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Naquele momento, eu poderia jurar que odiava meu pai. Ver o Robby sendo levado, mexeu comigo.
E de repente vieram várias perguntas na minha cabeça.
Quanto tempo ele vai ficar?
Vai demorar muito?
Será que ele vai ficar bem?
Ele vai passar fome?
Os caras vão brigar com ele?
Ele tá com raiva de mim?

Eu não tenho resposta para nenhuma.
A Shannon parecia desesperada, eu olhei para meu pai, com desaprovação e entrei no carro.
Eu sei, era o certo a ser feito, mas eu não queria isso. O tempo que ele ficou foragido já não poderia ter sido suficiente?

Eu pedi para ser deixada no Hospital, preciso ver Miguel.

Eu fui na recepção, e entrei no quarto do Miguel. Ele parecia meio abalado.

—Oi... - Eu falei.

Ele me olhou e deu um sorriso pequeno, claramente forçado.

—Os médicos disseram que eu posso não voltar a andar. - Ele falou.

—O que? Não! Eles não sabem! - Falei.

—É o mais provável. - Ele disse.

—Não, Miguel. Eles são médicos, não videntes. - Falei.

A médica disse que o meu tempo de visita já acabou. Então eu me despedi de Miguel e voltei para casa, de táxi.

Mandei algumas mensagens para Robby, na esperança de que ele me respondesse.

Por que eu estou tão preocupada?
Eu deveria odiá-lo. Não consigo.

Meu pai ligou para Robby, no telefone do reformatório, mas quando ele percebeu que era o meu pai, desligou.

—Eu falei que eu quem deveria falar. - Falei.

—Por que ele te escutaria? Vocês não se odiavam? - Meu pai falou.

—Porque eu entendo ele, e ele me entende. Coisa que muitas pessoas nem se esforçam a fazer por mim e por ele. - Eu falei, e então subi para meu quarto.
Liguel o computador...Anda Robby, me responde....

Lembrei da nossa última conversa, na festa.

"—Eu achava que...você seria mais chata. - Ele falou.

—E eu achava, que você era um garoto mimado, playboy, que se acha por tudo. - Eu havia falado.

Ela tinha formado uma expressão, claramente me julgando pela primeira idéia que tive dele.

—Mas errou. - Então, ele disse.

—Talvez não. - Eu zoei com ele."

Mas depois, também lembrei da briga.
Ele e Miguel, no segundo andar, lutando feito leões, por território.
Eu levei um soco no rosto, rasgando. E quando olhei para cima, Robby empurrou Miguel de lá. Eu sabia que não tinha sido por querer. Ele tem seus defeitos, mas, Robby nunca mataria alguém.
Eu ouvi o grito agoniante do Miguel, o desespero da Tory e da Samantha.
Quando vi que Robby estava prestes a fugir, eu corri com o Falcão atrás dele.

E depois, as coisas no dojô pioraram. Foi Johnny quem me ensinou tudo que eu sei, e colocaram ele para fora.

No dia em que o expulsaram, eu não estava. Depois disso, não fui mais nenhum dia. Estava complicado para ir.
Não teria Johnny, minha mãe proibiu Karatê, Miguel não saía da minha cabeça, Robby também. Ficou tudo péssimo. Eu adoeci, do nada. Qualquer esforço e eu desmaio.
Não deveria ter sido assim.

𝐃𝐚𝐝𝐝𝐲 𝐈𝐬𝐬𝐮𝐞𝐬 • Robby KeeneOnde histórias criam vida. Descubra agora