❪ 𝟏𝟑 ❫ 𝒥𝑬𝑨𝑳𝑶𝑼𝑺𝒀 𝒢𝑰𝑹𝑳

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𝗎𝗆𝖺 𝗌𝖾𝗆𝖾𝗇𝗍𝖾 𝖽𝖾 𝖽𝗎́𝗏𝗂𝖽𝖺

O som suave dos meus passos ressoava pelas paredes frias do convento

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O som suave dos meus passos ressoava pelas paredes frias do convento. A chuva lá fora parecia refletir meu estado de espírito, uma melodia de gotas incessantes que ecoava no vazio dentro de mim. Desde a última vez que Charlie e eu brigamos, um peso inexplicável pairava no ar. Eu tentava, com todas as minhas forças, evitá-lo. Mas era difícil — sua presença parecia estar em todos os cantos. Uma sombra que eu não conseguia escapar.

Hoje, eu estava decidida a encontrar um pouco de paz na biblioteca. Meus dedos já ansiavam pelas páginas antigas dos livros, esperando que as palavras sagradas me acalmassem. Mas, enquanto atravessava o claustro, algo me chamou a atenção. Uma risada. Era suave, abafada, quase escondida pela chuva... mas era inconfundível. E eu reconhecia a voz. Megan.

Meus pés pararam, hesitantes. Por que ela estava rindo? E com quem? A curiosidade, como uma chama acesa, me puxou. Antes que eu pudesse pensar, já estava seguindo em direção ao som, com o coração batendo rápido demais no peito.

Ao virar o corredor, meu mundo parou. Ali, sob a luz suave de uma vela, estavam Megan e Charlie. Megan estava sorrindo, sua mão descansando levemente no braço dele. E Charlie... ele estava perto demais dela. Eu não conseguia respirar. Meus olhos fixos naquela cena, o estômago revirando.

Por que aquilo me afetava tanto?

Eu me sentia... traída. Mas traída por quê? Megan era minha amiga. Charlie... ele era o padre. Não deveria haver nada de errado. Não havia nada de errado, certo? Ainda assim, o nó no meu estômago apertava cada vez mais, e um gosto amargo subia pela minha garganta.

Tentei desviar o olhar, mas não consegui. E então, ele me viu.

Nossos olhos se encontraram por um breve segundo, e naquele momento senti algo que não sabia nomear. O mundo ao meu redor ficou mais denso, o ar mais pesado. Havia algo nos olhos dele — algo sombrio, intenso, que me arrepiava até a alma. Eu quebrei o contato visual imediatamente, sentindo as pernas fracas.

Sem pensar, me virei e corri pelo corredor, tentando afastar aquela sensação opressiva. O som da chuva lá fora ecoava junto ao meu coração, que batia com uma fúria descontrolada. Entrei no meu quarto, fechando a porta atrás de mim com força. Eu tremia. Por quê? Por que ver os dois juntos me fazia sentir... assim?

As emoções em meu peito eram um turbilhão que eu não conseguia controlar. Ciúme? Era isso o que eu estava sentindo? Mas como? Eu nunca havia sentido algo assim antes. Nem por Charlie, nem por ninguém. O que havia de errado comigo?

Naquela noite, ajoelhei-me ao lado da minha cama, as mãos trêmulas em prece. Minha voz saiu baixa, quase um sussurro:

── Senhor, afasta de mim esses pensamentos... esses sentimentos. ── eu engoli em seco, sentindo as lágrimas queimando nos olhos. ── Não quero que o mal se aproxime de mim... ou dele. ── eu fechei os olhos com força, tentando encontrar conforto na oração. Mas as imagens de Megan e Charlie juntos não saíam da minha mente. Aquela sensação de traição continuava a queimar dentro de mim.

𝒞𝐎𝐑𝐑𝐔𝐏𝐓٫ 𝒄𝒉𝒂𝒓𝒍𝒊𝒆 𝒎𝒂𝒚𝒉𝒆𝒘Onde histórias criam vida. Descubra agora