𝗈 𝗉𝖾𝖼𝖺𝖽𝗈 𝖾𝗇𝗍𝗋𝖾 𝗇𝗈́𝗌
Ela era perfeita. Demasiadamente pura para este mundo, com a pele pálida como porcelana, os traços suaves e finos de um anjo. Seu cabelo loiro claro caía em ondas angelicais, quase luminoso à luz da manhã, enquanto seus olhos refletiam uma inocência que me irritava e, ao mesmo tempo, me fascinava. Beatrice era a encarnação da pureza que eu fui enviado para destruir.
Mas eu sabia que, sob aquela superfície imaculada, algo mais esperava para ser libertado. Algo que só eu poderia trazer à tona. Desde o primeiro momento em que a vi, um arrepio percorreu minha espinha, e soube que era ela. O alvo. A peça central no meu jogo sombrio.
Meu papel aqui não era apenas o de corrompê-la, mas fazê-la minha de um jeito que ela nunca poderia imaginar. Beatrice era o oposto do que eu representava. Onde eu carregava a escuridão, ela irradiava pureza. Onde minhas intenções eram perversas, ela era casta, ingênua. E isso tornava a tarefa ainda mais sedutora.
Por dias, eu a observei em silêncio. No convento, nos corredores, na capela. Suas mãos unidas em prece, os lábios sussurrando orações, o modo como ela se movia com uma graça quase etérea. Ela não sabia, mas eu estava sempre por perto, sempre olhando, sempre a desejando. O cheiro suave de canela do meu cigarro misturava-se com a fragrância dela, um doce perfume de castidade que me provocava. Era uma necessidade crescente, um desejo insuportável de quebrar aquela inocência.
Convidei-a para sair. Claro, nada mais do que um simples convite — "Vamos comer algo fora do convento", dissera. Beatrice hesitou, com aquele sorriso tímido, mas no fundo, eu sabia que ela estava curiosa. Havia uma atração entre nós, mesmo que ela não admitisse. Um fio invisível que a puxava em minha direção. E eu, é claro, planejava enredá-la até que não houvesse escapatória.
Chegamos à lanchonete, um lugar pequeno e discreto no centro da cidade. Ela olhou ao redor, como se estivesse fora de lugar, o que, de certa forma, estava. Uma jovem freira em um ambiente mundano. O contraste era delicioso. Sentei-me diante dela, observando cada detalhe — a forma como suas mãos repousavam nervosamente sobre a mesa, como seus olhos evitavam os meus, como se estivesse tentando proteger algo dentro de si.
── Como você está, Beatrice? ── minha voz saiu calma, quase gentil, mas havia uma intenção oculta ali. Eu queria penetrar suas defesas, explorar o que havia por trás daquela máscara de pureza.
Ela ergueu os olhos para mim, um leve rubor colorindo suas bochechas. ── Estou bem, padre. ── as palavras saíram hesitantes, como se ela não soubesse ao certo o que sentir na minha presença. O que, claro, era exatamente o que eu desejava. Confusão, desejo e medo. Tudo misturado.
O garçom trouxe nossas bebidas, e a conversa foi leve no início. Ela falou sobre o convento, sobre suas responsabilidades, mas meus pensamentos estavam muito longe disso. Meus olhos fixavam-se nos movimentos dela, cada gesto pequeno parecia intencionalmente provocante. Não que ela soubesse, é claro. Ela era pura demais para perceber o impacto que tinha em mim. Mas eu estava ali para mudar isso.
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𝒞𝐎𝐑𝐑𝐔𝐏𝐓٫ 𝒄𝒉𝒂𝒓𝒍𝒊𝒆 𝒎𝒂𝒚𝒉𝒆𝒘
Fanfiction𝒞𝐎𝐑𝐑𝐔𝐏𝐓 ㅤㅤ⎧♱ ㅤ❛ 𝘝𝗈𝖼𝖾̂ 𝗌𝗈𝗎𝖻𝖾 𝗊𝗎𝖺𝗇𝖽𝗈 𝗆𝖾 𝖾𝗌𝖼𝗈𝗅𝗁𝖾𝗎 𝘌𝗎 𝖾𝗋𝖺 𝗇𝖺𝖽𝖺 𝖺𝗅𝖾́𝗆 𝖽𝖾 𝖼𝗈𝗆𝗎𝗆 𝘌 𝖺𝗀𝗈𝗋𝖺 𝗈 𝗏𝖾𝗇𝗍𝗈 𝖾𝗌𝗍𝖺́ 𝗌𝗈𝗉𝗋𝖺𝗇𝖽𝗈 𝘓𝖾𝗆𝖻𝗋𝖺𝗇𝖽𝗈 𝗏𝗈𝖼𝖾̂ 𝖽𝗈 𝗊𝗎𝖾 𝗏𝗈𝖼𝖾̂ 𝗌𝖺𝖻𝖾 𝘝𝗈𝖼�...