Lágrimas dos condenados

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Desculpa a demora dessa vez o motivo de sumir era idiota não e nada sério dessa vez.

Tenho uma notícia no final que vocês devem gostar.

~{27}~

Dazai mal teve tempo de reagir antes que uma xícara envolta por um brilho escarlate voasse em sua direção. Curvou-se rapidamente, ouvindo o som agudo dos cacos de vidro se espalhando pelo chão de cimento do lado de fora.

Dazai respirou fundo e ergueu os olhos, encontrando a fúria desenfreada de Chuuya. O brilho vermelho que o envolvia iluminava o ambiente de forma sinistra, oscilando como chamas saídas do próprio inferno. Os olhos vazios, cheios de lágrimas, com os quais Dazai havia se familiarizado dolorosamente nos últimos meses, ardiam como chamas.

"Chuuya..." Dazai murmurou, levantando as mãos em um gesto de rendição enquanto dava um passo hesitante pela porta. "Eu..."

"Eu não tenho nada para te dizer!" Chuuya gritou, sua voz carregada de tensão e mágoa enquanto mais objetos começavam a flutuar ao seu redor. "Você é um mentiroso!"

Dazai franziu os lábios brevemente, mantendo-se no canto mais afastado do cômodo. "Eu sei... Mas até isso é uma mentira." Dazai se encolheu ao ouvir o grunhido baixo e ameaçador que escapou da garganta de Chuuya. "Escuta, só me deixa explicar! O que eu quis dizer é: você tem coisas a dizer, mas está com medo das consequências. Se eu puder garantir que não haverá consequências, você vai me contar tudo?" 

"Você vai fazer o mesmo?"

Dazai deveria ter previsto essa pergunta. "Sim, mas—" Sua resposta foi interrompida por um grito e a visão de outra caneca vindo em sua direção. Ele se abaixou a tempo, ouvindo o som do impacto contra a parede. Pelo menos Chuuya ainda tinha o cuidado de não jogar suas canecas favoritas ou aquelas que ganhou de presente da Agência.

"Eu não quero ouvir suas desculpas! Só quero que você seja sincero!" Chuuya bufou, tentando inutilmente esconder as lágrimas ao passar as mãos pelos olhos. Mas, assim que secava uma, outra tomava seu lugar, deixando claro que sua raiva estava misturada à dor.

Chuuya estava apavorado.

Chuuya temia se perder novamente, porque sabia, no fundo, que se aquela chama se apagasse mais uma vez...

Ela não voltaria a acender.

"Está bem. Sem desculpas, só uma conversa." Dazai disse suavemente, avançando um ou dois passos até a mesa de jantar, puxando a cadeira onde havia se sentado naquela manhã. Chuuya, no entanto, recuou. Chuuya preferiu se manter ao lado da pia, onde tinha fácil acesso à "munição" caso precisasse se defender ou atacar.

O silêncio que se seguiu era denso, quase sufocante, enquanto ambos buscavam as palavras certas. A raiva de Chuuya havia se transformado em uma ebulição contida, mas Dazai se mantinha alerta. Dazai sabia que, naquele momento, Chuuya era a própria definição de instabilidade emocional.

"Você é um idiota." Chuuya começou, e Dazai quase sorriu com tristeza ao ouvir o insulto familiar, mas havia prometido ser honesto. "Eu sei..."

Quando Chuuya permaneceu em silêncio, Dazai quase pensou que ele deixaria o assunto morrer ali. Mas um único olhar para a expressão conflituosa do ruivo fez seu coração apertar. "Eu quero a verdade agora... Sobre você."

Dazai respirou fundo e assentiu, recostando-se na cadeira enquanto buscava as palavras certas."É uma história longa... Mas vamos começar pelo básico. Eu sou Osamu Dazai, o original." Dazai disse com cautela, mantendo o olhar fixo no outro. "E também, seu antigo parceiro... Desde que tínhamos quinze anos."

Imagens Distorcidas, Memórias Distorcidas {Tradução pt-br}Onde histórias criam vida. Descubra agora