❪ 𝟏𝟏 ❫ ℒ𝑨𝑽𝑬𝑵𝑫𝑬𝑹 𝒮𝑴𝑬𝑳𝑳

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𝖼𝖺𝗅𝗆𝖺𝗋𝗂𝖺

O som da chuva havia desaparecido, mas a tempestade dentro de mim permanecia

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O som da chuva havia desaparecido, mas a tempestade dentro de mim permanecia. Cada passo que eu dava pelos corredores do convento era um lembrete da noite anterior, da maneira como ela tremia, da forma como sua inocência reluzia, mesmo na escuridão.

Beatrice... O nome dela parecia uma prece e um veneno de cobra ao mesmo tempo.

Eu caminhei em silêncio, os olhos atentos a qualquer sinal de sua presença. Não a vi naquela manhã, mas isso era esperado. Depois do que aconteceu, ela certamente estaria fazendo de tudo para evitar o inevitável encontro.

Sorri, lembrando-me da forma como ela havia corrido, como sua respiração estava ofegante quando a alcancei. Era um jogo para mim, e ela era o prêmio que eu sabia que conquistaria em breve.

Ao virar um corredor, encontrei Megan, outra das jovens freiras, uma distração temporária. Ela me olhou com olhos arregalados, e eu pude ver o temor e a admiração misturados ali. Mas não era ela quem eu queria.

── Padre Charlie. ── ela murmurou, fazendo uma reverência respeitosa.

Eu acenei com a cabeça, forçando um sorriso polido. Ela murmurou alguma coisa sobre o almoço antes de seguir seu caminho, e eu continuei o meu, sem parar. O verdadeiro jogo era com Beatrice, e era dela que eu precisava.

Finalmente, senti aquele cheiro suave de lavanda que sempre a acompanhava. Ela estava perto. E desta vez, não seria tão fácil para ela escapar.

O cheiro suave de lavanda me guiava como uma pista invisível, uma trilha que eu seguia com precisão calculada. Meus passos ecoavam pelo corredor silencioso, e a expectativa se misturava com uma excitação que eu raramente permitia que tomasse conta de mim. Mas, com Beatrice, tudo era diferente. Ela despertava algo em mim que eu mal conseguia conter. E eu nem queria.

Dobrei o último corredor, e lá estava ela, parada diante de uma janela, seus olhos perdidos no horizonte. O sol daquela manhã parecia iluminar seus cabelos loiros amarrados no véu de maneira quase divina, e eu senti a respiração prender por um momento. Ela era angelical demais para este mundo, mas era exatamente isso que a tornava ainda mais... desejável.

Parei a uma curta distância, observando-a sem dizer nada. Era quase um ritual, essa forma de admirá-la sem que ela soubesse. Mas ela sentiu minha presença desta vez. Vi seu corpo se enrijecer e, lentamente, ela virou-se, seus olhos encontrando os meus. Eles estavam mais cautelosos do que nunca, como se ela soubesse que eu trazia perigo. E ela estava certa.

── Padre Charlie. ── ela disse, sua voz carregada de um respeito forçado, mas com uma tensão que eu podia saborear.

── Beatrice. ── respondi, o sorriso malicioso tocando meus lábios enquanto me aproximava lentamente. ── Não esperava vê-la aqui tão cedo. Está tudo bem?

Ela deu um passo para trás, encostando-se na parede como se precisasse se proteger. Havia algo quase cômico na forma como ela tentava manter a compostura, mas não adiantaria. Não comigo.

── Estou bem, sim. Apenas... refletindo. ── respondeu ela, os olhos fixos no chão, evitando o meu olhar.

── Refletindo sobre o que, irmã? ── perguntei, minha voz baixa e propositalmente suave. Queria que ela sentisse o perigo nas minhas palavras sem que fosse explícito. ── Sobre a noite passada?

Seus olhos se arregalaram por um momento, a surpresa estampada em seu rosto. Ela não esperava que eu fosse tão direto. A tensão entre nós era palpável.

── Não... ── murmurou, virando o rosto, tentando esconder o rubor que subiu em suas bochechas. ── Não foi nada. Apenas... um mal-entendido.

Eu ri suavemente, dando mais um passo em sua direção. Agora estávamos muito próximos, e eu podia sentir a energia que irradiava dela, uma mistura de medo e algo mais que ela provavelmente nem entendia.

── Não acho que foi um mal-entendido. ── sussurrei, inclinando-me levemente, forçando-a a olhar para mim. ── Acho que você sabe exatamente o que aconteceu, Beatrice. E, mais importante, acho que sabe que não pode fugir disso.

Ela piscou, engolindo em seco, visivelmente desconfortável. Mas não era só desconforto. Eu podia ver o conflito em seus olhos. Algo dentro dela estava se debatendo, e era isso que eu estava alimentando. Esse turbilhão de emoções que a fazia questionar quem era.

── Eu não sei do que está falando, padre. ── Sua voz soava mais baixa, quase um sussurro.

── Ah, sabe sim. ── provoquei, meu tom sedutor e firme ao mesmo tempo. ── Sabe que eu a vejo, anjinho. Sabe que estou sempre por perto, observando. E sabe que isso a perturba. Não é verdade?

Ela mordeu o lábio inferior, claramente lutando contra as palavras que eu estava forçando a sair. Mas, no fundo, ela sabia que eu estava certo. Ninguém nunca olhou para ela como eu olhava. Ninguém nunca a fez questionar sua própria santidade como eu fazia.

── Eu... eu preciso ir. ── ela disse de repente, sua voz trêmula, enquanto se afastava rapidamente, quase tropeçando em seus próprios pés.

Eu sorri, sem fazer qualquer movimento para impedi-la. Sabia que ela tentaria escapar, mas era inútil. O jogo estava apenas começando, e Beatrice... ela era o prêmio final. Não importava o quanto resistisse, o quanto tentasse se agarrar à sua inocência, ela já estava presa na minha teia.

Quando ela desapareceu pelo corredor, fiquei ali por mais alguns segundos, saboreando o momento. Havia algo de irresistível em vê-la lutar contra a própria natureza, e eu sabia que, no final, ela cederia. Todos cedem.

Então, me virei e segui em direção à capela. O tempo estava a meu favor.

 O tempo estava a meu favor

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゜゜・  ・゜゜・.

Boa tarde migas🤍🤍

Capítulo de hoje bem simples
só para vocês não brigarem
comigo kkkkkkkkkkkk

𝒞𝐎𝐑𝐑𝐔𝐏𝐓٫ 𝒄𝒉𝒂𝒓𝒍𝒊𝒆 𝒎𝒂𝒚𝒉𝒆𝒘Onde histórias criam vida. Descubra agora