❪ 𝟏𝟔 ❫ 𝒞𝑯𝑨𝑶𝑺 ℋ𝑨𝑺 𝒞𝑶𝑴𝑬 𝒜𝑮𝑨𝑰𝑵

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𝖾𝗇𝗍𝗋𝖾 𝖺 𝖼𝗎𝗅𝗉𝖺 𝖾 𝗈 𝖽𝖾𝗌𝖾𝗃𝗈

A luz da manhã filtrava-se suavemente pelas cortinas do quarto, mas para Beatrice, a claridade era insuportável

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A luz da manhã filtrava-se suavemente pelas cortinas do quarto, mas para Beatrice, a claridade era insuportável. Deitada na cama, envolta pelos lençóis, ela mal conseguia respirar. O ar estava pesado com as lembranças da noite anterior, e seu peito apertava-se com uma mistura de culpa e vergonha. O confessionário. O sussurro de Charlie ainda ecoava em sua mente, como uma tentação do qual ela sabia que deveria fugir, mas que também a atraía de uma maneira inegável.

Beatrice afundou o rosto no travesseiro, tentando afastar a sensação de que algo dentro dela havia se quebrado. Ou, pior, algo havia se revelado. Como fui capaz de ceder?, pensou, sentindo as lágrimas se formarem, mas forçando-se a não chorar. Havia gostado, por mais que a culpa corroesse sua alma. Cada palavra, cada toque, ainda queimavam em sua pele como marcas invisíveis deixadas por Charlie.

Ela se levantou de súbito, os pés tocando o chão frio do quarto. O convento estava silencioso, mas dentro dela havia uma tempestade. Beatrice começou a se vestir rapidamente, a respiração ofegante. Isso não pode continuar. Mas, mesmo enquanto pensava, não conseguia apagar a memória da sensação que ele despertou nela. Algo tão proibido, tão errado... e ainda assim, impossível de ignorar.

O som de batidas leves na porta a fez virar rapidamente. ── Beatrice? ── era a voz de Megan.

── Entre. ── disse ela, esforçando-se para soar calma.

Megan entrou no quarto com uma expressão preocupada. ── Você está bem? Parece um pouco pálida.

Beatrice forçou um sorriso. ── Estou bem. Só... não dormi muito bem.

── Entendo. A detetive Lois pediu para falarmos com ela. Algo sobre uma nova atualização no caso das mortes na cidade.

Beatrice assentiu, tentando afastar seus próprios tormentos internos. O caso, pensou, um lembrete sombrio do que realmente importava. Os corpos que apareceram na cidade, as investigações, a sensação constante de que algo sombrio estava à espreita.

As duas freiras saíram do convento e caminharam em silêncio até a delegacia local, onde a detetive Lois as esperava.

── Obrigado por virem tão rapidamente. ── Lois disse, acenando para que se sentassem. ── Recebemos uma nova pista e... quero que vocês vejam algo.

Beatrice sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao notar o tom sério da detetive. Ela e Megan seguiram Lois até uma sala isolada, onde uma grande mesa estava coberta por arquivos e fotografias de cenas de crime. Mas o que chamou atenção foi uma imagem, no centro da mesa. Era um retrato de uma das vítimas. O rosto distorcido de dor, a boca aberta em um grito que nunca foi ouvido.

── Encontramos outro corpo esta manhã. ── Lois explicou, a voz baixa e controlada. ── O padrão é o mesmo... a violência extrema... mas tem algo mais.

𝒞𝐎𝐑𝐑𝐔𝐏𝐓٫ 𝒄𝒉𝒂𝒓𝒍𝒊𝒆 𝒎𝒂𝒚𝒉𝒆𝒘Onde histórias criam vida. Descubra agora