EVERALDO

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O sol do final de tarde se esvaía no horizonte, deixando para trás um céu tingido de laranja e rosa. Everaldo estava no vestiário, seus músculos ainda tensos da última partida. O Bahia tinha vencido, e ele tinha marcado o gol decisivo. Mas agora, depois da adrenalina do campo, o silêncio do estádio vazio trazia uma calma quase desconfortante. Ele sabia que Jéssica estava lá fora, esperando. Ela sempre vinha.

Jéssica, sua amiga, por outro lado, estava nervosa. Não era a primeira vez que se encontrava com Everaldo depois de um jogo, mas algo naquela noite parecia diferente. Havia uma tensão entre eles, algo não dito, como se o espaço ao redor estivesse prestes a se contrair, aproximando-os de um jeito inevitável.

Quando Everaldo saiu do vestiário, ele a viu encostada na parede, o sorriso tímido no rosto, mas os olhos brilhavam de uma maneira que ele não podia ignorar. Ele se aproximou devagar, os passos ecoando no corredor vazio.

— Você viu o jogo? — ele perguntou, tentando manter a conversa leve, apesar do peso da atmosfera entre eles.

— Claro. Como eu poderia perder? Você estava incrível — respondeu Jéssica, o rosto se iluminando ainda mais.

Everaldo sorriu, um daqueles sorrisos que Jéssica sempre achou encantadores. Havia algo nele que misturava confiança e gentileza de uma forma única. Eles caminharam juntos para fora do estádio, onde a noite já caía.

A lua cheia iluminava o caminho, e quando chegaram ao estacionamento, o silêncio se tornou quase palpável. Everaldo parou ao lado de seu carro, virando-se para ela.

— Jéssica... — começou ele, a voz mais baixa. — Acho que tem algo que a gente precisa conversar.

O coração de Jéssica disparou. Ela sabia que algo estava por vir. Aquela tensão acumulada nos últimos meses, todas as conversas, os olhares, as brincadeiras que sempre iam um pouco além. Mas antes que pudesse responder, Everaldo deu um passo à frente, e a proximidade entre eles aumentou.

Ele ergueu uma mão, pousando-a suavemente no rosto dela, o polegar roçando de leve sua bochecha. Jéssica prendeu a respiração, o coração acelerado. O toque dele era quente, e o olhar de Everaldo parecia mergulhar no dela.

Sem mais palavras, ele inclinou-se e, com delicadeza, seus lábios encontraram os de Jéssica. O beijo começou suave, exploratório, mas logo se aprofundou, uma faísca acendendo algo mais intenso entre eles. Jéssica envolveu os braços ao redor do pescoço de Everaldo, puxando-o para mais perto, sentindo o calor de seu corpo contra o dela.

As mãos dele começaram a deslizar pelas costas dela, inicialmente hesitantes, mas logo encontraram a cintura de Jéssica, puxando-a contra si com mais firmeza. O desejo entre os dois era palpável agora, e as mãos de Everaldo exploravam cada curva, sem pressa, mas com uma urgência que fazia Jéssica perder o fôlego. Ela podia sentir o coração dele batendo forte, em sincronia com o seu.

As "mãos bobas" de Everaldo encontraram a cintura dela, deslizando por suas costas, puxando-a para mais perto, sem deixar dúvidas sobre o que ele sentia. Jéssica, por sua vez, respondeu com um leve gemido entre os beijos, suas mãos também explorando o corpo forte dele, sentindo a firmeza dos músculos que antes brilhavam no campo.

Quando finalmente se afastaram, ofegantes, Jéssica abriu os olhos, encontrando os dele, que brilhavam à luz da lua.

— Isso foi... — ela começou, sem encontrar as palavras.

— Acho que era inevitável, né? — ele disse com um sorriso, ainda ofegante, o polegar acariciando levemente a cintura dela.

Eles riram juntos, o riso suave e íntimo, como se aquele momento pertencesse apenas a eles, um segredo compartilhado sob as estrelas. A conexão entre eles estava mais forte do que nunca, e ambos sabiam que aquele era apenas o começo de algo novo.

Fim.

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