GUILHERME ARANA

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Guilherme Arana era o astro do Atlético Mineiro, conhecido por sua habilidade em campo e por sua personalidade carismática. Ele sabia como cativar a torcida, arrancando aplausos a cada drible e comemorando gols com uma energia que contagiava todos ao redor. No entanto, fora dos gramados, o peso da pressão começava a deixá-lo desgastado, e foi quando o clube decidiu reforçar o time com uma nova psicóloga esportiva, Isabela.

Isabela era uma profissional competente e dedicada. Com 29 anos, tinha conquistado respeito no mundo da psicologia esportiva por sua abordagem calma, mas assertiva. Ela acreditava que o sucesso no futebol não dependia apenas do físico, mas também de uma mente equilibrada e forte. E foi com essa convicção que entrou no vestiário do Galo, pronta para ajudar os jogadores a enfrentar seus maiores medos e inseguranças.

O primeiro contato entre Guilherme e Isabela aconteceu numa tarde de quarta-feira, quando ele havia sido escalado para uma sessão de acompanhamento. Guilherme, que sempre fora um tanto cético quanto a essas questões de "mentalidade", apareceu na sala com um sorriso meio forçado e um ar de quem estava ali apenas por obrigação.

— Você deve ser o Guilherme — disse Isabela, levantando-se para cumprimentá-lo. Ela tinha olhos expressivos e um sorriso gentil, e sua voz carregava uma tranquilidade que parecia penetrar as paredes do escritório.

— Sou eu, doutora — respondeu ele, ajeitando o boné e sentando-se de forma relaxada na poltrona de couro. — Mas pode me chamar de Arana.

— Certo, Arana. Vamos começar falando um pouco sobre o que tem passado pela sua cabeça durante os jogos — sugeriu ela, pegando uma prancheta.

A conversa começou lenta, cheia de respostas curtas e evasivas. Mas havia algo na maneira como Isabela ouvia, como realmente prestava atenção ao que ele dizia — mesmo às entrelinhas — que aos poucos desarmou as barreiras de Guilherme. Sem perceber, ele começou a se abrir, falando sobre as expectativas da torcida, sobre a pressão dos companheiros e, principalmente, sobre como o futebol havia se tornado algo muito maior do que um jogo.

Com o passar das semanas, as sessões se tornaram parte da rotina de Arana. O que antes parecia uma obrigação agora era um momento esperado. Isabela tinha uma capacidade única de fazer as perguntas certas, de abrir espaço para que ele falasse sem julgamentos, e isso trouxe um alívio que ele não sentia há muito tempo. Eles começaram a trocar piadas e histórias da vida fora do futebol, criando uma amizade inesperada.

Durante os treinos, Guilherme passou a se dedicar ainda mais. Ele percebia que o trabalho que fazia com Isabela estava refletindo em sua performance: mais foco, mais calma, mais confiança. Seu talento, que já era evidente, agora parecia brilhar com uma intensidade nova. Seus companheiros notaram, a torcida notou, e o técnico elogiou sua postura renovada.

Mas, enquanto os resultados positivos se acumulavam dentro de campo, fora dele, Guilherme começou a perceber uma mudança diferente. Ele se pegava pensando em Isabela fora do horário de atendimento. Quando ela passava pelo centro de treinamento, trocando algumas palavras com os jogadores, ele sentia um calor inesperado no peito, um desejo de vê-la sorrir, de estar perto dela por mais tempo.

Isabela, por sua vez, mantinha-se profissional. Sabia que criar laços pessoais com jogadores podia ser arriscado. Mas era difícil ignorar a química que surgira entre os dois, a maneira como seus olhares se cruzavam durante as sessões, os silêncios confortáveis que às vezes surgiam. Cada dia, a linha entre o profissional e o pessoal parecia mais tênue, até que uma tarde, depois de uma vitória importante, a tensão finalmente explodiu.

A noite estava fria, e o Atlético havia acabado de ganhar em cima do Cruzeiro, seu rival. No vestiário, a euforia era generalizada, e todos comemoravam com abraços e gritos de vitória. Guilherme, exausto, decidiu dar uma volta fora do tumulto, indo até o jardim interno do centro de treinamento, onde a equipe comemorava.

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