BRUNO HENRIQUE

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A noite estava cheia de glamour e elegância na festa beneficente organizada em prol de um hospital infantil. As luzes do salão de festas refletiam nos vestidos brilhantes das convidadas e nos trajes impecáveis dos homens. Bruno Henriques, atacante do Flamengo, estava lá como um dos convidados de honra, mas sua mente vagava entre cumprimentos e flashes de câmeras. Ele sabia que era uma noite importante, mas algo o distraía.

Do outro lado do salão, Rafaela, com um vestido vermelho deslumbrante, estava conversando animadamente com alguns amigos. Ela não era o tipo de pessoa que frequentava esses eventos com frequência, mas aquela festa tinha um propósito nobre, e ela decidiu que seria uma boa oportunidade para fazer networking e ajudar a causa. A energia no salão estava alta, mas ela se destacava, cheia de confiança e charme, sem saber que, em poucos minutos, tudo mudaria drasticamente.

Bruno, distraído, estava tentando escapar de uma conversa chata quando, sem prestar atenção, deu um passo para trás e trombou com força em alguém. Era Rafaela. O impacto a fez perder o equilíbrio, e antes que pudesse reagir, ela caiu no chão, batendo a cabeça com um som seco contra o mármore.

— Meu Deus, me desculpa! — Bruno gritou, ajoelhando-se ao lado dela, totalmente desesperado.

O salão inteiro ficou em silêncio. Todos os olhares se voltaram para aquela cena no centro da festa. Rafaela estava imóvel no chão, os olhos fechados, enquanto Bruno tentava inutilmente acordá-la. O pânico começou a tomar conta dele.

— Alguém chama a ambulância! — Ele gritou, sem conseguir esconder o desespero em sua voz.

Várias pessoas ao redor já estavam ligando para o SAMU. Bruno continuava agachado ao lado dela, segurando sua mão e repetindo baixinho:

— Por favor, me desculpa, eu não queria…

Os minutos pareciam eternos até que os paramédicos chegaram. Rafaela ainda estava inconsciente quando a colocaram na maca, e Bruno insistiu em ir com eles. Ele não podia simplesmente deixá-la naquele estado, sentindo-se completamente responsável por tudo.

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No hospital, Bruno andava de um lado para o outro na sala de espera, cada segundo uma tortura. Ele estava arrependido de sua distração e preocupado com a gravidade da situação. Depois de quase uma hora, um médico apareceu e informou que Rafaela havia acordado. Aliviado, ele pediu para vê-la, mas não estava preparado para o que viria.

Assim que entrou no quarto, Rafaela o encarou com uma mistura de raiva e surpresa. Ela ainda sentia a dor latejante na cabeça e, ao ver Bruno ali, seu sangue ferveu.

— O que você está fazendo aqui? — ela disse, com a voz áspera.

— Eu… eu queria ver como você estava. — Bruno respondeu, hesitante. — Me desculpa pelo que aconteceu, foi um acidente, eu...

— Acidente? — Rafaela interrompeu, a raiva crescendo a cada palavra. — Você me derrubou no chão como se eu fosse um peso morto! E agora está aqui esperando o quê? Que eu te perdoe? Que a gente finja que nada aconteceu?

Bruno respirou fundo, tentando manter a calma.

— Eu realmente não vi você, foi sem querer. Eu sinto muito, de verdade.

— Ah, claro, deve ser fácil para você, não é? Um jogador famoso, intocável, que acha que pode sair derrubando as pessoas e depois vir com um simples “desculpa”. — Ela disse, com sarcasmo evidente. — Sabe o que você pode fazer? Ir embora. Agora!

Ela olhou para os médicos que estavam entrando no quarto e, com raiva, ordenou:

— Tirem ele daqui, por favor. Eu não quero ver esse homem!

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