Era mesmo caso para dizer: "Today I don't feel like doing anything". Ao ouvir o despertador tocar pela milésima vez, Evelyn resignou-se à ideia de ter mesmo de se levantar. Despediu-se da almofada com mais um minuto de sono, e decidiu por fim sair da cama, de vez. Saída da casa de banho, e tratada a higiene, Evelyn vestiu o uniforme rasco do Colégio. "Linda como sempre" disse ela, aumentando o próprio ego junto ao espelho.
– Evelyn! - Gritou o seu pai, talvez pensando que Evelyn ainda estivesse a dormir.
Antes de sair do quarto, o seu telemóvel quase esquecido sobre a mesa-de-cabeceira, vibrou. Deu passo e meio atrás, e pegou-lhe. "Deve ser uma mensagem dele", suspirou. Os seus olhos arregalaram ao ver que não se tratava de uma mensagem mas sim de quase meia dúzia. Não esteve para perder mais tempo. Atirou o telemóvel para cima da cama, e saiu para a cozinha, esperançosa de ir a tempo de tomar um bom pequeno-almoço.
– Bom dia pai! - Saudou-o, enquanto este lia o jornal e bebia o seu café matinal.
– Já estás atrasada Evelyn! - Resmungou. "Obrigado pelos Bons Dias" murmurou - O que disseste?
– Nada - Enfiou uma colher de cereais na boca, esquivando-se ao assunto
– Olha, antes que me esqueça... Hoje uma amiga de há muitos anos vem a nossa casa mais o filho. E vão ficar cá hospedados durante uns tempos! Vieram há pouco do Denver.
– O quê? - Disse Evelyn, um pouco confusa com a notícia inesperada - E ias-te esquecer de me contar isso é?
– Vá, não sejas mal-humorada. Quero que os recebas bem, acabaram de passar por um divórcio! - Avisou-a
– Está bem, está bem - Respondeu Evelyn, já olhando para o relógio
[...]
Logo depois de atravessar os portões do Colégio, Evelyn lembrou-se de ir ao cacifo antes da aula. Pelo corredor, Noah, o seu namorado tempestuoso, pôs-se no seu caminho.
– Precisamos de falar - Disse bruscamente - Não viste as minhas mensagens?
– Desaparece-me da frente! - Respondeu Evelyn, sem o conseguir encarar diretamente
– Amor, não quero deixar as coisas assim - Insistiu - Vamos falar anda! - Pegou-lhe no pulso
– Larga-me Noah! Tu larga-me! É melhor nem me apareceres mais à frente - Evelyn soltou-se e virou-lhe costas.
O toque de entrada suou logo de seguida, e a única coisa que se ouvia era o eco metálico das portas dos cacifos a serem fechadas e uma multidão de alunos, a dirigirem-se para as respetivas salas. Evelyn foi então ao seu cacifo, mas assim que o abriu deixou alguns livros caírem no chão. Agachou-se para os apanhar, e sem dar conta, sobrepôs a sua mão a uma outra. Os seus olhos de um profundo castanho esverdeado fizeram dos dela prisioneira.
– Eu ajudo-te! - Disse o rapaz amavelmente. O linear perfeito dos seus lábios carnudos, puxou um leve sorriso. Evelyn sentiu-se tentada a fazer a mesma expressão.
– Não te incomodes - Tarde demais. Assim que Evelyn o disse, já ele estava em pé pronto a devolver-lhe os livros - Obrigada - Disse ela, agradecida
– Não tens de quê! - Pisco-lhe o olho, deixando-a sem jeito - Já agora, chamo-me Ashton, e sou novo aqui nesta escola... Será que me podias ajudar a encontrar a sala onde vou ter aula? - Perguntou, coçando a nuca
– E eu chamo-me Evelyn. E claro que te posso ajudar. Qual é a sala que procuras?
– Sala 23... - Respondeu sorridente
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evelyn | irwin
FanfictionOs seus caminhos cruzaram-se, e a vida trocou-lhes os planos. Houveram noites longas e acordadas. Mãos dadas em silêncio. Conversas com os olhos. Mas houve o depois: a vida e a realidade, sombras e fantasmas. E um amor que, de repente, já não tinha...