❪ 𝟎𝟔 ❫ 𝓕𝑨𝑳𝑳𝑬𝑵 𝒯𝑬𝑴𝑷𝑻𝑨𝑻𝑰𝑶𝑵𝑺

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𝗈 𝗉𝗋𝖺𝗓𝖾𝗋 𝖽𝗈 𝗉𝖾𝖼𝖺𝖽𝗈

A tarde caía preguiçosa sobre o convento, e o silêncio sagrado era quebrado apenas pelo suave balançar das árvores ao vento

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A tarde caía preguiçosa sobre o convento, e o silêncio sagrado era quebrado apenas pelo suave balançar das árvores ao vento. Os últimos raios de sol penetravam pelas janelas do convento, refletindo nos vitrais coloridos. Aquele dia havia sido longo e cheio de preocupações, principalmente com as investigações e o peso da morte do Padre que ainda assombrava a todos. Eu estava exausta, mas algo dentro de mim não me deixava descansar. Havia uma inquietação no ar que eu não conseguia nomear, uma sensação de que algo estava prestes a mudar.

Havia algo diferente no ar. Algo mais denso, mais perigoso. E isso vinha dele. Cada vez que me aproximava de Charlie, meu corpo reagia de maneiras que eu não conseguia controlar. E agora, ele havia me chamado para conversar em seu quarto no final do dia. O convite foi simples, mas algo em sua voz havia soado errado, algo que eu não conseguia ignorar.

Eu caminhei pelo corredor em direção ao quarto dele, meu coração batendo mais rápido a cada passo. Quando finalmente cheguei à porta, hesitei. Parte de mim queria voltar para o meu próprio quarto, fugir daquela sensação de perigo. Mas então, a porta se abriu antes que eu pudesse bater.

── Entre, Beatrice. ── sua voz soou baixa, suave, mas carregada de uma intensidade que me fez tremer.

Eu entrei lentamente, e minha respiração quase parou ao vê-lo. Charlie estava apenas com uma toalha amarrada na cintura, o corpo ainda molhado do banho, as gotas de água escorrendo por seus ombros largos e braços definidos. Mas o que realmente chamou minha atenção foram os cortes profundos e cicatrizes que marcavam suas costas. Eram feridas recentes, algumas ainda sangrando levemente.

── O que... o que aconteceu? ── minha voz saiu trêmula, os olhos fixos nas marcas que cobriam sua pele.

Ele deu um meio sorriso, um sorriso triste, quase amargo, e virou-se para mim.

── Isso é um reflexo dos meus pecados, Beatrice. As punições que recebo... ou que mereço. ── ele se aproximou um pouco, e minha garganta se apertou ao sentir a proximidade de seu corpo. ── Preciso de ajuda para limpar esses cortes. Você faria isso por mim?

Meu coração apertou ao ouvir aquilo. Eu queria ajudá-lo de alguma forma, mas não sabia como. Era estranho sentir tanta proximidade e, ao mesmo tempo, tanto mistério entre nós.

Senti meu corpo inteiro ficar tenso, mas assenti, incapaz de recusar. Peguei um pano limpo e molhei em uma bacia de água ao lado da cama. Quando comecei a limpar os cortes nas costas dele, notei como a pele dele era quente ao toque, quase febril. Cada movimento meu era acompanhado de uma tensão crescente no ar. Eu nunca havia estado tão próxima de um homem assim, tão... exposta.

── Você é tão delicada, Beatrice. ── ele sussurrou, virando levemente a cabeça para olhar para mim por cima do ombro. ── Parece até que tem medo de tocar.

Minhas mãos tremeram levemente, mas continuei limpando os cortes, tentando ignorar o efeito que suas palavras tinham sobre mim.

── Não tenho medo, padre. Só quero ser cuidadosa. ── respondi, com a voz mais baixa do que pretendia.

O silêncio que se seguiu foi carregado de algo que eu não conseguia entender, até que ele quebrou a quietude de forma abrupta.

── Você já sentiu dor, Beatrice? ── ele perguntou de repente, sua voz carregada de algo que eu não conseguia decifrar.

── Todos sentimos dor, padre. ── minha voz era um sussurro, minhas mãos ainda trêmulas enquanto limpava os machucados.

── Não estou falando desse tipo de dor. ── ele se virou ligeiramente, seu olhar preso no meu, profundo, escuro. ── Estou falando de uma dor que queima... que consome.

Eu não sabia o que responder. O ar no quarto estava pesado, como se algo invisível nos envolvesse.

── Beatrice... ── sua voz saiu como um sussurro, seus olhos escurecidos de desejo. ── Você já se tocou?

Minha mão congelou no ar. Eu senti meu rosto queimar instantaneamente. As palavras dele me atingiram como uma bofetada. Eu não conseguia sequer entender o que ele estava perguntando.

── O quê...? ── minha voz falhou, e ele deu um passo à frente, seu corpo perigosamente perto do meu agora.

── Você já se tocou? Já sentiu prazer? Já... chegou lá?

Eu senti o calor subir pelo meu corpo. Prazer? O que ele queria dizer? Não... Eu nunca... Eu nunca havia pensado nisso.

── Eu... eu não sei do que está falando, padre. ── eu recuei um passo, o desconforto crescendo dentro de mim, junto com algo que eu não queria admitir.

── O corpo, Beatrice... é uma criação divina, mas também uma armadilha para os puros. Você nunca... explorou o que ele pode lhe proporcionar? Nunca tocou a si mesma... aqui? ── ele apontou para sua própria virilha de maneira provocativa.

Senti o chão desmoronar debaixo dos meus pés. Aquilo era errado. Era pecado. Mas a maneira como ele falava, a suavidade e o controle que ele tinha sobre minhas reações, tudo me confundia. A verdade era que eu nunca havia sequer considerado algo assim. Meu corpo sempre fora um templo sagrado, intocado e puro, mas agora ele falava dessas coisas com uma naturalidade desconcertante.

Ele sorriu, um sorriso lento e perigoso.

── Eu posso te ensinar. Mostrar o que você nunca sentiu antes. ── suas palavras eram como veneno doce, cada sílaba carregada de uma promessa sombria.

Meu coração batia tão rápido que pensei que iria desmaiar. Ele se aproximou mais uma vez, e eu sabia que precisava fugir antes que fosse tarde demais.

── Não! ── minha voz saiu mais alta do que eu pretendia, e eu me afastei, quase tropeçando em meus próprios pés. ── Eu... eu preciso ir. ── o medo e a confusão se misturavam dentro de mim, e sem esperar por uma resposta, eu saí apressada do quarto, o coração martelando no peito.

Eu corri de volta para o meu quarto, trancando a porta atrás de mim. Meu corpo estava em chamas, meus pensamentos uma confusão. Por que aquilo havia me afetado tanto? Por que as palavras haviam me deixado tão... perdida?

Eu precisava tomar um banho para me acalmar, tentar esquecer aquela conversa perturbadora. Despi-me rapidamente, entrando na pequena banheira de água quente. Enquanto a água escorria pelo meu corpo, as palavras dele ecoavam na minha mente.

"Nunca tocou a si mesma?"

Eu fechei os olhos, tentando afastar os pensamentos, mas era inútil. O calor da água, misturado à minha curiosidade crescente, começou a me fazer ceder. Minhas mãos começaram a deslizar pelo meu corpo, hesitantes no início, mas logo se tornando mais ousadas. O toque era estranho, desconhecido, mas ao mesmo tempo, uma sensação de prazer começou a florescer de um jeito que eu nunca havia sentido antes. Meu corpo começou a reagir, e eu não conseguia parar.

Eu estava descobrindo algo proibido, mas era impossível resistir. Meus dedos tocaram lugares que eu nunca tinha explorado, e o prazer que veio foi tão intenso que eu precisei morder os lábios para não gemer. Aquilo era errado. Eu sabia que era, mas o calor era incontrolável. Meu corpo vibrava, como se tivesse sido possuído por algo que eu não entendia.

𝒞𝐎𝐑𝐑𝐔𝐏𝐓٫ 𝒄𝒉𝒂𝒓𝒍𝒊𝒆 𝒎𝒂𝒚𝒉𝒆𝒘Onde histórias criam vida. Descubra agora