37 - Unlonely

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NOTA

• Decidi ignorar alguns detalhes jurídicos (em vários aspectos) e acelerar a história com sutis passagens de tempo, acredito que não influenciará na lógica dos acontecimentos e facilitará o desenrolar de tudo.
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[ Unlonely - Jason Mraz ]

POV MON

Algum tempo havia se passado desde que tomei a decisão de entregar tudo às autoridades. As provas contra Pohn, Aon, Michael e alguns outros membros do conselho eram robustas, e as investigações haviam levado a uma série de denúncias. Pohn, assim que soube que eu finalmente havia cumprido minhas ameaças, fugiu do país. A matriarca da família Phetpailin estava foragida, com um destino imprevisível. Aon continuava debilitado depois do infarto que sofreu e era atualizado sobre tudo através de seus advogados.

Agora, finalmente, o dia do julgamento havia chegado. Sentia um misto de alívio e apreensão enquanto me dirigia ao tribunal. Sabia que este era um passo crucial para garantir justiça, mas também sabia que enfrentaria momentos difíceis. Minha mente estava um turbilhão de pensamentos, mas uma coisa era certa: precisava levar isso até o fim.

Ao entrar no tribunal, o ar estava carregado de tensão. A presença de jornalistas e curiosos tornava o ambiente ainda mais denso. Sentei-me no banco dos réus, ao lado de minha advogada, Clara Mendes, que me ofereceu um sorriso reconfortante. Ela havia sido minha rocha durante todo esse processo, e sabia que não poderia ter chegado até aqui sem sua ajuda.

Quando o julgamento começou, ouvi atentamente cada acusação, cada testemunho. Aon, ainda internado e incapaz de comparecer, estava sendo julgado à revelia. Pohn, foragida, não estava presente, mas suas ações eram discutidas com detalhes devastadores. Michael, ao contrário, estava ali, sua expressão tensa enquanto as evidências contra ele eram apresentadas.

As acusações contra Pohn, Aon e Michael eram sérias: fraudes, manipulações corporativas, conspirações criminosas e corrupção. As provas que havíamos coletado eram contundentes, e era visível que eles não tinham como escapar das consequências de suas ações.

Eu também estava sendo julgada, mas por crimes menores. Devido minha plena cooperação estava sob acusações de corrupção passiva e sonegação de impostos, ambos decorrentes de meu envolvimento, mesmo que indireto, nos esquemas de Pohn. Clara havia trabalhado duro para garantir que minha cooperação com as autoridades fosse levada em consideração, e eu estava disposta a aceitar a responsabilidade pelos meus erros.

Enquanto o julgamento prosseguia, minha mente vagava entre o presente e o passado. Pensava em Sam, que havia sido meu apoio constante, em Kalil, cuja força e resiliência me inspiravam, em Fon e em todas as pessoas que haviam sofrido por causa das ações de Pohn e Michael. Sentia um peso enorme em meus ombros, mas também uma determinação imensa para garantir que a justiça prevalecesse.

Com a ajuda de Sam eu tive a oportunidade de pedir perdão pessoalmente aos senhores Malik, pais de Fon. Nada jamais justificaria o que um dia fiz e essa culpa eu carregaria para o resto da vida. Eles foram gentis, apesar de deixarem claro que nada que eu fizesse hoje apagaria o sofrimento que sua filha fora submetida. A conversa foi dolorosa, mas eu precisava me redimir e eles precisavam saber de meu arrependimento.

O momento da minha sentença chegou. Ouvi o juiz pronunciar minha condenação pelos dois crimes que havia sido processada. A pena havia sido convertida em multa e serviços comunitários, algo que Clara havia conseguido negociar com base na minha delação premiada e cooperação total com as investigações.

Ecos da TormentaOnde histórias criam vida. Descubra agora