IMAGINE JOGADORES

RAPHAEL VEIGA

Juliana sempre sonhou em trabalhar com fisioterapia esportiva. Desde pequena, assistia aos jogos de futebol ao lado de seu pai, fascinada pelo esporte, mas nunca imaginou que um dia trabalharia com os ídolos que via na TV. Então, quando conseguiu o estágio no Palmeiras onde Raphael Veiga jogava, ela sabia que precisaria manter a calma e agir com profissionalismo.

No primeiro dia, os corredores do centro de treinamento eram um verdadeiro formigueiro. Jogadores, técnicos e outros funcionários iam e vinham, enquanto Juliana caminhava ao lado de Clara, sua supervisora. O nervosismo se instalava em seu estômago, mas ela tentava manter o foco. Clara era experiente, prática e eficiente. Caminhava rápido, explicando cada detalhe com firmeza.

— A reabilitação aqui é intensa, Juliana. Mas não se preocupe, você vai se sair bem. Comece devagar, observe, aprenda — disse Clara, com um sorriso encorajador, enquanto abria a porta da sala de fisioterapia.

No centro da sala, deitado em uma maca, estava ninguém menos que Raphael Veiga. Ele estava distraído, mexendo no celular, mas levantou a cabeça quando Clara e Juliana entraram.

— Bom dia, Raphael. Esta é Juliana, nossa nova fisioterapeuta. Ela vai te ajudar hoje — Clara disse, com um sorriso amigável.

Raphael olhou de relance para Juliana, com aquele sorriso que ele costumava dar em entrevistas, uma mistura de simpatia e descontração.

— Oi, prazer — ele disse, de forma educada, mas voltando rapidamente a atenção para o celular.

Juliana sorriu nervosamente, tentando manter a calma. Afinal, ele era só mais um paciente. Ela respirou fundo e se aproximou.

— Oi, Raphael. Como está se sentindo hoje? — perguntou Juliana, tentando parecer profissional.

— Ah, estou bem. Só quero voltar logo pro campo — ele disse, jogando o celular de lado e se sentando. — Você é nova aqui, né?

— Sim, é o meu primeiro dia — ela respondeu, com um sorriso contido. — Espero que eu não faça nada errado.

Raphael riu. — Relaxa. Eu sou um paciente tranquilo. Só quero voltar a jogar. Vamos nessa?

Clara riu e deu um leve tapinha no ombro de Juliana antes de sair. — Boa sorte, vou deixar vocês dois se virarem.

Assim que Clara saiu, Juliana começou a explicar os exercícios de reabilitação que Raphael precisaria fazer naquele dia. Ele a ouviu atentamente, o que a surpreendeu. Ela esperava uma atitude mais desinteressada, mas Raphael parecia comprometido.

— Então, você precisa reforçar os músculos ao redor do tornozelo. Vai ser um pouco desconfortável no início, mas aos poucos a força volta — ela explicou, enquanto ajustava os pesos para o exercício.

Raphael fez uma careta quando começou a mexer o tornozelo. — Desconfortável é pouco... Isso aqui dói mais do que levar um carrinho em campo.

Juliana riu. — Faz parte do processo. Você vai agradecer quando voltar a jogar sem dor.

Conforme a sessão avançava, os dois trocaram poucas palavras. Juliana estava focada, tentando não deixar que o fato de estar tratando uma estrela do futebol a afetasse. Raphael, por outro lado, parecia interessado em conhecê-la um pouco mais.

— Você curte futebol? — ele perguntou, enquanto fazia um exercício de alongamento.

Juliana deu de ombros. — Mais ou menos. Cresci assistindo aos jogos com meu pai, mas nunca fui tão fanática.

— Hm, interessante. Quase todo mundo que trabalha aqui é louco por futebol — ele comentou, olhando para ela com uma expressão curiosa. — Como veio parar aqui, então?