30 - Brave

176 40 4
                                    

[ Brave - Sara Bareilles ]

POV MON

Parecíamos duas adolescentes incapazes de controlar os próprios hormônios. Os poucos dias que ficamos sem nenhum contato pareciam ter virado séculos, como se precisássemos nos conhecer novamente. Decifrávamos cada centímetro de nossos corpos arrepiados, a respiração quente de Sam estremecia minha pele nua. Não existia pressa, ou conflitos, não existia nada além daquele prazer compartilhado.

Sam se movimentava com habilidade, removia minhas peças de roupas sem que eu ao menos percebesse. Seu toque firme transmitia tanta saudade quanto seus beijos vorazes. Estar nos braços de Sam era como encontrar um oásis no meio de um deserto árido e implacável. Ela, por si só, era um sopro de vida, uma proposta irrecusável, uma promessa de dias melhores.

Sua boca ávida contornava meus seios enquanto uma de suas mãos empunhava meus cabelos com firmeza, sua outra mão explorava cada dobra da minha intimidade, ritmando seu toque embebido em minha excitação. Todos os meus sentidos respondiam à Samanun. Cada partícula minha reagia à sua presença.

Eu mordia seu ombro direito, buscava controlar meus gritos de satisfação enquanto arqueava meu quadril em desespero. O peso de seu corpo dançava enquanto estocadas frenéticas criavam um fluxo ritmados sobre mim, dentro de mim.

Uma energia animalesca tomou conta do meu ser. Minha garganta rosnava em torpor, as unhas fincadas nas costas de Sam com descontrole. Sua respiração falhada em meu pescoço eliminava o resquício de sanidade que me restava. Um gemido vibrou ao transpassar meus dentes cerrados, minha boca sendo calada por um beijo ardente em seguida. Precisei de alguns minutos para retomar meu fôlego e parte da consciência. Eu nunca imaginei que o sexo poderia ser tão grandioso, tão sufocante e libertador em ironia.

O tempo que passei afastada de Sam foi um misto de dor e anseio profundo. A cada dia sem ela, sentia como se uma parte de mim estivesse ausente. A dor da distância que nos separava era aguda e constante, quase como uma ferida aberta que não cicatrizava. Cada momento sem Sam era uma lembrança dolorosa do que eu tinha perdido, e a saudade se infiltrava em meus pensamentos como um veneno silencioso.

O amor, porém, era o que mantinha a esperança viva. Mesmo na dor, o amor que sentia por Sam era um farol, uma luz que me guiava através da escuridão da nossa separação. Era como se o amor e a dor fossem dois lados da mesma moeda, indissociáveis e igualmente intensos. Sabia que a profundidade do meu sofrimento era um reflexo direto da profundidade do meu amor por ela.

Sentia falta de seu toque, do calor reconfortante que sua presença trazia. O desejo de estar novamente ao lado dela era avassalador, uma necessidade visceral que não podia ser ignorada.

O anseio pelo reencontro pareceu não se diminuir. Quanto mais eu tinha de Sam, mais eu queria possuir. Me deleitar, me embriagar de seu aroma, provar todos os seus sabores, tocar cada curva de seu corpo. Eu havia encontrado tudo, tudo que sempre sonhei e tudo que nunca mereci.

Não saciadas, fomos para o banheiro da suíte de Sam. A atmosfera purificada por nossos risos e embalada por juras de amor e beijos profundos. Nosso contato era denso, o medo se dissipando aos poucos através de línguas fluentes, passos sincronizados e desejo mútuo.

A água quente caindo sobre nós, intensificava o calor de nossas carnes. Sam foi encurralada ao box, sua silhueta desenhando a forma perfeita de seus quadris, o contraste das gotas de água com o vapor era como uma tela, onde a figura da mulher da minha vida era carimbada sobre o vidro temperado. Nua, entregue, e de pernas abertas sendo sugada por toda minha gula.

Ecos da Tormenta Onde histórias criam vida. Descubra agora