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Hoje completam duas semanas desde a briga na escola. Duas semanas que o Miguel está em coma.

Robby sumiu. A polícia está á procura dele, eu confesso que sinto falta dele. Mas não posso, ele quase matou o Miguel...Isso se os médicos não desligarem os aparelhos dele logo. O que eu espero que não aconteça.

A situação da concessionária decaiu totalmente, me sinto preocupada pelos meus pais. O único lado bom, é que meus pais...meu pai. Ele começou a construir uma boa relação comigo. Óbvio que eu também estou colaborando para isso.

Eu e Samantha estávamos nos preparando para ir a escola. Eu acho que estou bem para isso. Mas percebi ela no espelho, olhando seu corte. Eu me juntei a ela.

—Lembranças ruins, né? - Falei, passando a mão no meu corte do rosto.

—Muitas. Sabe, eu não entendo nada disso. - Sam disse.

—Robby e Miguel não se dão bem por minha culpa, essa briga toda, aconteceu por minha culpa. Se eu não tivesse beijado o Miguel, a Tory não iria se revoltar, a briga não iria acontecer, você não iria se machucar e... - Eu abracei ela.

—Se as coisas aconteceram desse jeito, é porquê era para ser. Sendo boas coisas ou não, agora é passado. Temos que focar no que vai vir, focar em desejar que Miguel melhore, focar em nós mesmas. - Falei.

—É...Mas de qualquer forma... - Ela colocou o casaco para esconder o corte.

—Pelo menos o seu dá para esconder. - Dei uma risadinha.

—Desculpa...- Ela disse.

—Cicatrizes são sinais de que você sobreviveu á algo ruim. - Eu falei.

Agora, na escola, tem um sistema de segurança. Revistam as mochilas e tudo mais.

As pessoas estavam nos olhando, e dando risadinhas. Aquilo fez sentir-me fraca. Eu não ganhei a luta.

Samantha foi em direção a escada, e quando foi tentar subir, entrou em um transe. Só acordou quando Demetri a tocou. Mas ela saiu correndo e eu fui junto.

Eu a perdi de vista, então corri até a concessionária, aproveitei que é perto.

Meus pais correram até o escritório com o Louie. Eu, curiosa, segui.

—O Robby roubaria um carro? - Escutei minha mãe dizer.

—Ele tinha a senha do portão... - Meu pai falou.

—Mas por que roubaria essa porcaria? - Louie falou.

—Por que a gente não ia notar. - Meu pai disse.

Meu pai pediu o número de identificação do carro e saiu. Ele tem gps em todos os carro, ele pode encontrar o Robby!

Eu entrei no carro escondida, antes do meu pai entrar.
Eu não sei como, mas eu sabia que ele iria ir atrás do Robby, e se eu fosse pedir, ele não iria me levar! Então, me escondi no carro.

Agora estamos...meu pai está seguindo o gps do carro roubado.

Meu pai estacionou o carro e desceu, procurando o carro.

Eu desci devagarinho e procurei Robby.
Meu pai agachou no chão e viu que o gps estava largado.

—Droga. Ele foi mais esperto que a gente. - Falei, meu pai teve um susto tão grande, que derrubou o celular.

—O que você tá fazendo aqui, garota? - Eu dei um sorriso.

—Olha, eu até fui para a escola, mas ai a Sam não tava bem e saiu correndo. Então eu corri atrás, perdi ela de vista e corri até a concessionária. Mas eu escutei a conversa e queria vir junto procurar o Robby, mas se eu pedisse você não deixaria então eu entrei no carro escondida. - Eu falei tão rápido que precisei de uma pausa para respirar.

—Ok... - Meu pai nem tentou discutir. Ele pegou o celular do chão e ligou para minha mãe, contar sobre o Robby.

Eu ouvi meu pai dizer "tem um lugar sim..." e ficar pensativo, tipo cena de fanfic!
Não posso deixar de dizer que foi vergonhoso.

Nós fomos até o dojô do Miyagi-Do, ver se tinha alguma pista, mas tudo que encontramos, foi Samantha

—Filha? - Meu pai se assustou, de novo.

—Pai? Cat? O que vocês estão fazendo aqui? - Ela também se assustou.

—O que você que está fazendo aqui? - Meu pai perguntou.

—É...eu já expliquei, lembra? - Falei e meu pai assentiu.

Meu pai me puxou e sentamos junto dela.

—Eu entendo. Já briguei muito para saber. - Meu pai disse, abraçado comigo e com ela.

—É diferente quando se é uma garota. - Eu falei.

—Mesmo se você ganhar...não é mais legal, ou, durona. As pessoas acham que você é...louca. - Sam disse, completando minha frase.

—Eu fico pensando o que o Miguel e o Robby estão passando, aí...eu me sinto culpada. - Sam disse, e meu pai fez um discurso de como não devemos fugir dos problemas e que não era culpa de ninguém, além dele e Johnny. E depois nos abraçou.

Eu fui com meu pai até o dojô Cobra Kai, mas nisso, ele me proibiu de entrar, então eu fiquei esperando no carro. Faz um bom tempo que eu não apareço por aqui mas, não por não querer. Eu não tenho tempo, coragem...

Outro dia de aula. Mas dessa vez, eu realmente não estava bem para ir. Eu desmaiei, descendo a escada! Então a Sam foi sozinha, mas ela escolheu ir. Meus pais haviam deixado ela ficar.
De qualquer forma, meu pai disse que qualquer coisa que fosse envolver o Robby, ele me levaria, à menos se for perigoso. Mas eu dou meu jeitinho para ir.

Então nós fomos até a casa do Johnny, meu pai disse que isso que eu tenho, pode ser pela angustia de querer que tudo melhore. Ele acha que eu tenho uma quedinha pelo Robby!

Eu esperei no carro, não estava com muitas forças para levantar.

𝐃𝐚𝐝𝐝𝐲 𝐈𝐬𝐬𝐮𝐞𝐬 • Robby KeeneOnde histórias criam vida. Descubra agora