𝐃𝐚𝐝𝐝𝐲 𝐈𝐬𝐬𝐮𝐞𝐬 • Robby Keene

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Depois do regional, algumas coisas mudaram.
Umas para melhor, outras para pior.
Bom, a minha relação com meu pai nunca foi das melhores, isso todo mundo sabe!
Mas, depois que eu ganhei, ficou tudo pior. É como um castigo do silêncio. Ele mal olha na minha cara!
Sem contar que, agora, o Robby parece que mora aqui!
Não é legal, ele me olha feio dia e noite.

Bem, agora, eu estou em uma ligação de vídeo com Falcão e Miguel. Pelo menos eles não me tratam como um animal que vai atacar a qualquer momento.

—Cat? Parece que está em outro mundo! - Miguel disse.

—Oi? - Eu saí do meu transe.

—O que acha? - Falcão perguntou.

—Desculpa, eu não ouvi. Pode repetir? - Falei.

—Nós estávamos pensando em ir ao parque de diversões hoje de noite! - Miguel falou.

—Ah, sim. Claro! - Falei.

—Caterina? - Robby apareceu na porta da cozinha.

—Oi? - Perguntei.

—Seu pai, ele está te chamando, lá no dojô dele. - Ele disse.

Desliguei a ligação, e passei por Robby. Não vou mentir, me deu um frio na barriga quando ouvi que meu pai estava me chamando! Ele vem me ignorando esses dias.

—Chamou? - Entrei no dojô.

—Sim, chamei. - Ele fez um sinal para eu me sentar, então fui na poltrona.

—Sabe, as coisas nem sempre foram fáceis para mim. Quando criança, eu não tinha condições como hoje. - Ele disse. Enquanto eu só ouvia.

—Sua avó, me criou sozinha. Meu pai não esteve presente para mim. - Ele disse.

Tudo que eu queria, era responder com um "assim como você?" Mas eu me mantive em silêncio.

—E eu estive pensando, que se você saísse do Cobra Kai, poderia tudo voltar como era antes. - Ele falou.

O que uma coisa tem à ver com a outra?

—Sair? Pai, você não entendeu. Desde que eu entrei no Cobra, a minha vida melhorou. E voltar a ser tudo como antes? Não. Nunca foi bom. Entre sair de um Hobby que me faz feliz e viver ainda sendo a menos preferida, ou continuar no meu Hobby, mas tudo continuar como está, prefiro continuar. - Falei.

—Como que melhorou, Caterina! Esse dojô ensina a violência! - Meu pai parecia rígido.

—Mas pelo menos, me ensinou mais do que você, que teve 16 anod para aproveitar comigo. Mas sempre me deixou como segunda opção. Saindo comigo, só quando Samantha ou Anthony, não podiam! O Johnny, sempre me apoiou. Eu tive ótimos momentos com ele! Momentos que você nunca pode ter comigo. - Falei.

—Só pode ser brincadeira. O seu pai, sou eu! E além disso, se eu mandar você sair, você vai sair! - Ele falou.

—Quem disse? Você pode até ser meu pai de sangue. Mas quem se importou comigo, como um pai de verdade, foi o Johnny. E sobre sair do Cobra, prefiro sair de casa. Você nunca fez o seu papel comigo. Sempre me destratou e principalmente agora! E quer mandar em mim como se tivesse me proporcionando uma ótima infância? Não. - Falei.

Ele suspirou.

—Você vai se tornar uma pessoa violenta! Você já está virando uma! Está agindo como um animal! - Ele disse.

—Agindo como um animal? Talvez porquê eu esteja sendo tratada como um! Você me ignora, Robby e eu discutimos o tempo inteiro! Os únicos aqui que me tratam bem, é a mamãe, que independente de tudo, sempre me apoiou! O Anthony, que tem respeito por mim, e a favorita, Samantha! Que acha ridículo o que você está fazendo comigo. - Eu falei, elevando um pouco a voz.

—Se você acha tanto isso, por que não saí de casa? - Meu pai também aumentou o tom de voz.

—Ótimo! Assim pelo menos, eu tenho paz. - Falei.

Eu corri para meu quarto. Peguei minha mochila, coloquei algumas roupas, peguei meu celular e meu material escolar.
Eu lutei contra as lágrimas, minha garganta parece queimar, eu sinto um nó nela.

Desci as escadas com a mochila nas costas, todos estavam na escada.

—Você não vai fazer isso, filha! - Minha mãe disse.

—Deixa, Amanda! Logo, ela volta chorando! - Meu pai disse.

—Pode ter certeza que por mim, não piso mais aqui! - Falei.

—Cat, pensa bem! - Sam disse.

—Se quiser saber sobre, pergunta para seu pai. Foi ele quem me mandou embora. - Falei e abri o portão. Joguei minhas chaves no chão e saí, sem rumo algum.