GUZMÁN RODRIGUES

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Pedido da: AliciaSantos506

Guzman Rodrigues, um jogador promissor, deixa seu time de infância, o Nacional, para se juntar ao maior rival, o Peñarol, em uma tentativa de salvar sua carreira. Enfrentando a desconfiança dos torcedores e dos colegas de equipe, ele tem que provar seu valor em campo.

O técnico do Peñarol é o único que acredita nele, mas a filha do técnico, Luísa, observa cada passo de Guzman com desconfiança, convencida de que sua presença no time é um erro.

À medida que a temporada avança, Guzman percebe que o verdadeiro desafio não será apenas vencer jogos, mas também lidar com a tensão crescente entre ele e Luísa, que esconde sentimentos e segredos que ele não consegue decifrar.

O treino havia terminado há meia hora, mas Guzman ainda estava no campo, chutando bolas sozinho, tentando afastar a pressão que parecia apertar cada vez mais seu peito. O sol já começava a se pôr quando ele decidiu voltar ao vestiário, sentindo cada gota de suor correr pela sua testa. Mal tinha cruzado a porta, encontrou Luísa parada, de braços cruzados, olhando diretamente para ele.

Luísa: (com uma expressão de desafio) "Você acha que ficar até mais tarde vai fazer alguma diferença? Ainda vai ser o mesmo traidor quando o apito final soar."

Guzman: (respira fundo, tentando manter a calma) "Eu não pedi para estar aqui, Luísa. Se pudesse escolher, eu estaria do outro lado da cidade, com a camisa que realmente significa algo pra mim."

Luísa: (dá um passo à frente, encarando-o) "Mas você está aqui. E, gostando ou não, vai precisar provar que merece essa vaga."

Ele a observa, sem saber se a raiva que sente é dela ou de si mesmo por estar ali. A tensão entre eles era palpável desde que ele havia sido contratado. Ela era filha do técnico, conhecia o time como ninguém, mas não fazia questão de esconder que achava que a presença de Guzman ali era um erro.

Guzman: (desvia o olhar por um instante, a voz mais baixa) "Acha que eu não sei o que todos pensam de mim? Que sou apenas um 'inimigo' que se vendeu? Se estou aqui, é porque preciso disso. Não sabe o que é... ter que deixar tudo o que você ama pra trás por algo maior."

Luísa: (surpresa pelo tom vulnerável, mas sem baixar a guarda) "Então, por que veio? Dinheiro? Fama? Ou só pra esfregar na cara do meu pai que ele fez a pior escolha da carreira dele?"

Guzman: (se aproxima, o olhar firme) "Eu vim porque não tinha outra escolha. Você pode me odiar o quanto quiser, Luísa, mas eu estou aqui para lutar. Por mim. E, no fim, vou provar que posso ser mais do que um traidor."

Ela sente a intensidade das palavras dele, mas não quer ceder. Sabe que o time inteiro está observando Guzman, esperando um erro, e ela não queria que seu pai ficasse marcado por uma decisão errada. Mas ali, no olhar determinado dele, há algo que a desarma, que a faz hesitar.

Luísa: (desvia o olhar, mexendo nervosamente no cabelo) "Eu só... não quero que ele sofra as consequências se você falhar."

Guzman: (a voz suaviza) "Eu não vou falhar. Nem por mim, nem pelo seu pai. E nem por você."

Por um momento, o silêncio se instala entre eles, carregado de algo que nenhum dos dois sabe exatamente o que é. Ele dá um passo para trás, quebrando a tensão, e começa a tirar a camisa suada do treino.

Luísa: (hesita, mas antes de sair, olha para trás) "Espero que suas palavras sejam verdadeiras, Guzman. Por todos nós."

Ela sai, deixando-o sozinho no vestiário. Ele fecha os olhos por um instante, tentando afastar a imagem dela da cabeça, e se senta em um dos bancos, sabendo que aquela luta, dentro e fora do campo, estava apenas começando.

Naquela mesma semana, após um treino particularmente intenso, Guzman recebeu um convite inesperado: o técnico queria que ele fosse a um jantar na casa dele. Para sua surpresa, quando chegou ao endereço, viu Luísa na porta, claramente desconfortável. Ela o encarou como se ele fosse o último convidado que esperava ver ali.

Luisa: "O que você está fazendo aqui?" perguntou ela, a voz afiada como uma lâmina.

Guzman: "Seu pai me convidou," respondeu Guzman, tentando manter a calma apesar do gelo na recepção. Ele podia sentir o desagrado dela como uma parede entre os dois.

Luisa: "Isso não faz sentido," murmurou ela, afastando-se para deixá-lo entrar. "Ele não costuma convidar jogadores para jantares em família."

Dentro da casa, o ambiente era acolhedor, com a mesa posta e o cheiro de comida caseira no ar. O técnico o cumprimentou com um sorriso amigável, quebrando a formalidade que normalmente mantinha no campo.

Técnico: "Quero que você conheça minha família, Guzman. Se vamos confiar um no outro, é melhor que saiba quem somos fora do campo também," disse o técnico, servindo o vinho.

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Enquanto Guzman agradecia ao técnico pelo jantar e se dirigia para a porta, sentia o peso dos olhares de Luísa nas suas costas. Aquela noite tinha sido um teste — não apenas em relação à aceitação do técnico, mas também à resistência de Luísa em aceitá-lo. Ele sabia que, para ela, ele não passava de um invasor no santuário familiar, uma ameaça constante ao mundo seguro que ela conhecia.

Antes de alcançar a saída, ele se virou. Luísa estava parada perto da porta, os braços cruzados, o olhar fixo nele, desafiador e ao mesmo tempo, por um breve instante, vulnerável. Talvez fosse o vinho, talvez fosse o cansaço acumulado dos treinos, ou talvez fosse algo mais profundo que ele não queria admitir, mas antes que pudesse se deter, deu dois passos rápidos em direção a ela.

Guzman: (olhando-a intensamente, a voz rouca) "Eu sei que você não confia em mim, mas isso... isso não pode continuar assim."

Sem dar tempo para que ela respondesse, Guzman a puxou pela cintura, colando seus corpos, e beijou-a com uma intensidade que ele próprio não esperava. O beijo foi quente, desesperado, como se ele precisasse provar algo que nem ele entendia totalmente. Por um instante, Luísa pareceu resistir, suas mãos se ergueram para empurrá-lo, mas então ela cedeu. O toque das bocas se aprofundou, e o mundo ao redor desapareceu, deixando apenas o calor daquele momento.

Mas tão rápido quanto começou, o beijo terminou. Luísa o empurrou de volta, os olhos arregalados de surpresa e raiva.

Luísa: (a voz trêmula, o rosto corado de fúria e confusão) "Você... está louco? Como ousa?!"

Guzman deu um passo atrás, o peito subindo e descendo rápido, tentando encontrar palavras que justificassem o que acabara de fazer. Mas não havia justificativa, e ele sabia disso. Apenas sentiu que tinha que fazer aquilo, que o silêncio entre eles estava se tornando insuportável, que aquela tensão precisava ser quebrada de algum modo.

Guzman: (respirando fundo) "Eu... Eu não sei por que fiz isso. Mas eu sei que não vou pedir desculpas."

Ela o encarou, perplexa, e então, sem dizer mais nada, abriu a porta da casa com um movimento brusco. Ele entendeu o recado: era hora de ir embora. Sem mais uma palavra, Guzman atravessou a porta, mas antes de sair, lançou um último olhar para Luísa, que continuava ali, com o peito ofegante e os olhos queimando de um misto de raiva e algo que ele não conseguia definir.

Quando a porta se fechou atrás dele, Guzman sabia que algo havia mudado entre os dois. Não sabia se para melhor ou para pior, mas algo irremediavelmente havia sido quebrado — ou talvez começado — naquele beijo. Enquanto caminhava para casa, o gosto dos lábios dela ainda estava nos seus, e ele sabia que, dali em diante, o desafio que enfrentaria não seria apenas o do campo de futebol, mas o de entender os sentimentos contraditórios que Luísa despertava nele.

Fim.

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⏰ Última atualização: Nov 17 ⏰

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