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A mochila não está nada leve. E eu, ainda ando pela cidade, sem ter onde ficar.

—Sozinha? - Um grupo de garotos começou a se aproximar.
Eu não respondi e acelerei o passo.
Um dos garotos segurou na minha mão, e me virou para a direção deles. Outro, foi atrás de mim. Se agarrando em minhas pernas e braços. Me impedindo de dar qualquer tipo de golpe.

Eu fiquei em choque. Fui expulsa de casa, não tenho para onde ir, está quase chovendo e agora vou ser roubada. Ou pior.

—Não queremos te machucar! É só colaborar. - O que segurava minha mão, falou.

Ele foi me soltando lentamente, e olhando para cima. Eu aproveitei o momento e dei uma cabeçada do queixo do garoto que estavam atrás de mim. Ele me soltou e correu para seus amigos. Eu dei um chute no estômago do que segurava minha mão, ainda estranhando o porquê deles estarem olhando tanto para o que havia atrás de mim. Afinal, o que tem atrás de mim?

Me virei para trás, e dei um sorriso fraco.

Johnny, Falcão e Miguel.

Eles estavam de braços cruzados olhando para os garotos, que inclusive, saíram correndo.

—O que você tá fazendo aqui, sozinha? - Johnny perguntou.

—Meu pai me expulsou de casa. - Fui simples e direta.

Johnny arregalou os olhos, parecia ter ficado nervoso.

—Como assim? E onde você vai ficar? - Miguel perguntou.

—Então, eu não sei. - Falei.

—Vem, vamos para o dojô e vemos isso depois do treino. - Johnny passou a mão nas minhas costas, me fazendo ir junto.

Chegamos no dojô e estão todos aqui. Coloquei meu Kimono e fui na minha posição. Um senhor esquisito, entrou ao lado do sensei.

—Bom, esse é o Kreese. Ele foi meu sensei e... - Johnny parece estranho. —Ele vai nos ajudar também. Migudl, faça o aquecimento.

Miguel foi á nossa frente, e nos comandou, mas, ele também zoou, fazendo o "dab" e aparentemente, o sensei não gostou nadinha disso.

—Todos no posto velho, amanhã. As 5h! Que não for, está fora. - Johnny disse. Todos foram embora. Mas como de costume, eu, Falcão e Miguel ficamos.

—E ai? Onde você vai ficar? - Falcão falou.

—Na minha casa. - Johnny disse

—O que? - Perguntei.

—É, lá tem um quartinho, que você pode ficar! - Johnny disse.

—Tá falando sério? - Perguntei.

—É claro! Vai ser um prazer ter você lá! - Johnny disse.

Não pensei em outra coisa além de dar um abraço bem forte nele. Então, assim eu fiz. Obrigada, Johnny. Você salvou minha vida, outra vez

𝐃𝐚𝐝𝐝𝐲 𝐈𝐬𝐬𝐮𝐞𝐬 • Robby KeeneOnde histórias criam vida. Descubra agora