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Tanto Evelyn como o namorado, ficaram a olhar estupefactos para Ashton que por sua vez, continuava a segurar firmemente no pulso de Noah.

– Então é com violência que descarregas frustrações? - Questionou Ashton, a Noah, soltando-o da mão

– Tu - Disse, afastando-se, indo embora à próxima esquina

Ashton olhou para Evelyn, ainda receosa. Estendeu-lhe a mão, para a ajudar a levantar-se do chão, onde permanecia imóvel. Esta não aceitou o gesto, e orientou-se por conta própria.

– Costuma ser sempre assim é? - Perguntou-lhe Ashton, sarcasticamente

– Foi apenas um mal-entendido - Disfarçou Evelyn friamente

– Chamas a isso um mal entend... - Antes que ele pudesse concluir o que ia dizer, ela virou-lhes costas, num sinuoso "Vou para casa, já se faz tarde"

Para seu cúmulo, Ashton seguiu-lhe cada passo. Alguns momentos depois, Evelyn encarou-o raivosa.

– Pára! - Gritou

– Com o quê?

– De me seguir! - Respondeu ela de punhos e maxilares cerrados.

– Na verdade eu acho que... - Mais uma vez foi deixado a falar sozinho.

"Mas ele ainda continua?", Interrogou-se Evelyn, olhando sobre o ombro. Travou e virou-se carrancuda para ele, que por sua vez, mordia os lábios para não rir.

– Aiii! - Guinchou - Mas tu vais continuar ou quê?

– Ou quê? - Respondeu

– O quê? Olha que eu chamo a polícia... Eu grito... Eu... Desaparece - Ameaçou ela - Vai-te embora vai!

– Evelyn eu não me posso ir embora!

– Porquê? - Perguntou ela, um tanto curiosa

– Porque vamos os dois para o mesmo sítio! A tua casa

– Tu? Para minha casa? O quê?

– O teu pai não te avisou de nada? - Então Evelyn lembrou-se das palavras de seu pai "Hoje uma amiga de há muitos anos vem a nossa casa mais o filho" – A minha mãe já me tinha falado de ti, então reconheci-te logo assim que me disseste o teu nome!

– Porque é que não me disseste nada? - Perguntou constrangida

– Ia-te dizer à saída da última aula. Mas assim que passaste os portões do Colégio, perdi-te de vista... Então depois ouvi-te gritar - Explicou-se ele, coçando a nuca. Parecia ser algum tique irritante. Pois assim que acabava de se coçar, fazia um género de hair-flip balançando o cabelo de um lado para o outro, de modo a pô-lo no seu devido lugar.

"Mas será que ele tem sempre de fazer isto com o cabelo?", Pensou Evelyn.

Embora ela tivesse achado uma enorme e estranha coincidência o aluno novo ter logo ficado a hospedar precisamente em sua casa, Evelyn deixou-se de desconfianças. Seguiu com ele o resto do caminho até casa. Observava a postura serena de Ashton. A sua cabeça ligeiramente inclinada para o chão e as suas mãos resguardadas entre os bolsos do casaco, faziam-na crer que ele estava completamente à parte da realidade. "Obrigado por há bocado. Estás bem?" Murmurou Evelyn, relembrando o ato heroico dele. Ashton assentiu com um ligeiro sorriso nos lábios, retornando o seu olhar para o chão.

[...]


Pelo jantar, olhares indiscretos giravam entre Kellee, Ethan e Ashton. Pois, Evelyn fitava melancolicamente, o garfo sobre o prato... Estendeu a mão para alcançar o seu copo de água, mas deixou-o entornar na mesa.

– Desculpem eu vou para o meu quarto - Disse Evelyn, abandonando a refeição.

– Ela não está muito feliz por nos ter aqui pois não? - Lamentou Kellee a Ethan

– Eu conheço a minha filha, posso jurar que não é isso que a está a perturbar, só não sei o que é - Disse Ethan

"Sei eu", pensou Ashton, suspirando. - Eu... Também vou

Acreditando ser Noah, a razão da melancolia em Evelyn, Ashton procurou conversar com ela. Embora não a conhecesse, estava a par da situação. Batucou à porta, e pediu permissão para entrar. Não obteve permissão, mas acabou por entrar na mesma. Deparou-se apenas com vazio, pois aparentemente ela no quarto não estava. Ao sair, algo o fez recuar. Um som contínuo de água a escorrer. Sentiu-se demasiado tentado a descobrir de onde vinha, até que deu de contas com uma outra porta, mesmo ao lado de um enorme roupeiro. Aproximou-se da mesma a passo leve... "O que estás a fazer?", Despertou no preciso momento em que a porta se abriu.

– Ashton?

– Evelyn... Eu...

– AAAAH! - Gritou ela em pânico

Assim que ele saiu à velocidade da luz, Evelyn deixou-se cair na cama de tanto rir. Sentiu algo duro e metálico debaixo da cabeça. Alcançou-o com a mão, e era apenas o seu telemóvel, com mais milhentas mensagens e chamadas não atendidas.

– Noah, Noah, Noah, Noah, Noah, Noah e... Noah - Dizia ela, vendo de quem eram – O quê? Ava? - Clicou no botão para ler a mensagem

"Eve amor, amanhã vou tentar aproximar-me do Ashton. Ele é mesmo lindo e súper simpático. Também, depois do desgosto de amor que tive, penso que vai ser bom conhecer alguém. E tu? Como estás? Não chegaste a explicar-me direito essa historia das manchas negras no braço" - Antes de ler mais, decidiu por bem nem responder "O que vai ser quando ela souber que ele está mesmo em minha casa? Pois, o melhor é mesmo nem saber", murmurou ela, afagando a cabeça sobre a almofada.



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evelyn | irwinOnde histórias criam vida. Descubra agora