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Meu pai saiu do quarto, e eu estava prestes a explodir de raiva.
Soquei o travesseiro, aquilo...as brigas com meu pai me enchem o saco! Cansa muito, e ele continua comparando a vida dele e a da minha irmã, com a minha!

Eu peguei no sono, fiz o mesmo que ontem.
Não comi, só me arrumei e fui para a escola.

—Você tá bem? - Miguel perguntou.

—Você lutou mais? - Demetri perguntou olhando para a minha mão.

—Não. - Respondi. Eu acabei treinando sozinha, digamos que nao foi muito bom. Machucou mais do que se fosse no dojô.

O sinal tocou, entramos na sala. Samantha fez dupla comigo.

—Desculpa pelo papai...e pelo Kyler também. - Ela disse.

—Já passou. Se eu não for direto para a casa, fala para a mamãe que eu fui para a casa do Miguel. - Falei e me concentrei na aula.

Ela se fazendo de sonsa, me irritou muito! Foi culpa dela, ela que levou o idiota, e ela sabe de tudo que ele ja fez!

A aula de biologia acabou, intervalo.

Peguei minha comida e me sentei do lado dos garotos.

—Que raiva! - Demetri diz, todos olhamos assustados para ele.

—Morri de novo. - Ele estava jogando.

—Enfim...Vai voltar para o dojô? - Miguel me perguntou.

Se eu vou voltar? Depois do meu pai ficar puto comigo, depois de ter me machucado inteira, depois de brigar dentro da minha casa?

—É lógico. - Falei.

Miguel deu um sorriso, teriamos que treinar, e correr para colocar a fantasia.

Fomos para o dojô.

—É, sensei, quando a gente vai aprender a dar aqueles chutes maneiros? - Miguel perguntou.

—Quando souberem pelo menos usar as mãos. - Ele disse.

—Mas nós já sabemos! - Miguel falou.

Então o sensei o golpeou.

—Sabe mesmo? - O sensei disse.

Ele preparou dois manequins de pancadas.

—Quero que imaginem que é a cabeça de quem vocês mais odeiam! - Ele falou.

Eu imaginei Kyler, por mais que no fundo, eu tenha pensado no meu pai.

—Agora, soquem! - Ele falou.

Era um soco pior que o outro.

—Que merda é essa... - O sensei ficou com uma cara de decepção...

—Aquecimento, 80 abdominais! - Ele falou com a mão no queixo.

—Eu não consigo fazer nem 30! - Miguel disse.

—Então está na hora de melhorar. - O sensei falou, eu e Miguel nos posicionamos e começamos.

Na vigésima meu corpo já não estava respondendo direiro.

—Querem passar vergonha enquanto brigam com seu inimigo? - Johnny falou.

—Vocês são uns covardes! - Johnny agarrou nossos pés no chão.

—Vocês são capazes? - Ele gritou.

Eu poderia jurar que minha cabeça parecia explodir.

—Setenta e nove...Oitenta! - O sensei contou.

Caímos no chão, mas Johnny já nos fez levantar logo.

—Agora soquem, sem compaixão! - Sensei gritou.

—Vocês querem ser os merdinhas? Querem ser os mais esquisitos da escola? - Ele continuou gritando.

𝐃𝐚𝐝𝐝𝐲 𝐈𝐬𝐬𝐮𝐞𝐬 • Robby KeeneOnde histórias criam vida. Descubra agora