Melhores amigos desde que nasceram, Dulce e Christopher estavam sempre grudados e, juntos, acabam descobrindo um sentimento a mais. Porém, o destino é algo que não se pode prever, e assim muitas coisas acontecem, bagunçando tudo e fazendo com que am...
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Março de 2022
A semana passou com uma certa pressa, e confesso que não estava muito satisfeita com isso, afinal, o dia do aniversário da minha mãe chegou e como de costume, eu estava nervosa.
O motivo? Conseguir agradar ela no presente.
Sim, é muito difícil agradá-la. Eu sempre fui uma pessoa que sabe dar presentes pra quem conhece, pois percebo muito nos detalhes, mas, quando se trata da minha mãe, a situação fica realmente ruim e eu mal consigo pensar.
Diferente dos outros anos, não me sinto tão ansiosa, provavelmente deve ser o remédio para a ansiedade que estou tomando e também a terapia que estou fazendo para aprender a lidar com esse descaso da minha mãe.
Eu sei, é simplesmente a coisa mais triste de se pensar, mas é a minha realidade.
Depois de me arrumar para o almoço de aniversário que ela organizava todos os anos, desci as escadas cedo, para entregar o presente dela antes de qualquer pessoa chegar. A última coisa que eu queria era me sentir constrangida na frente de pessoas que eu quase não via.
— Bom dia! — Eu disse assim que entrei na sala de jantar e vi minha mãe e meu pai sentados na mesma, tomando café da manhã.
— Bom dia, petisa! — Meu pai abriu um leve sorriso quando me viu, e rapidamente virou o rosto para Mabel, para ter certeza que ela estava prestando atenção em mim.
— Meu presente? — Eu assenti, entregando a caixa para ela. — Espero que esse ano você tenha acertado. — Engoli em seco, ficando ainda mais nervosa do que eu já estava. Ela abriu o presente e um sorriso se abriu em seguida em seu rosto. — Eu adoro esse perfume! Obrigada, filha! — Eu abri um sorriso também.
— Feliz aniversário, mãe. — Ela me agradeceu mais uma vez e sentei na mesa para tomar café da manhã.
— Peter virá para o almoço hoje? — Ela perguntou, me fazendo franzir a testa e estranhar aquela pergunta tão repentina.
— Sim, claro. — Eu sorri sem mostrar os dentes e até mesmo pensei em perguntar o porquê, mas não queria causar desavenças e acabei ficando quieta.
Terminei de tomar o café da manhã e comecei a ajudar minha mãe a organizar as coisas para o aniversário dela, enquanto meu pai ia para o escritório para colocar algumas coisas do trabalho em dia.
Fiz todas as coisas necessárias em um completo silêncio, sempre que tentava iniciar uma conversa diferente, ela me cortava me pedindo mais alguma coisa, até o horário dos convidados começarem a chegar.
Voltei para o meu quarto por um momento, para me arrumar um pouco mais, já que tinha ficado boa parte da manhã enchendo e pendurando balões cor de rosa.
Me olhei no espelho e suspirei, já sabendo que logo mais minha prima chegaria e eu me sentiria excluída como acontecia todas as vezes. Era incrível como ela e minha mãe se davam tão bem e tinham um laço que nem eu mesma conseguia ter.