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O clima no convento estava pesado. A morte do Padre ainda pairava sobre todos nós, como uma nuvem de desespero que parecia não dissipar. E agora, com os assassinatos no vilarejo, a sensação de perigo se intensificava. Eu sentia algo errado, algo sombrio, mas não conseguia identificar o que era. Parecia que cada respiração era vigiada, cada oração soava abafada por um peso invisível.
Hoje, eu e Megan fomos chamadas para auxiliar nas investigações, o que me deixou ainda mais ansiosa. Nunca imaginei que me envolveria em algo assim, mas a detetive Lois parecia determinada a envolver o convento de alguma forma, principalmente com a morte do nosso querido padre. Lois era uma mulher séria, de palavras curtas e olhar perspicaz, como se pudesse enxergar o que ninguém mais via.
Eu e Megan caminhamos em direção à pequena sala de reuniões da delegacia, onde Lois nos aguardava. Meu coração estava acelerado, como se já soubesse que algo ruim estava por vir.
── Beatrice, estou com medo ── Megan sussurrou ao meu lado, seus olhos castanhos grandes e preocupados. ── O que será que Lois quer com a gente?
Respirei fundo, tentando conter meu próprio nervosismo.
── Não sei, Megan. Só precisamos confiar em Deus e fazer o que for preciso. Não temos escolha.
Ao entrarmos na sala, encontramos Lois, com sua postura firme e olhar afiado. Ela nos cumprimentou com um aceno rápido, indicando que sentássemos à mesa. Suas mãos estavam pousadas sobre um bloco de notas, e seu olhar sério me fez encolher na cadeira.
── Irmã Beatrice, irmã Megan, preciso da ajuda de vocês para algo delicado. ── Lois começou, sem rodeios. ── Como sabem, os assassinatos no vilarejo têm aumentado, e... há algo suspeito que precisamos investigar mais a fundo.
Megan arregalou os olhos, e eu senti o frio percorrer minha espinha. Lois nos encarava com tanta intensidade que parecia que ela estava testando nossa reação.
── O que a senhora quer dizer? ── perguntei, minha voz mais firme do que eu esperava.
── A última vítima, o padre, parece estar conectada com os outros crimes de alguma forma. ── ela olhou de uma para outra, como se esperasse que isso fizesse sentido para nós. ── E eu acredito que a igreja... e o convento podem estar sendo alvo de algo muito maior.
Megan deu um suspiro trêmulo, e eu segurei sua mão por baixo da mesa, tentando lhe oferecer algum conforto, embora eu mesma estivesse aterrorizada.
── Como podemos ajudar, detetive? ── perguntei, tentando manter a compostura.
Lois me observou por um longo momento antes de responder.
── Preciso que fiquem de olho. Observem qualquer coisa fora do normal. Movimentos estranhos. Pessoas que não deveriam estar onde estão. ── seus olhos se estreitaram. ── Alguém está operando nas sombras, e quem quer que seja, está se escondendo onde vocês vivem.
