33 - Unwritten

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[ Unwritten - Natasha Bedingfield ]

POV MON

Saí da casa de Sam com o coração em pedaços, mal conseguindo acreditar nas palavras duras que ela havia dirigido a mim. Sam sempre foi meu apoio, meu porto seguro, a pessoa que sempre esteve ao meu lado nos momentos mais difíceis. E ouvir tudo aquilo vindo dela, alguém que eu amava tanto, era devastador. As lágrimas escorriam livremente pelo meu rosto enquanto andava pelas ruas, sentindo um vazio profundo se instalar em meu peito.

Cada passo que dava, sentia uma mistura de dor, raiva e tristeza. A dor de ver Sam sofrendo daquele jeito, a raiva de não conseguir ajudá-la e a tristeza de perceber que, apesar de todo o meu esforço, ela ainda estava presa em seu próprio abismo. Mas ao mesmo tempo, havia uma determinação crescente dentro de mim, uma chama que recusava-se a apagar.

Havia sido uma covarde a vida inteira, sempre me escondendo, sempre permitindo que outros tomassem as decisões por mim. Minha mãe foi a pessoa que sempre manipulou minha vida, ela decidiu tudo que eu deveria fazer e quem eu deveria ser. E agora, estava em uma posição onde eu não podia mais permitir que essa covardia me definisse. Estava farta de me sentir impotente, de me ver como uma peça passiva no jogo cruel de outros. Eu não toleraria mais essa posição.

Essa noite, chorei até não ter mais lágrimas. Mas enquanto as lágrimas secavam, uma nova força começou a emergir. Não podia, não ia, ceder. Sam precisava de mim, mesmo que ela não quisesse admitir. E eu não ia abandoná-la, não ia deixá-la afundar ainda mais na escuridão. Precisava ser forte, precisava ser a rocha que ela podia se agarrar quando tudo mais parecia desmoronar.

No dia seguinte, acordei com uma determinação renovada. Voltei para a casa de Sam, mesmo sabendo que ela poderia me rejeitar novamente. Não importava. Minha missão era clara: ajudá-la a superar essa dor, e nada iria me impedir, nem mesmo ela.

Assim que abri a porta, encontrei-a sentada no sofá, os olhos fixos em algum ponto distante. Seu rosto estava pálido e cansado, como se a própria vida estivesse sendo drenada dela. Senti uma pontada de dor, mas forcei um sorriso e entrei.

"Bom dia, Sam" disse, tentando manter a voz firme e calma.

Ela não respondeu, apenas me olhou com aqueles olhos vazios que partiam meu coração, mas uma luz de surpresa era visível, ela não esperava me ver ali. Respirei fundo e me aproximei, sentando ao seu lado.

"Não importa o que você diga, nem mesmo o que faça, eu não vou a lugar algum. Eu não vou me afastar de você, não vou deixá-la, não vou deixar ninguém te machucar. Chega de você fazer as coisas por nós duas, eu amo você com todo meu coração e te ver bem é o único objetivo da minha vida de agora em diante!" Disse firme, ela ouvir tudo de maneira supresa, talvez até mesmo um pouco envergonhada.

Ela soltou um suspiro, mas ainda assim, não disse nada. Aproximei-me mais, segurando sua mão.

"Sam, você sempre foi minha força. Agora é minha vez de ser a sua. Você não está sozinha."

Aos poucos, senti sua mão apertar a minha. Era um gesto pequeno, quase imperceptível, mas foi suficiente para me dar esperança. Não importava o quão difícil fosse, não importava quantas vezes ela me empurrasse para longe, eu não ia desistir.

Houve um momento em particular que nunca esquecerei. Estávamos deitadas na cama, a escuridão do quarto nos envolvendo. Sam estava adormecida, mas eu estava acordada, observando-a. As lágrimas silenciosas escorriam pelo meu rosto enquanto sussurrava para ela, mesmo sabendo que ela não podia ouvir.

"Eu te amo, Sam. E vou fazer tudo o que for necessário para te ajudar a passar por isso. Não vou desistir de você, não vou te abandonar. Você é minha vida, meu amor, e não vou deixar que essa dor nos destrua."

Ecos da TormentaOnde histórias criam vida. Descubra agora