𝗁𝖾 𝗁𝗂𝗍 𝗆𝖾 𝖺𝗇𝖽 𝗂𝗍 𝖿𝖾𝗅𝗍 𝗅𝗂𝗄𝖾 𝖺 𝗄𝗂𝗌𝗌
O sol estava alto no céu, mas dentro do convento, a atmosfera era sombria e pesada. Eu tentava me concentrar nas minhas tarefas diárias, mas a presença de Charlie pairava sobre mim como uma sombra constante.
Desde a última vez que discutimos no meu quarto, eu fazia de tudo para evitá-lo, mas parecia que o destino tinha outros planos.
Estava no jardim, cuidando das flores, quando ouvi passos atrás de mim. Meu coração acelerou, e eu sabia, sem precisar me virar, que era ele.
── Beatrice. ── sua voz soou fria e controlada. ── Precisamos conversar.
── Não temos nada para conversar. ── respondi, tentando manter a calma. Continuei a podar as flores, mas minhas mãos tremiam.
Ele se aproximou, e eu podia sentir seu olhar queimando em minhas costas. ── Você não pode me evitar para sempre.
Virei-me para encará-lo, tentando parecer mais corajosa do que me sentia. ── O que você quer, Charlie?
Ele deu um passo à frente, invadindo meu espaço pessoal. ── Quero que pare de fugir de mim. Você sabe que há algo entre nós.
── Não há nada entre nós. ── eu disse, minha voz firme.
── Você é um padre, e eu não quero nada com você.
A raiva brilhou em seus olhos, e antes que eu pudesse reagir, ele levantou a mão e me deu um tapa no rosto. A dor foi instantânea, e senti o gosto metálico do sangue na minha boca. Levei a mão ao rosto, surpresa e assustada.
── Você não sabe do que está falando. ── ele rosnou, sua voz cheia de fúria.
Eu estava furiosa, mas não tanto com ele quanto comigo mesma. Havia uma parte de mim que, de alguma forma, gostou da dor, e isso me enojava. Sem dizer uma palavra, virei-me e corri, deixando-o para trás.
Corri pelos corredores do convento, lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Como eu podia sentir algo assim? Como podia haver uma parte de mim que se sentia atraída por ele, mesmo depois do que ele fez?
Cheguei ao meu quarto e fechei a porta com força, encostando-me nela enquanto tentava recuperar o fôlego. Meu rosto ainda ardia, e o gosto de sangue na minha boca era um lembrete constante do que havia acontecido.
── Por que, Deus? ── sussurrei, olhando para o crucifixo na parede. ── Por que estou sentindo isso?
Eu sabia que precisava de ajuda, mas não sabia a quem recorrer. As outras freiras não entenderiam, e eu não podia contar a ninguém sobre o que Charlie realmente era. Estava sozinha nessa luta, e isso me aterrorizava.
゜゜・ ・゜゜・.
O sol estava começando a se pôr quando Megan e eu decidimos sair para uma caminhada na floresta.
Precisava de um tempo longe do convento, longe de Charlie e de seus olhos penetrantes que pareciam seguir cada movimento meu. Megan, minha amiga mais próxima no convento, percebeu minha inquietação e sugeriu a caminhada.
── Vamos, Beatrice. Um pouco de ar fresco vai te fazer bem. ── disse ela, com um sorriso encorajador.
Caminhamos em silêncio por um tempo, ouvindo o som das folhas sob nossos pés e o canto distante dos pássaros. A floresta era um refúgio de paz, um contraste bem-vindo ao ambiente tenso do convento.
── Beatrice. ── Megan começou, quebrando o silêncio. ── Eu sei que algo está te incomodando. Quer falar sobre isso?
Suspirei, sabendo que não poderia esconder meus sentimentos dela. ── É o Padre Charlie. ── confessei. ── Desde que ele chegou, tudo mudou. Ele... ele me assusta, Megan.
Ela franziu a testa, preocupada. ── O que ele fez?
── Ele é... diferente. ── eu disse, escolhendo minhas palavras com cuidado. ── Há algo nele que me deixa desconfortável. E... nós brigamos recentemente. Ele me bateu.
Megan parou de andar e me olhou, chocada. ── Ele fez o quê? Beatrice, isso é inaceitável! Precisamos contar a alguém.
── Eu sei. ── murmurei, olhando para o chão. ── Mas há algo mais. Algo que eu não consigo entender. Parte de mim... parte de mim gostou da dor. E isso me assusta ainda mais.
Megan colocou a mão no meu ombro, seu olhar cheio de compaixão. ── Vamos descobrir o que está acontecendo. Juntas.
Continuamos a caminhar, e eu me senti um pouco mais leve por ter compartilhado meu segredo. A floresta parecia nos envolver em um abraço protetor, e por um momento, me senti segura.
── Algumas pessoas acham que os assassinatos podem estar relacionados ao convento.
── Isso é terrível. ── eu disse, sentindo um frio na espinha. ── Você acha que o Padre Charlie tem algo a ver com isso?
── Não sei. ── Megan respondeu, pensativa. ── Mas precisamos ficar atentas. Algo estranho está acontecendo, e precisamos descobrir o que é.
Enquanto Megan e eu caminhávamos de volta ao convento, a sensação de segurança que a floresta proporcionava começou a se dissipar. A cada passo, a realidade do que estava acontecendo voltava a me assombrar. Precisávamos descobrir a verdade sobre Charlie e as investigações na cidade.
── Beatrice. ── Megan disse, quebrando o silêncio novamente. ── Precisamos ser cuidadosas. Se o Padre Charlie realmente está envolvido nesses desaparecimentos, ele pode ser mais perigoso do que imaginamos.
Assenti, sentindo um nó se formar no meu estômago. ── Eu sei. Mas como vamos descobrir a verdade?
Megan pensou por um momento antes de responder. ── Precisamos observar. Prestar atenção em tudo o que ele faz e diz. E talvez, se conseguirmos, encontrar alguma prova concreta.
── Isso parece arriscado. ── eu disse, preocupada. ── E se ele descobrir o que estamos fazendo?
── Então precisamos ser discretas. ── Megan respondeu, determinada. ── Não podemos deixar que ele saiba que estamos investigando.
Quando chegamos ao convento, o céu ainda estava coberto de nuvens escuras. Entramos silenciosamente, tentando não chamar a atenção. Eu estava prestes a ir para o meu quarto quando Megan me segurou pelo braço.
── Beatrice, lembre-se de que não está sozinha. ── ela disse, olhando nos meus olhos. ── Estamos juntas nisso.
Sorri, sentindo uma onda de gratidão por ter uma amiga como Megan. ── Obrigada, Megan. Eu não sei o que faria sem você.
゜゜・ ・゜゜・.
HE HIT ME AND IT FELT
LIKE A KISSSSSSSSCalma gente, a Beatrice ainda
vai se vingar, então se preparem🫦
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𝒞𝐎𝐑𝐑𝐔𝐏𝐓٫ 𝒄𝒉𝒂𝒓𝒍𝒊𝒆 𝒎𝒂𝒚𝒉𝒆𝒘
Fanfiction𝒞𝐎𝐑𝐑𝐔𝐏𝐓 ㅤㅤ⎧♱ ㅤ❛ 𝘝𝗈𝖼𝖾̂ 𝗌𝗈𝗎𝖻𝖾 𝗊𝗎𝖺𝗇𝖽𝗈 𝗆𝖾 𝖾𝗌𝖼𝗈𝗅𝗁𝖾𝗎 𝘌𝗎 𝖾𝗋𝖺 𝗇𝖺𝖽𝖺 𝖺𝗅𝖾́𝗆 𝖽𝖾 𝖼𝗈𝗆𝗎𝗆 𝘌 𝖺𝗀𝗈𝗋𝖺 𝗈 𝗏𝖾𝗇𝗍𝗈 𝖾𝗌𝗍𝖺́ 𝗌𝗈𝗉𝗋𝖺𝗇𝖽𝗈 𝘓𝖾𝗆𝖻𝗋𝖺𝗇𝖽𝗈 𝗏𝗈𝖼𝖾̂ 𝖽𝗈 𝗊𝗎𝖾 𝗏𝗈𝖼𝖾̂ 𝗌𝖺𝖻𝖾 𝘝𝗈𝖼�...