❪ 𝟐𝟎 ❫ ℐ'𝑻𝑺 𝒜𝑳𝑳 ℒ𝑰𝑬𝑺, ℒ𝑰𝑻𝑻𝑳𝑬 𝒜𝑵𝑮𝑬𝑳

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𝖺 𝖽𝗈𝗋 𝖾 𝖺 𝖿𝗎́𝗋𝗂𝖺

O silêncio do convento era perturbador

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O silêncio do convento era perturbador. A noite estava pesada, como se o ar fosse feito de chumbo. Sentei-me no chão do meu quarto, os olhos fixos na parede, a mente perdida no turbilhão de pensamentos e emoções que me consumiam. A verdade era uma faca afiada que atravessava minha alma. Eu amava Charlie, confiei nele... e ele me traiu.

Uma batida seca na porta me arrancou do transe. Meu coração disparou, e um frio percorreu minha espinha. Eu sabia quem estava do outro lado.

A porta se abriu devagar, e ali estava ele, sombrio, uma sombra ameaçadora em contraste com a suavidade dos corredores iluminados pela luz da lua. Ele entrou e fechou a porta atrás de si, trancando-a com um clique baixo e definitivo. Seus olhos me perfuravam com uma mistura de raiva e... algo mais sombrio, algo que não compreendia.

── Por que está me evitando, Beatrice? ── sua voz era baixa, mas carregava uma intensidade que me fez encolher. Ele se aproximou, e antes que eu pudesse reagir, sua mão forte agarrou meu pescoço, me prensando contra a parede.

Meu coração batia descontrolado. Cada centímetro de mim queria lutar, mas algo naquela presença ameaçadora me congelava. Tentei puxar sua mão, mas ele era mais forte. Muito mais forte.

── Você sabia que não devia mexer nas minhas coisas. ── ele sussurrou, aproximando o rosto do meu. ── Eu te avisei para não procurar respostas.

── Por que? ── eu consegui soltar, minha voz um fio de angústia e traição. ── Por que mentiu para mim? Por que me fez... acreditar em você?

Os olhos dele estreitaram-se, mas por um breve momento vi um lampejo de... culpa? E depois se foi, substituído por um desprezo gélido.

── Porque você queria acreditar, Beatrice. Você estava tão ansiosa para me amar, para acreditar que eu era tudo o que dizia ser."

Suas palavras cortavam como facas, mas eu não conseguia parar de encará-lo, mesmo quando os dedos dele apertavam meu pescoço, limitando minha respiração.

── Eu... te amava. ── murmurei, as palavras saindo quebradas, a voz quase inaudível.

Ele soltou uma risada baixa, um som sem humor.

── Eu sei. ── ele respondeu, o tom cruel, quase sarcástico.

A dor e a fúria que me consumiam explodiram. ── Você... você partiu meu coração. ── eu disse, sentindo a lágrima que escorria pelo meu rosto.

Charlie inclinou a cabeça, os olhos fixos nos meus, uma expressão fria e inabalável. ── Eu sei disso também, anjinho.

A raiva cresceu como fogo. Num ato desesperado, empurrei-o com toda a força que tinha. Ele tropeçou para trás, me soltando, e sem perder tempo, corri em direção à porta. Minhas pernas tremiam, o corpo exausto pela tensão, mas o medo e a raiva me davam forças.

𝒞𝐎𝐑𝐑𝐔𝐏𝐓٫ 𝒄𝒉𝒂𝒓𝒍𝒊𝒆 𝒎𝒂𝒚𝒉𝒆𝒘Onde histórias criam vida. Descubra agora