Capitulo 30

813 52 3
                                    

Escultava tudo, lutava para abrir os olhos, estava imóvel. Senti Stiles me tirando daquele porão, escultei a emoção da Jessica ao reencontrar com o filho, ouvi conversas preocupadas da Jessica e o Stiles, agora sentia que meu corpo estava deitado, o cheiro de mofo me revelou que eu estava no A Cúpula. Tive tempo suficiente para lidar com a morta da minha mãe.

_Já faz quatro meses Jessica, precisamos fazer algo para salva-la - a voz do Stiles estava impaciente - Não posso viver sem ela.

_Ela ta bem Sty, o coração dela e do bebe estão batendo normalmente, a inconsciencia é o corpo dela lidando com o veneno e o poder da adaga ao mesmo tempo.

_Ela já esta com sete meses de gestante, ela precisa acordar antes da criança nascer!

_Calma, vai ficar tudo bem. Vá dormir, eu vou para o meu quarto.

Minutos depois o silencio reinou novamente, continuei forçando meu corpo à reagir, consegui meses um dedo ou dois, já era um grande alívio. Eu conseguia ouvir o vendo, sentir a gravidade, a rotação da Terra. Tudo passava muito rápido, esses quatro meses eram importantes, perdi toda a emoção da guerra. Escutava as histórias de quando eles voltavam de alguma batalha, ouvia gemidos de dor de quando tinham que reemendar alguem, sabia que eles haviam comprado o hotel e o reformado, queria poder ver como ficou. Eu estava praticamente morta.

Naquela manha Stiles queria que eu me hidratasse de qualquer maneira, pegou uma seringa, encheu com agua e jogou em minha garganta, desobedecendo a regra, feita pela Jess, de não me alimentar.
Aquilo foi como um choque para quem estava em parada cardíaca, foi como um antidoto. Retomei o folego fazendo barulho e me sentei em um pulo.

_Stiles? - eu repetia com a voz roca, ele me olhava com aquele sorriso sapeca.

_Amy, eu não... Eu não acredito - ele me abraçou chorando - Eu te amo.

E lá estava, a frase mais forte e decidida, eu te amo. Dei um sorriso e retribui o abraço.

_Eu também te amo.

Ele passou a mao em meu rosto e me beijou, depois beijou minha barriga que, nossa! Como estava grande, eu sentia o bebe crescendo todo esse tempo, mas não sabia que estava tao grande. O bebe precisaria de um nome em breve.

_Um nome - minha voz ainda estava roca - Temos que escolher um nome.

_Não, não primeiro vamos avisar a Jess que você acordou.

Segurei o braço dele.

_Serio Sty, eu quero escolher o nome, é importante pra mim. Ela pode esperar.

_Ok, no que pensou?

_Em uma homenagem, se for menina faremos uma homenagem a mulher que perdemos, se for um menino faremos uma homenagens aos nossos pais.

_Que tal, Sam de Samuel?

_Sammy, Samuel e Myck meu pai adotivo. E se for menina?

_Quero homenagiar minha mae, Clara.

_Anna Clara? - lembrei-me da Luna - Quero muito homenagiar minha melhor amiga.

_Então esta decidido, se for menino será Sammy e se for menina, Anna Clara.

Ele me abraçou. Stiles me ajudou a levantar e me levou até o quarto da Jess, que contia um berço no canto perto a janela.
Ela tinha deixado o cabelo crescer, antes batia em seu ombro, agora estava batendo na barriga. Quando entrei ela estava abraçada em um homem, supostamente seu marido, ele era alto, careca e tinha tatuagens pelo corpo. Jessica correu para o abraço assim que me viu, ela estava emocionada quase chorou.

_Eu sabia que você ia ficar bem meu anjo.

_Só estou um pouco assustada com o tamanho da minha barriga - eu sorri - E seu filho como ele ta?

_Ele ta ótimo, ta deitadinho alí, fez seis meses ontem.

Me soltei do abraço e me aproximei do berço, Caio era lindo, tinha olhos azuis e cabelos loiros o sorriso dele era perfeito, combinava com o brilho dos olhos.

_Oi Caio - brinquei com ele e ele abriu um grande sorriso - Vai ficar tudo bem de agora em diante.

Almoçamos, fomos até a cachoeira para adimira-lá. Stiles estava me abraçando com a mão repousada na minha barriga, Caio brincando de jogar as pedrinhas na agua, Jessica e seu marido Daniel estavam abraçados também. Estávamos rindo e adimirando o momento, seríamos falta da Mary, Anna, Samuel, Harley e Vanessa. Mas precisamos continuar.
Por mais que as coisas ficam difíceis, por mais que percamos entes queridos, devemos erguer a cabeça e continuar lutando por aquilo em que acreditamos. Só assim valerá a pena.

Passei a mão em minha barriga e disse calmamente.
_Temos uma esperança, temos motivos para continuar.

Lua de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora