❪ 𝟐𝟐 ❫ ℰ𝑷𝑰𝑳𝑶𝑮𝑼𝑬

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𝖺𝖽𝖾𝗅𝗅𝗂𝗇𝖾 𝗆𝖺𝗒𝗁𝖾𝗐

A luz filtrava-se suavemente pelas janelas do convento, iluminando os corredores silenciosos que uma vez haviam sido cheios de risos e oração

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A luz filtrava-se suavemente pelas janelas do convento, iluminando os corredores silenciosos que uma vez haviam sido cheios de risos e oração. Adelline Mayhew, com seus cabelos loiros claros e olhos escuros que pareciam abrigar um mistério profundo, caminhava ao lado de Lois, agora mais velha, ainda exibia a mesma determinação e calor que Adelline sempre conhecera.

Elas estavam ali para visitar Megan, que havia se tornado uma figura maternal na vida de Adelline desde que ela era um bebê. Enquanto caminhavam, Adelline olhava com curiosidade para os detalhes do convento, como se buscasse entender as sombras que haviam moldado sua vida.

── O convento é ainda mais bonito do que eu lembrava ── Adelline disse, olhando em volta. Sua voz era suave, quase reverente, enquanto explorava o ambiente que carregava a herança de sua mãe.

Lois sorriu, um misto de tristeza e alegria em seu olhar. ── Este lugar sempre teve um significado especial para sua mãe. Ela encontrou paz aqui, mesmo em meio ao sofrimento.

Após os eventos trágicos que levaram à morte de sua mãe, Beatrice, e a Charlie, Adelline cresceu sob os cuidados de Lois e Megan. Elas eram suas mães, suas protetoras.

── Ela ainda está cuidando dos jardins. ── Lois comentou, apontando para uma janela onde Megan estava trabalhando entre as flores. ── Acho que ela ficaria feliz em te ver.

Adelline sorriu, mas algo em seu coração pesava. Ela não sabia muito sobre o amor trágico de seus pais; apenas as versões suavizadas que Lois e Megan contavam, e havia sempre uma dor palpável em suas vozes quando falavam de Beatrice e Charlie. O nome de sua mãe era um sussurro reverente entre as duas.

As três mulheres conversaram, relembrando as memórias que flutuavam como sombras ao seu redor. Megan, embora envelhecida, ainda exibia um brilho de força e resiliência, um farol de esperança em tempos sombrios. Adelline ouvia atentamente as histórias, mas a curiosidade de saber mais sobre sua mãe a impulsionou a se afastar das duas, desejando explorar o convento sozinha.

Ao percorrer os corredores, ela sentiu um chamado, uma atração inexplicável, que a conduziu até a ala dos dormitórios. Quando avistou a porta no final do corredor, seu coração disparou. A placa pendurada dizia "Irmã Beatrice" em letras delicadas, ao lado de várias assinaturas e homenagens que adornavam a porta. Aquela era a porta que levava ao quarto de sua mãe, o lugar onde tudo começou e terminou.

Adelline hesitou, a mão tremendo levemente ao tocar a maçaneta. Uma onda de emoções a inundou: tristeza, amor e um desejo profundo de entender quem Beatrice realmente era. Ela empurrou a porta, que se abriu com um rangido suave, revelando um quarto arrumado e silencioso, como se o tempo tivesse congelado ali.

Enquanto explorava o espaço, seus olhos se fixaram em detalhes que falavam de uma vida passada. A decoração era simples, mas cheia de toques pessoais, como a pequena estante repleta de livros e a mesa de trabalho com anotações e desenhos. Cada item parecia contar uma história, uma história que Adelline ansiava para ouvir.

Foi então que, em um canto, algo chamou sua atenção. Uma rosa seca e acabada, tão delicada e bela em seu estado de decadência, repousava ao lado de uma carta amarelada. Ela se aproximou, sentindo seu coração acelerar. Sabia que a rosa tinha uma história — a história de um amor que não deveria ter existido, mas que tinha florescido de qualquer maneira.

A carta estava endereçada a Beatrice, e a curiosidade a consumiu. Com dedos trêmulos, Adelline pegou a carta e, ao desdobrá-la, viu que nunca tinha sido lida. A caligrafia de Charlie era elegante e fluída, cada letra parecendo conter uma carga de emoção. Ela respirou fundo e começou a ler.

"Querida Beatrice,

Estar com você foi a experiência mais bela e ao mesmo tempo mais dolorosa da minha vida. Você era o meu anjo, e eu sempre soube que nosso amor não era simplesmente uma questão de carne e desejo. Era algo mais profundo, algo que transcende o que podemos compreender.

Eu não havia corrompido você, Beatrice. Foi você quem me corrompeu. Sua luz iluminou as partes mais escuras da minha alma.

O demônio sempre protegeu seu anjo, e nunca deixei de amar você, mesmo quando me tornei o que sou. Sinto muito por tudo.

Se um dia você ler isso, saiba que você sempre será minha.

Com amor, Charlie."

As lágrimas começaram a escorregar pelo rosto de Adelline enquanto ela lia as palavras carregadas de dor e amor. O choque a atingiu como uma onda avassaladora. O homem que havia causado tanta dor em sua vida, o homem que tinha levado sua mãe a um destino trágico, ainda assim tinha um amor profundo por ela. As peças começaram a se encaixar em sua mente, e a confusão se transformou em um luto silencioso.

Adelline deixou a carta e a rosa de volta no canto, o coração pesado. Ela sentia que havia descoberto uma parte de sua história que nunca havia conhecido — uma conexão com sua mãe que transcendeu a vida e a morte. As lágrimas continuavam a escorrer enquanto ela deixava o quarto, a mente repleta de perguntas sem respostas e sentimentos conflitantes.

Conforme ela saía, o eco do passado a seguia, mas agora havia uma nova compreensão. A dor, a perda e o amor estavam entrelaçados em sua herança, e, de alguma forma, isso a tornava mais forte.

O convento, que um dia pareceu tão cheio de sombras, agora brilhava com uma luz diferente. Adelline sabia que, embora os ecos do passado fossem dolorosos, eles também eram uma parte vital de quem ela era. E, com isso, ela saiu do convento, carregando consigo a história de sua mãe e a promessa de honrar seu legado.

 E, com isso, ela saiu do convento, carregando consigo a história de sua mãe e a promessa de honrar seu legado

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𝒞𝐎𝐑𝐑𝐔𝐏𝐓٫ 𝒄𝒉𝒂𝒓𝒍𝒊𝒆 𝒎𝒂𝒚𝒉𝒆𝒘Onde histórias criam vida. Descubra agora