Prova de Fogo: Sombra e Luz - NEWT

09. Destino?

Os corredores da CRUEL estavam desolados, um eco de passos e alarmes ressoando nas paredes frias e metálicas. A luz intermitente do alarme de retirada pintava a cena em tons vermelhos, lançando sombras dançantes que pareciam brincar com nossas ansiedades. Meu coração batia rápido, e eu sentia a adrenalina pulsar nas veias enquanto avançava em direção à saída. Cada passo ecoava no silêncio pesado, e a tensão no ar era quase palpável. Thomas estava logo atrás de mim, sua presença constante me dando um pouco de coragem. Minho estava na frente, seus olhos ágeis escaneando cada canto escuro, sempre pronto para detectar qualquer sinal de perigo.

- Vai com calma, Newt, - Thomas sussurrou, sua voz tensa, mas cheia de autoridade. - Temos que ser cuidadosos!.

A advertência dele ficou na minha mente, mas o desespero por encontrar Kylie me empurrava para frente. O corredor parecia interminável, e cada segundo que passávamos ali me deixava mais ansioso. Então, como se os próprios corredores da CRUEL estivessem conspirando contra nós, guardas surgiram de repente, suas silhuetas imponentes se destacando contra as luzes vermelhas.

Sem hesitar, disparei, as balas cortando o ar com precisão. O som do disparo ecoou como um trovão, e eu vi um guarda cair, a expressão de surpresa congelada em seu rosto. Thomas e Minho se juntaram a mim, seus movimentos coordenados como se já tivéssemos ensaiado aquilo um milhão de vezes. A adrenalina me deixou mais alerta, e juntos, éramos uma força.

- Provavelmente a Kylie está na outra saída! - Minho gritou, sua voz firme e confiante, embora o medo estivesse evidente em seus olhos. Era uma verdade que eu precisava acreditar.

Finalmente, chegamos à saída, e o que encontramos fez meu estômago revirar. A garota estava caída no chão, e a imagem dela, inerte, fez meu coração despencar. Eu me aproximei cautelosamente, o pânico crescendo dentro de mim. Minho se inclinou para verificar o pulso dela, seu rosto se contorcendo em dor.

- Ela… ela não tem mais vida, - ele murmurou, a tristeza em sua voz era palpável e cortante.

O silêncio que se seguiu foi interrompido pela voz de Kylie, que cortou o ar como uma faca.

- Vocês chegaram tarde. - ela falou.

- O que aconteceu? - Perguntei, minha voz mal saindo, cheia de urgência e desespero.

- Nada, até o momento, - Kylie respondeu, sua expressão ambígua e distante. A expressão de Thomas se tornou sombria, suas sobrancelhas se franzindo em preocupação.

- Como assim? - ele questionou, sua incredulidade misturada com raiva.

Então, Tereza apareceu ao lado de Kylie, sua presença imponente como uma tempestade prestes a eclodir.

- É importante que vocês saibam que estão aqui para ajudar todos, mas infelizmente não vamos deixar vocês escaparem. - Tereza disse, e Kyle sorriu cruzando os braços.

- Vocês estão trabalhando juntas!? - respondi com raivaz e Kylie fez uma expressão falsa de tristeza, e olhou para Tereza.

- Estamos tête? - Tereza no entanto olhou séria, não entrando na brincadeira de Kylie. - CRUEL por mais que tenha me enfiado naquele labirinto, ela me mostrou que posso ser muito mais do que um experimento, assim como Tereza.

Minhas esperanças começaram a se desvanecer, e um frio na espinha me lembrou da situação em que estávamos.

Antes que pudéssemos reagir, um grito cortou o ar, e eu assisti horrorizado enquanto Kylie era atingida na perna. O som do disparo reverberou pelo corredor, e Tereza virou-se abruptamente, os olhos se arregalando em choque. Então, ela viu Niya, que estava com uma arma apontada para ela.