Prova de Fogo: Sombra e Luz - NEWT

13 - Destino: Cativeiro.

A tensão na torre do portão era palpável. Niya se posicionou, os calmantes prontos em suas mãos, e eu não pude deixar de admirá-la. A forma como ela se concentrava, com o cabelo caindo levemente sobre seu rosto, me fez sentir uma mistura de nervosismo e uma inexplicável atração.

- Você sabe que não pode fazer barulho né? - comentei, tentando quebrar o gelo. O olhar dela se ergueu, e por um breve momento, nossos olhares se encontraram. A faísca estava lá, e eu sabia que ela podia sentir também.

- Ah, claro, Newt,. - respondeu Niya, com um sorriso provocador. - Só espero que você não se atrapalhe enquanto eu faço o trabalho pesado. - Ela falou de uma maneira que tinha um toque de desafio, como se estivesse brincando com a ideia de que eu pudesse ser mais do que apenas um espectador.

Minho e eu estávamos concentrados demais no que estava à frente. Enquanto Niya se preparava para lançar os calmantes nos guardas, não pude evitar uma provocação.

Niya olhou para os guardas novamente, sua expressão mudando para a determinação que eu conhecia bem.

- Pronto para ver como eu faço o trabalho? - ela perguntou, com um brilho nos olhos que não conseguia ignorar. - Só espero que você não fique muito distraído comigo. - Ela piscou, e meu estômago virou.

- Nunca estarei distraído demais para apoiar você, - murmurei, sabendo que, na verdade, minha mente estava completamente focada nela.

Minho revirou os olhos, claramente impaciente com a situação.

- Niya, assopra logo essa zarabatana antes que os guardas percebam que estamos aqui! - Sua voz tinha um tom urgente, e eu também sentia a pressão aumentando. Niya assentiu, o foco em seu rosto demonstrando que ela estava totalmente concentrada na missão. Ela se aproximou com determinação, segurando a zarabatana firme nas mãos, pronta para agir.

Com um movimento preciso, Niya assoprou a zarabatana, e o dardo disparou em direção a um dos guardas, atingindo-o de maneira certeira. Ele hesitou, confuso, mas o outro guarda logo percebeu a situação e avançou em direção a ela com um olhar ameaçador.

- Niya, cuidado! - gritei, mas sua reação foi rápida.

Num movimento ágil, Niya deu um chute forte na barriga do guarda, fazendo-o cair no chão. Sua habilidade era impressionante, e eu me senti aliviado ao ver que ela estava no controle. Sem perder tempo, ela mirou novamente com a zarabatana, disparando um calmante no pescoço do guarda caído, que imediatamente desmaiou.

- Ele não vai mais atrapalhar a gente, - comentou Niya com um olhar decidido, a adrenalina da ação ainda pulsando.

Minho e eu trocamos olhares sérios, cientes da importância do momento.

- Ótimo trabalho, - eu disse, mantendo o tom focado. - Vamos aproveitar essa abertura e entrar antes que mais guardas apareçam. - Niya assentiu, e juntos nos movemos em direção à torre, determinados a completar nossa missão sem mais interrupções.

O vento soprava gelado entre os prédios em ruínas enquanto eu, caminhava lado com Niya e Minho. A cidade, antes vibrante, agora era um labirinto de sombras e memórias distorcidas. Desde que chegamos a este lugar devastado, havia algo no ar que não me deixava em paz. Era como se cada esquina escondesse segredos antigos, e hoje, estávamos determinados a descobrir um deles. O portão à nossa frente, imponente e misterioso, parecia ter vida própria, abrindo-se apenas quando estávamos próximos o suficiente.

Minho, sempre o mais curioso, foi o primeiro a se aproximar, atraído pela possibilidade do desconhecido.

- Newt, você já se perguntou quantas pessoas passaram por aqui e nunca mais voltaram? - ele questionou, o brilho de determinação em seus olhos. Eu podia ver que ele estava ansioso para descobrir o que se escondia por trás daquela porta, mas havia uma sensação de alerta em meu interior. Algo me dizia que esse portão tinha conexões perigosas com a CRUEL, a organização que havia arruinado tantas vidas, incluindo a nossa.