar porque já estou atrasada pro trabalho.

-Vamos. -peguei minha bolsa e sai. Minha mãe não ia perceber minha ausência até eu voltar.

Parei na frente da academia do Charles.

-Vai fazer aula de boxe também?

-Jade, sem perguntas!

-Calei. -ela disse e eu saí do carro.

Cheguei no balcão e encontrei Kevin mexendo nas fichas dos alunos.

-Devolve!
Ele se assusta e olha pra mim, seus olhos se arregalar e ele não tem palavras.

-Devolve o quadro que você roubou da minha mãe! Ou eu vou contar pra polícia que eu vi você.

-Calma Lara! - Ele diz e se levanta pra me olhar nos olhos- Não posso te devolver, porque não fui eu que roubei, assim como se falar pra policia eles nao vao achar nada. Não está comigo, eu não roubei nada.

-Você estava lá.

-Sim. Mas não roubei nada.

Eu faço silêncio e o encaro. Eu estava furiosa, eu mataria alguém fácil. Mas uma lágrima escorre no meu rosto. Isso era um pesadelo, eu queria acordar.

-Então você é um ladrão?!

- Eu disse que não era seu herói.