𝖺 𝖽𝗈𝗋 𝖾 𝖺 𝖿𝗎́𝗋𝗂𝖺
O silêncio do convento era perturbador. A noite estava pesada, como se o ar fosse feito de chumbo. Sentei-me no chão do meu quarto, os olhos fixos na parede, a mente perdida no turbilhão de pensamentos e emoções que me consumiam. A verdade era uma faca afiada que atravessava minha alma. Eu amava Charlie, confiei nele... e ele me traiu.
Uma batida seca na porta me arrancou do transe. Meu coração disparou, e um frio percorreu minha espinha. Eu sabia quem estava do outro lado.
A porta se abriu devagar, e ali estava ele, sombrio, uma sombra ameaçadora em contraste com a suavidade dos corredores iluminados pela luz da lua. Ele entrou e fechou a porta atrás de si, trancando-a com um clique baixo e definitivo. Seus olhos me perfuravam com uma mistura de raiva e... algo mais sombrio, algo que não compreendia.
── Por que está me evitando, Beatrice? ── sua voz era baixa, mas carregava uma intensidade que me fez encolher. Ele se aproximou, e antes que eu pudesse reagir, sua mão forte agarrou meu pescoço, me prensando contra a parede.
Meu coração batia descontrolado. Cada centímetro de mim queria lutar, mas algo naquela presença ameaçadora me congelava. Tentei puxar sua mão, mas ele era mais forte. Muito mais forte.
── Você sabia que não devia mexer nas minhas coisas. ── ele sussurrou, aproximando o rosto do meu. ── Eu te avisei para não procurar respostas.
── Por que? ── eu consegui soltar, minha voz um fio de angústia e traição. ── Por que mentiu para mim? Por que me fez... acreditar em você?
Os olhos dele estreitaram-se, mas por um breve momento vi um lampejo de... culpa? E depois se foi, substituído por um desprezo gélido.
── Porque você queria acreditar, Beatrice. Você estava tão ansiosa para me amar, para acreditar que eu era tudo o que dizia ser."
Suas palavras cortavam como facas, mas eu não conseguia parar de encará-lo, mesmo quando os dedos dele apertavam meu pescoço, limitando minha respiração.
── Eu... te amava. ── murmurei, as palavras saindo quebradas, a voz quase inaudível.
Ele soltou uma risada baixa, um som sem humor.
── Eu sei. ── ele respondeu, o tom cruel, quase sarcástico.
A dor e a fúria que me consumiam explodiram. ── Você... você partiu meu coração. ── eu disse, sentindo a lágrima que escorria pelo meu rosto.
Charlie inclinou a cabeça, os olhos fixos nos meus, uma expressão fria e inabalável. ── Eu sei disso também, anjinho.
A raiva cresceu como fogo. Num ato desesperado, empurrei-o com toda a força que tinha. Ele tropeçou para trás, me soltando, e sem perder tempo, corri em direção à porta. Minhas pernas tremiam, o corpo exausto pela tensão, mas o medo e a raiva me davam forças.
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𝒞𝐎𝐑𝐑𝐔𝐏𝐓٫ 𝒄𝒉𝒂𝒓𝒍𝒊𝒆 𝒎𝒂𝒚𝒉𝒆𝒘
Fanfiction𝒞𝐎𝐑𝐑𝐔𝐏𝐓 ㅤㅤ⎧♱ ㅤ❛ 𝘝𝗈𝖼𝖾̂ 𝗌𝗈𝗎𝖻𝖾 𝗊𝗎𝖺𝗇𝖽𝗈 𝗆𝖾 𝖾𝗌𝖼𝗈𝗅𝗁𝖾𝗎 𝘌𝗎 𝖾𝗋𝖺 𝗇𝖺𝖽𝖺 𝖺𝗅𝖾́𝗆 𝖽𝖾 𝖼𝗈𝗆𝗎𝗆 𝘌 𝖺𝗀𝗈𝗋𝖺 𝗈 𝗏𝖾𝗇𝗍𝗈 𝖾𝗌𝗍𝖺́ 𝗌𝗈𝗉𝗋𝖺𝗇𝖽𝗈 𝘓𝖾𝗆𝖻𝗋𝖺𝗇𝖽𝗈 𝗏𝗈𝖼𝖾̂ 𝖽𝗈 𝗊𝗎𝖾 𝗏𝗈𝖼𝖾̂ 𝗌𝖺𝖻𝖾 𝘝𝗈𝖼�...