NOTA
• Alerta de gatilho: depressão e confronto 🚨
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[ Demons - Imagine Dragons ]
POV MON
Três meses depois...
Os últimos três meses foram um verdadeiro inferno. A cada dia que passava, sentia o peso esmagador da responsabilidade e da dor. Ver Sam naquela situação era insuportável. Minha namorada, a mulher que eu amava mais do que tudo, estava definhando diante dos meus olhos, e eu me sentia impotente para ajudá-la.
Desde a demissão, Sam não era mais a mesma. A injustiça que sofreu no hospital a devastou de uma maneira que eu nunca poderia ter imaginado. Ela, que sempre foi tão forte e determinada, agora estava quebrada. Não se alimentava direito, não saía de casa há semanas. Eu fazia o possível para estar presente, basicamente morando na casa dela, mas nada parecia ser suficiente.
A pressão dentro da empresa também não dava trégua. Eu ainda estava lidando com a busca incessante por mais provas concretas para usar contra minha mãe. Cada dia era uma batalha, tentando sondar os membros do conselho, procurando aliados, enquanto lidava com a constante ameaça de Pohn. Mas, por mais difícil que fosse, nada se comparava à dor de ver Sam naquele estado.
Lembro-me de uma noite em particular, uma noite que ainda me assombra. Sam estava especialmente deprimida, e eu tentava, de todas as maneiras, tirá-la daquele abismo. Mas ela estava irredutível, afundada em sua própria dor. Tentei conversar, mas tudo o que consegui foram palavras duras, cheias de amargura e desespero.
"Você não entende, Mon!" gritou ela, os olhos cheios de lágrimas. "Você não sabe o que é perder tudo pelo que trabalhou a vida inteira. Você não sabe o que é ser humilhada dessa maneira! Você sempre teve tudo de mãos beijadas, nunca colheu nada unicamente pelo seu esforço e dedicação. Então não venha até aqui com essa pose superior me dizer o que devo ou não fazer ou como devo me sentir com tudo isso!"
Eu fiquei calada, sentindo cada palavra como um golpe. Sabia que ela estava sofrendo, mas ouvir aquilo doía mais do que eu podia suportar. Sem dizer nada, a arrastei para o banheiro. Ela resistiu, mas eu estava determinada. Precisava cuidar dela, mesmo que ela não quisesse.
Liguei o chuveiro e a coloquei debaixo da água morna. Sam chorava e se debatia, mas eu continuei. Em certo momento ela se acalmou e finalmente pude fazer o que estava ao meu alcance, lavando seu corpo com cuidado, tentando transmitir todo o amor que sentia por ela através de cada toque. Quando terminei, a enrolei em uma toalha e a levei para a cama. Dei-lhe os medicamentos que o psiquiatra havia prescrito, e ela adormeceu rapidamente.
Fiquei ao lado dela, observando-a dormir. As lágrimas escorriam pelo meu rosto, silenciosas, enquanto a dor me consumia. Sentia-me impotente, incapaz de aliviar o sofrimento da pessoa que mais amava. A noite parecia interminável, e eu chorei até não ter mais forças, até cair ao seu lado e abraçá-la com todo amor que podia oferecer.
Os dias seguintes não foram diferentes. Sam continuava em seu estado de apatia, e eu fazia o possível para cuidar dela. Cozinhava suas refeições favoritas, tentava animá-la com pequenas surpresas, mas nada parecia funcionar. Ela estava presa em um ciclo de dor e desespero, e eu não sabia como quebrá-lo.
A cada tentativa fracassada, sentia uma angústia crescente. Era como se um muro invisível nos separasse, e cada esforço para derrubá-lo apenas aumentava a frustração. Eu queria arrancar Sam daquela escuridão, mas parecia que nada do que eu fazia era suficiente. Ela estava perdida, e eu me sentia impotente.

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Ecos da Tormenta
FanfictionNo coração da Flórida, a força implacável de um furacão une os destinos de duas mulheres que, de outra forma, talvez nunca tivessem se cruzado. Samanun Anuntrakul, uma renomada cirurgiã pediátrica, é conhecida por sua competência e compaixão. Criada...