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_Micaela_

— Já escolheu? — Perguntei séria do lado da Ângela que vê as alianças de cara fechada, ao mesmo tempo, com os olhos brilhantes.

— Já — Responde seca, soltando minha mão e cruzando os braços.

Chego perto dela, pego ela pela cintura e a puxo para mim forte, fazendo ela pousar as mãos nos meus braços.

— Você é a culpada disso, Ângela. Não vem querer ficar fria pro meu lado — Digo calmamente, perto do ouvido dela.

Escuto ela suspirar e apertar as mãos nos meus braços, olho para trás dela vendo um homem encarando, ele estava com a expressão de nojo e fechada olhando para nós duas.

Fecho a cara e levanto uma sobrancelha, olhando para ele que olha para mim com arrogância e nariz em pé.

— Fica aqui e chama a atendente — Digo a Ângela que acena e me solta.

Dou um beijo no pescoço dela e logo a solto, ando até o cara calmamente com as mãos nos bolsos do meu moletom.

— Posso ajudar? — Pergunto na mais calma possível e ele continua me olhando com nojo e arrogância.

— Bom, devo dizer que você não saberá como me ajudar a achar um relógio de marca — Diz de nariz em pé, me olhando de baixo para cima.

Eu já tinha me sacado disso, ele está de preconceito por causa da minha roupa.

Ele estava de mão dadas a uma mulher elegante que me olhava com malícia.

— Tem bola de cristal para saber? — Pergunto rude, fazendo ele me olhar com ignorância — Aqui tem marcas de última geração, um, por exemplo, acabou de chegar direto da fábrica da Gucci — Continuo, apontando para a vitrine de relógios.

— Hum, como sabe? — Continua falando com ignorância comigo, enquanto a mulher dele fica me secando.

— Trabalho aqui — Respondo, omitindo.

— Me mostre o relógio — Fala.

— Claro — Começo a andar com ele atrás — Aqui está ele, chegou hoje de manhã — Digo, olhando para ele ainda de mãos nos bolsos.

— Como uma pessoa como você, sabe disso? — Pergunta, me olhando de cima a baixo novamente.

— Como assim, uma pessoa como eu? — Pergunto, tirando minhas mãos dos bolsos e cruzando os meus braços.

— Você me entendeu — Diz com desdém.

— Uma pessoa que se veste como eu? — Solto uma risadinha sem achar graça e nego — Vou falar uma coisa com você e quero que preste bastante atenção — Continuo, ele continua com a mesma expressão — Enquanto você está de preconceito comigo por causa da minha roupa, sua esposa estava me comendo com os olhos, mas não era isso que eu queria falar — Dou uma pausa — Eu posso estar vestida como uma pessoa normal, mas isso não te dá o direito de me julgar ou julgar outra pessoa só por causa das vestes — Olho para ele friamente enquanto ele continua me olhando com desdém.

— Que petulância, vou chamar os seguranças — Diz, se fingindo ser ofendido e se fazendo de vítima.

— Ah, claro. Pode chamar — Digo sorrindo de lado, fazendo ele me olhar com nojo.

𝐃𝐨𝐦𝐢𝐧𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐌𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐏𝐫𝐨𝐟𝐞𝐬𝐬𝐨𝐫𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora