CAPÍTULO 34

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JUNGKOOK

Eu estava encostado na lateral da porta, braços cruzados e o olhar fixo na cena à minha frente. Não disse nada, só observei. Minjun estava colado a Jimin, os bracinhos envolvendo-o com força, como se temesse que ele pudesse desaparecer se o soltasse. E, honestamente, eu entendia. Alguma coisa naquele momento me desmontava. Era um aperto no peito, um tipo de emoção que eu não conseguia nomear.

Minjun parecia feito para caber nos braços de Jimin. Era como se aquele fosse o único lugar no mundo onde ele se sentia completamente seguro. Ver isso me acertou de um jeito que eu não esperava. Uma mistura de sentimentos que eu nem sabia como começar a organizar. Havia algo de tão puro ali, algo que transcendia palavras e me fazia perceber o quanto Jimin já havia se tornado parte de nossas vidas, mesmo que eu nunca tivesse admitido isso até agora.

Os olhos de Jimin estavam úmidos, como se as lágrimas estivessem à beira de cair, mas ele sorria. Não era o sorriso controlado que ele usava para o mundo lá fora, aquele que parecia uma armadura. Esse era diferente. Era honesto, livre, como se, por um momento, todo o peso que ele carregava tivesse sido deixado de lado.

Minjun sempre teve essa coisa de transformar qualquer ambiente. Ele tinha esse brilho, essa capacidade de fazer tudo parecer mais leve. Mas, desta vez, era diferente. Ver Jimin tão desarmado, tão genuíno, me fez enxergar algo novo. O sorriso dele falava mais do que qualquer palavra poderia dizer.

E foi ali que percebi. Jimin não era apenas alguém que estava ajudando, que estava presente por circunstâncias. Ele parecia fazer parte daquele espaço, daquela dinâmica, como se sempre tivesse pertencido a ela.

Apesar de parecer tão vulnerável, havia uma força silenciosa nele. Era como se ele estivesse enfrentando uma tempestade por dentro, mas ainda segurava firme a pequena luz que era Minjun. Eu não sabia por que, mas aquilo me atingia mais do que deveria. Muito mais.

— Você tá bem, hyung? — Minjun perguntou, a cabecinha inclinada para o lado, a voz doce carregada de preocupação. Ele era tão pequeno, mas havia algo na maneira como olhava para Jimin que parecia ultrapassar qualquer limite de entendimento. Ele não apenas ouvia; ele sentia.

A pergunta me pegou de surpresa. Minjun tinha essa sensibilidade que muitas vezes escapava até dos adultos. Era como se ele enxergasse através do que estava sendo dito, captando o que realmente importava. Quando Jimin respondeu, sua voz era calma, mas não escondia o cansaço. Ele se esforçava para soar seguro, mesmo claramente exausto. E, ainda assim, ele colocava Minjun acima de tudo. Essa generosidade me atingiu. Era impossível não admirar alguém que, mesmo no limite, ainda encontrava força para ser uma âncora.

— Agora que você chegou, tô muito melhor. — A voz de Jimin saiu baixa, quase um sussurro, mas com uma sinceridade que encheu o ambiente. Eu não sabia se ele falava isso para tranquilizar Minjun ou se vinha de um lugar ainda mais profundo, de uma verdade que ele não conseguia esconder. Mas, de qualquer forma, aquelas palavras pareceram aliviar um pouco do peso que pairava entre nós. Por um breve instante, tudo parecia certo. Como se, de alguma forma, estivéssemos exatamente onde deveríamos estar.

Minjun abriu um sorriso satisfeito com a resposta de Jimin, os olhos brilhando com aquela alegria pura que só uma criança pode expressar. Ele segurou firme a mão de Jimin, como se soltá-lo não fosse uma opção. Havia algo entre eles que eu não conseguia compreender completamente. Não era algo que se pudesse construir com esforço ou planejamento; era espontâneo, genuíno, como se Minjun soubesse, sem precisar de palavras, que Jimin era um porto seguro. Um tipo de conexão que transcende explicações. Algo que apenas era. E isso só tornava tudo ainda mais especial.

Me peguei refletindo sobre como tudo aquilo tinha acontecido. Jimin tinha surgido em nossas vidas de maneira tão inesperada, quase como uma coincidência qualquer, mas agora parecia impossível imaginar um dia sem ele por perto. Era como se ele sempre tivesse feito parte disso tudo, como se sua presença preenchesse um espaço que eu nem sabia que estava vazio. Ele não era importante apenas para Minjun — isso era óbvio. Se eu fosse sincero comigo mesmo, tinha que admitir que ele também havia se tornado essencial para mim. E isso, de algum jeito, me assustava.

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