Chapitre 10

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Após a competição na Itália, a equipe brasileira retornou para casa, mas a tensão ainda pairava no ar. Rebeca estava especialmente irritada, não apenas com Simone, mas com todas as integrantes do time. A frustração a consumia, e isso se refletia em sua atitude.

No vestiário, as meninas tentavam conversar sobre a competição, mas Rebeca se isolou em um canto, com os braços cruzados e uma expressão fechada. Jade Barbosa, sempre preocupada com a harmonia do time, se aproximou dela.

- Ei, Rebeca, precisamos discutir como podemos melhorar para a próxima vez. - disse Jade, tentando ser amigável.

Rebeca lançou um olhar fulminante para Jade.

- Melhorar? Como você pretende fazer isso se todos estão apenas se preocupando em fazer piadas? Ninguém leva isso a sério!

Flávia Saraiva, que estava ouvindo de longe, decidiu intervir.

- Rebeca, nós sabemos que a competição foi difícil. Mas você não pode descontar sua frustração na gente. Estamos todas no mesmo barco.

Rebeca não se conteve.

- "No mesmo barco"? Vocês só falam isso quando as coisas ficam ruins! Onde estavam vocês quando precisei de apoio? Vocês só sabem rir e agir como se nada importasse!

Lorranie Oliveira, tentando manter a calma, falou com gentileza.

- Rebeca, estamos todas aqui porque queremos vencer. Não precisamos brigar. Vamos nos unir e trabalhar juntas.

Mas Rebeca não queria ouvir.

- Unir? Você está brincando? A única coisa que eu vejo é uma equipe cheia de pessoas que não têm a mesma garra que eu. Ninguém se importa de verdade!

A conversa começou a chamar a atenção de outras meninas do time, que estavam agora observando a cena.

Júlia Soares se aproximou, decidida a ajudar.

- Rebeca, não estamos aqui para brigar. A competição é difícil, e todos nós estamos tentando encontrar nosso caminho. Não é certo atacar as pessoas que estão do seu lado.

Rebeca estava tão consumida pela raiva que ignorou as palavras de Júlia.

- Vocês não entendem nada! Não esperem que eu fique aqui sendo boazinha enquanto estou cercada por pessoas que só querem brincar de ser atletas!

Simone, que estava passando pelo vestiário, ouviu a conversa e não pôde evitar um comentário.

- Olha quem fala de brincadeiras. Você não é exatamente a pessoa mais calma quando as coisas não saem como você quer.

Rebeca se virou, os olhos brilhando de raiva.

- O que você quer, Simone? Ficar aqui só para me provocar? Estou farta de você e de sua atitude.

Simone deu de ombros.

- Estou apenas falando a verdade. Você precisa aprender a lidar com a pressão em vez de descontar em nós.

Rebeca, sentindo que estava perdendo o controle, gritou.

- Eu não preciso de vocês! Vou provar que posso fazer isso sozinha.

Com isso, ela saiu do vestiário, deixando as outras meninas perplexas. A frustração estava tão alta que o clima no time se tornara tenso.

Lá fora, Rebeca começou a andar sem rumo, tentando canalizar sua raiva em algo produtivo. Mas as palavras de suas colegas ecoavam em sua mente.

Ela sabia que precisava encontrar uma maneira de lidar com a pressão, mas sua natureza competitiva estava ofuscando sua visão. Enquanto isso, a equipe precisava urgentemente encontrar uma maneira de se unir, mesmo com a crescente divisão que Rebeca havia causado.

Rebeca caminhou pelas ruas da cidade italiana, perdida em seus pensamentos. A raiva que sentia em relação ao time a consumia, mas, ao mesmo tempo, uma pontada de solidão começava a se instalar em seu coração.

Enquanto caminhava, Rebeca refletia sobre as palavras de suas colegas. Ela se lembrava de como o time tinha sido unido em momentos anteriores, quando celebravam vitórias e apoiavam umas às outras. O que tinha mudado? Ela percebia que a competição não era apenas contra os outros times, mas contra suas próprias inseguranças e medos.

Após algumas horas vagando, Rebeca encontrou um parque tranquilo. Sentou-se em um banco, observando as pessoas ao seu redor, tentando colocar suas emoções em ordem. No fundo, sabia que a rivalidade com Simone e sua frustração com as colegas não eram apenas sobre a competição, mas sobre a pressão que sentia para se destacar e ser a melhor.

Enquanto pensava, seu celular vibrou. Era uma mensagem de Jade:

"Ei, estamos preocupadas com você. Venha para o hotel. Queremos conversar. ❤️"

Rebeca hesitou, mas uma parte dela desejava que a situação fosse diferente. Ela queria se sentir parte da equipe novamente, mas não sabia como se reconciliar com suas emoções.

Depois de alguns minutos, decidiu que não podia ignorar o que havia acontecido. Voltou para o hotel, onde as outras meninas a aguardavam na sala de estar. O clima estava tenso, mas havia uma expectativa de que ela se juntasse a elas.

Assim que entrou, Rebeca foi recebida por olhares de apreensão.

- Oi, Rebeca. - começou Flávia, com um tom cauteloso. - Estávamos preocupadas.

- Eu sei que estou sendo insuportável. - Rebeca suspirou, sentando-se no sofá. - Desculpem por tudo. Eu só... eu só queria fazer tudo perfeito.

Simone, que estava em um canto da sala, cruzou os braços, mas sua expressão era menos hostil agora.

- Todos queremos isso, Rebeca. Você não precisa fazer isso sozinha. Estamos aqui para ajudar.

- É isso que eu não consigo entender. - Rebeca explicou, olhando para cada uma delas. - Às vezes, sinto que estou lutando contra vocês e contra todos os outros.

- Ninguém está lutando contra você. Estamos todas aqui pelo mesmo motivo. - disse Lorranie, com um olhar compreensivo. - Queremos vencer, mas também queremos ser um time.

Rebeca respirou fundo, sentindo a sinceridade nas palavras de suas colegas. O peso em seu coração começou a se dissipar.

- Desculpem por ter sido grossa. - ela admitiu, finalmente. - Eu só tenho medo de não ser boa o suficiente.

Jade sorriu.

- Ninguém é perfeito, Rebeca. Estamos aqui umas para as outras, e isso é o que realmente importa.

As meninas começaram a se mover, sentando-se perto de Rebeca e envolvendo-a em um abraço coletivo. Ela sentiu lágrimas nos olhos, mas desta vez eram lágrimas de alívio e gratidão.

- Obrigada, pessoal. - disse ela, com a voz embargada. - Vou tentar fazer melhor.

Com o time unido novamente, o clima na sala começou a mudar. Elas começaram a conversar sobre estratégias para as próximas competições, rindo e fazendo planos. O espírito de equipe estava de volta.

A partir daquele momento, Rebeca decidiu que não deixaria a pressão e a rivalidade a afetarem novamente. Juntas, elas eram mais fortes, e a competição seria uma oportunidade de crescer, tanto como atletas quanto como amigas.

A simplicity on the podium (Primeira Temporada Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora