KEVIN DE BRUYNE

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Kevin De Bruyne é um dos jogadores mais talentosos de sua geração. Visto por muitos como o cérebro por trás de seu time, ele tinha a habilidade de transformar uma jogada comum em um espetáculo. Mas fora do campo, Kevin era um homem comum, reservado, que raramente deixava transparecer seus sentimentos mais profundos. Isso até conhecer Mariana.

Mariana era uma jovem jornalista brasileira que havia conseguido uma vaga para cobrir a temporada de futebol na Europa. Ambiciosa, inteligente e apaixonada pelo que fazia, seu objetivo era simples: dar voz às histórias além das quatro linhas. Ela acreditava que todo jogador tinha uma vida além dos gramados, e essas eram as histórias que ela queria contar.

Certo dia, Mariana foi designada para cobrir uma coletiva de imprensa do Manchester City, time no qual Kevin jogava. Ele estava sentado no centro da mesa, a postura relaxada, mas os olhos atentos. Quando Mariana fez sua pergunta, algo nos olhos dela chamou a atenção de Kevin.

- Kevin, você sempre menciona que o futebol é um trabalho em equipe, mas nos momentos decisivos, você parece carregar o peso do time nos ombros. Como você lida com isso?

Kevin ficou em silêncio por alguns segundos, surpreso com a profundidade da pergunta. Ele estava acostumado a jornalistas fazendo perguntas genéricas, mas essa parecia diferente.

- Eu acho que... - começou Kevin, medindo as palavras. - No final do dia, todos nós sentimos a pressão, mas somos treinados para isso. Eu confio nos meus companheiros de time. A pressão só existe porque queremos vencer, e é isso que nos motiva.

Mariana sorriu, satisfeita com a resposta, mas não parou por aí.

- E fora de campo? Como lida com as expectativas das pessoas em relação à sua vida pessoal? Você sente a mesma pressão?

Kevin ficou visivelmente desconfortável. Era raro ele falar sobre sua vida pessoal. Ele olhou rapidamente para o agente ao seu lado, que estava prestes a intervir, mas Kevin levantou a mão.

- Todos têm expectativas, - disse ele lentamente. - Mas fora de campo, eu sou só o Kevin. Só um homem comum.

Após a coletiva, Mariana sentiu uma espécie de curiosidade crescente sobre Kevin. Ela havia entrevistado muitos jogadores, mas nunca alguém que tivesse uma aura tão enigmática. Dias depois, para sua surpresa, ela recebeu um e-mail de um dos representantes de Kevin. Ele queria conceder uma entrevista exclusiva. Aquilo era raro.

No dia marcado, eles se encontraram em um café discreto no centro de Manchester. Kevin estava vestido de forma simples, quase como se quisesse passar despercebido. Ele sorriu levemente ao vê-la.

- Mariana, não é? - disse ele, enquanto puxava uma cadeira. - Gostei das suas perguntas. São... diferentes.

- Espero que isso seja algo bom, - ela respondeu, rindo.

A conversa fluiu naturalmente. Ao contrário da formalidade das coletivas de imprensa, Kevin parecia mais à vontade. Ele falou sobre sua infância na Bélgica, sobre como o futebol sempre foi sua paixão, mas também sobre os sacrifícios que fez ao longo do caminho.

- Às vezes, - disse ele, olhando pela janela, - eu me pergunto o que teria acontecido se eu tivesse escolhido outro caminho. Se eu não fosse jogador de futebol. É uma vida que exige muito, sabe?

- Acho que todos nós nos perguntamos isso em algum momento, - disse Mariana, compreendendo o peso de suas palavras. - Mas você parece alguém que faz o que ama.

- E você? - Kevin perguntou, virando-se para ela. - Ama o que faz?

- Amo, - Mariana respondeu sem hesitar. - Mas, como você, às vezes me pergunto se fiz as escolhas certas. Estar tão longe de casa, da minha família... tem um custo.

Kevin assentiu, entendendo perfeitamente o que ela queria dizer. Eles conversaram por horas, e algo além do profissional começou a surgir entre os dois. Havia uma conexão inexplicável, uma química silenciosa que ambos sentiam, mas não ousavam verbalizar.

Dias se passaram, e as entrevistas entre Kevin e Mariana se tornaram mais frequentes. Eles começavam a sair juntos após os jogos, jantando em lugares tranquilos, longe das câmeras. Mariana o via de uma forma que poucos viam: vulnerável, humano.

Certa noite, enquanto caminhavam à beira do Rio Irwell, Kevin parou subitamente, olhando para o reflexo das luzes na água.

- Mariana, eu preciso te dizer algo, - disse ele, com a voz baixa. - Eu não sou bom com palavras, especialmente fora do campo. Mas... eu sinto algo por você.

Mariana olhou para ele, o coração acelerando.

- Kevin, eu também sinto. Mas... - ela hesitou. - Nossas vidas são tão diferentes. Você é uma estrela mundial, e eu sou só uma jornalista tentando se encontrar nesse mundo.

Ele riu, suavemente.

- Você não é "só" nada, Mariana. Você me vê como ninguém mais vê. Com você, eu sou só Kevin, e isso é tudo o que eu quero ser.

Eles se aproximaram, e Kevin segurou sua mão com delicadeza.

- Talvez nossas vidas sejam diferentes, mas isso não significa que não possamos encontrar um jeito de fazer isso funcionar, - ele disse, os olhos azuis fixos nos dela.

Mariana suspirou, sabendo que as palavras dele eram verdadeiras, mas também ciente dos desafios que enfrentariam.

- Vamos com calma, Kevin. - disse ela, sorrindo

Depois da "breve" declaração do Kevin, eles dois se sentaram em um banco de um parque próximo do Rio Irwell.

O silêncio entre eles não era desconfortável, mas cheio de uma expectativa palpável. Kevin olhava para Mariana, os olhos dela refletindo a luz da lua, e sentiu seu coração acelerar.

Ele hesitou por um momento, como se procurasse as palavras certas, mas então desistiu de falar. Em vez disso, ele se inclinou lentamente, os olhos fixos nos dela, buscando qualquer sinal de que aquilo era o que ela também queria. Mariana não recuou. Seu coração batia tão forte que ela achou que ele poderia ouvi-lo.

Quando seus rostos estavam a centímetros de distância, Kevin sussurrou, quase como um pedido:

- Eu posso...?

Mariana sorriu, e antes que pudesse responder, fechou os olhos e encurtou a distância entre eles. Seus lábios se encontraram com suavidade, como se o mundo ao redor tivesse desaparecido. O beijo era terno, uma mistura de nervosismo e desejo, mas, acima de tudo, parecia certo.

O toque dos lábios de Kevin nos de Mariana era suave, quase como uma descoberta. Ambos ficaram ali, por um momento que parecia eterno, sentindo o calor um do outro, sem pressa, apenas desfrutando da delicadeza daquele primeiro contato.

Quando o beijo se desfez, seus rostos ainda estavam próximos. Mariana abriu os olhos devagar, e os de Kevin já a observavam, intensos e calmos ao mesmo tempo. Ele sorriu, meio sem jeito, como se aquele momento fosse algo que ele estava esperando há muito tempo, mas não tinha certeza de como lidar.

- Eu... não sabia que isso ia ser tão... - começou Kevin, mas Mariana o interrompeu com um sorriso brincalhão.

- Tão o quê? - perguntou, arqueando uma sobrancelha.

- Tão perfeito, - respondeu ele, sem hesitar, sua mão ainda segurando a dela.

Mariana sentiu as bochechas corarem, o sorriso permanecendo em seus lábios.

- Acho que vamos ter que descobrir como lidar com isso, - disse ela suavemente.

- Eu estou disposto, - Kevin respondeu, sua voz firme, mas com um brilho de expectativa nos olhos.

Mariana apenas assentiu, sabendo que, naquele momento, algo entre eles havia mudado para sempre.

Fim.

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