𝗐𝗁𝖾𝗇 𝗒𝗈𝗎 𝗄𝗇𝗈𝗐, 𝗒𝗈𝗎 𝗄𝗇𝗈𝗐
O céu estava nublado naquela manhã, uma manta cinzenta cobrindo o convento e toda a cidade ao redor. Não chovia, mas a névoa no ar era espessa, como se o próprio dia estivesse preso entre a luz e a escuridão. Beatrice andava pelo jardim, absorta em seus pensamentos, tentando afastar as lembranças perturbadoras que haviam a assombrado desde a noite anterior.
Seus dedos tocavam as pétalas da rosa quase seca, a suavidade dela contrastando com os espinhos ocultos. Havia algo de pacífico naquele gesto, um pequeno consolo em meio à confusão que preenchia seu coração. Mas seu momento de paz foi interrompido por passos suaves se aproximando. Ela não precisou se virar para saber quem era; havia aprendido a reconhecer a presença dele mesmo sem ver.
── Beatrice... ── a voz de Charlie era suave, quase um sussurro. Ela sentiu seu estômago apertar, a mistura de emoções complicadas que ele trazia consigo a cada palavra que proferia.
Ela respirou fundo antes de se virar para ele. Charlie estava ali, parado com uma expressão séria, mas com um brilho suave em seus olhos, como se um peso o tivesse deixado. ── Eu... vim para me desculpar. ── disse ele finalmente.
Beatrice ficou surpresa. As desculpas de Charlie não eram comuns; ele sempre a tratava com uma mistura de arrogância e ternura que a deixava constantemente em dúvida. Mas ali, naquele momento, ele parecia... diferente.
── Por tudo o que fiz. ── continuou ele, aproximando-se um pouco mais, suas mãos enlaçadas na frente do corpo. ── Sei que a confundi, que a fiz sentir coisas que talvez... não deveria.
Ela desviou o olhar, encarando a rosa, sem saber ao certo como responder. ── Você... você sabe que me magoou, Charlie. Eu tentei entender, mas é difícil.
Ele deu um passo à frente, até que estava próximo o suficiente para que ela pudesse sentir o calor de sua presença, apesar da frieza do ar ao redor. ── Eu sei. E quero consertar isso. Prometo que... não vou te fazer mal.
A voz dele era firme, mas havia uma hesitação, como se houvesse algo que ele não pudesse controlar, algo que o mantinha preso a ela de uma forma inexplicável. Beatrice o encarou, tentando ler além do que ele dizia. Havia sinceridade em seu rosto, mas as dúvidas ainda pairavam em sua mente.
── E se... ── começou ela, a voz quase tremendo. ── E se houver algo em você que eu não consiga aceitar? Algo que eu não entenda?
Charlie segurou sua mão, os dedos dele frios contra a pele dela, mas o toque foi reconfortante. ── Então, vou dar tempo para que me aceite. Vou esperar até que esteja pronta para ver quem sou.
Aquela promessa a tocou de uma forma inesperada. Havia algo de gentil em Charlie naquele momento, algo que ela queria desesperadamente acreditar que fosse verdadeiro.
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𝒞𝐎𝐑𝐑𝐔𝐏𝐓٫ 𝒄𝒉𝒂𝒓𝒍𝒊𝒆 𝒎𝒂𝒚𝒉𝒆𝒘
Fanfiction𝒞𝐎𝐑𝐑𝐔𝐏𝐓 ㅤㅤ⎧♱ ㅤ❛ 𝘝𝗈𝖼𝖾̂ 𝗌𝗈𝗎𝖻𝖾 𝗊𝗎𝖺𝗇𝖽𝗈 𝗆𝖾 𝖾𝗌𝖼𝗈𝗅𝗁𝖾𝗎 𝘌𝗎 𝖾𝗋𝖺 𝗇𝖺𝖽𝖺 𝖺𝗅𝖾́𝗆 𝖽𝖾 𝖼𝗈𝗆𝗎𝗆 𝘌 𝖺𝗀𝗈𝗋𝖺 𝗈 𝗏𝖾𝗇𝗍𝗈 𝖾𝗌𝗍𝖺́ 𝗌𝗈𝗉𝗋𝖺𝗇𝖽𝗈 𝘓𝖾𝗆𝖻𝗋𝖺𝗇𝖽𝗈 𝗏𝗈𝖼𝖾̂ 𝖽𝗈 𝗊𝗎𝖾 𝗏𝗈𝖼𝖾̂ 𝗌𝖺𝖻𝖾 𝘝𝗈𝖼�...