Lara
-É sério que você ta convidando sua mãe pra uma viagem na praia com seu namorado? Ou você me ama muito ou o problema é com ele.-disse minha mãe assim que comuniquei que iríamos viajar no final de semana.
-Mãe, primeiro que o Kevin não é meu namorado. Segundo que não te entendo,primeiro você reclama de só ficar em casa, quando digo que vamos viajar você se recusa. E terceiro mas não menos importante, é a viagem de aniversário da irmã dele, nada de casal em praia paradisíaca como no seus planos.
-Você acha que me engana Lara, eu sou sua mãe a vinte um anos. Está mais que claro, ta transparente sua relação com esse menino, você pode negar quantas vezes quiser. E apesar de eu gostar dele, não acho que seja o melhor pra você mas eu ja pedi desculpas por tentar dirigir sua vida, não vou fazer de novo.- Ela disse com a respiração ja acelerada. - É por último eu não recusei, acho que nem teria como ja que você está ligada a mim agora.
E é nessas horas que a genética a manifesta, esse gênio irredutível, essa sensação de que me atrapalha em tudo e principalmente o drama. Eu tinha todas essas características mas a última com certeza se sobressaía.
-Ótimo, vamos no médico amanhã e iremos sair daqui na sexta a noite.
Ela não respondeu, só assentiu.
-Mãe, se você nao quiser ir é só me falar, eu dou um jeito.-insisti.
-Claro que eu vou, e ainda vou poder provar que vocês estão me escondendo algo.
Minha mãe era cômica as vezes.
Namorando? Eu e Kevin? Acho que não. Sorri quando ela voltou a olhar pra TV. Mesmo que a gente tivesse alguns contatos aparentes de anti-solidão e pura carência minha. Acho que relacionamento só mesmo a amizade colorida, como a Jade insistia em chamar.
...
O médico fez algumas exigências mas autorizou nosso fim de semana em quase família.
A sexta logo se aproximou e Kevin trouxe a mala dele na quinta a noite pra colocar no carro ja. Eu fiquei de buscar a sua irmã e o amigo dela na sexta a tarde.
"Kimberly, estou chegando na sua casa , me espera do lado de fora. Beijos Lara."
Eu avistei ela de longe assim que o GPS avisou que estavamos na rua que Kevin falara.
-Oie! Bom te ver de novo Kimberly.
-Oi, mas uma vez muito obrigada você é a melhor namorada.. ops, amiga que meu irmão já teve.- Ela falou envergonhada após o "erro", mas não durou muito. -Mas vamos ter que acertar algo desde agora.
Eu assento, sua cara era séria e me preocupou.
-Você tem que parar de me chamar de Kimberly! - ela disse enfática e eu ri e ela também apesar de tentar ficar séria.- Meus amigos mal sabem meu nome e que nome é esse né, Kimberly-ela disse desenhando o nome no ar - Minha mãe escolheu pra acabar com minha vida social.
A essa altura eu ja ria muito de seu discurso.
-Então como quer que te chame?
-Kim, Kime, irmã do Kevin ou até de cunhadinha mas por favor apaga Kimberly da sua memória. -sua euforia era tanta que nem percebeu o que falou e eu decidi não corrigir.
-Ok KIM!-enfatizei.-Vamos?
Ela sorriu e pegou sua mala que já estava na porta.
Quando finalmente conseguimos colocar a mala de uma tonelada dela no porta mala, quem diria que uma adolescente teria tanta coisa pra levar, ouvimos uma voz atrás de nós.
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Fatos do destino
RandomKevin cresceu na periferia, de tudo que podia ser aprendeu com seu irmão que a vida não era justa por isso roubavam para equilibrar as suas vidas. Quando seu irmão morre ele se vê diante de uma promessa que promete mudar sua vida.