Serendipity

Onde se troca isso?

Legal que eu já comecei com esse relacionamento de paciente colorida, porque nós não somos assumidamente nada além de paciente e psicóloga, sendo vida loca e quebrando tudo, né? Mas antes quebrar aqui do que quebrar o abajur da minha vozinha e ela descobrir que eu fiz isso porque estava fazendo amor fortemente com essa morena linda de olhos verdes.

Nunca fui de aprontar. Minha mãe nunca teve que ir até a coordenação do meu colégio porque eu apertei o extintor de incêncio, nem correr para o hospital por eu ter me metido em alguma grade e ficado entalada no meio. Mas as vezes eu sinto falta de ter essas histórias pra contar. Quebrar as regras também faz parte da vida. A gente precisa sentir na própria pele a adrenalina de fazer aquilo que é proibido. Mas resolvi escutar meus pais com medo da maldição do "eu te falei" e do "se estivesse me obedecido, isso não teria acontecido". Isso tá parecendo música do Fábio Jr., pra ouvir os pais e essas coisas, mas eu queria dizer que as pessoas deveriam ter orgulho de suas cicatrizes. Vejo alguns amigos com cicatrizes por cair de bicicleta, skate, patinete e não gostam delas. Alguns têm uma por algum problema de saúde tipo apendicite e problemas no coração... Mas será que eles nunca perceberam que as cicatrizes mostram pra gente que somos mais fortes do que aquilo que tentou nos derrubar?

Eu acho um charme encontrar marquinhas, ligar sinais do corpo... Vocês sabiam que lá em Cuba a gente chama esses sinais de lunares? Sempre que eu penso nisso me dá uma ideia de que marquinhas são pequenos pedaços de estrelas dentro da gente. Pode ser que seja uma ideia romântica das coisas, é bem provável que seja, principalmente se quem estiver me lendo nesse momento for estudante de medicina ou médico formado. Psicólogos também poderiam concordar com isso dizendo que estou com complexo de RBD, justificando o "porque amar es algo celestial" ou citando alguma frase da Susana Vieira, que é uma rainha que brilha com luz própria, tem mais de 100 milhões de pessoas que a amam e não tem paciência com quem está começando. Mas é bonito pensar dessa forma, viu?

Lauren se levantou da cama tirando as cobertas de cima dela e aí pude ver que ela só colocou a parte de baixo do pijama para dormir. Fiquei olhando-a arrumar as coisas que pegamos emprestado da cozinha da pousada, tentando não desviar meus olhos para os seus seios, só pra ela não me achar uma completa tarada, porque de qualquer forma ela já havia conseguido ligar o interruptor do meu corpo e o acendido. Deus sempre faz as coisas com um propósito, não é? Descobri que o bico dos seios dela tem outra atribuição: a de hipnotizar quem os vê e tá difícil resistir.

Me aproximei devagar dela, abraçando-a por trás, tocando em sua pele suave, dando beijinhos em suas costas. Ela se virou ficando de frente pra mim, envolvendo-me pelo pescoço. Roçou seu nariz no meu e me beijou lentamente apertando-a entre meus braços e acariciando sua cintura. Seus seios encostando nos meus, ainda que eu estivesse coberta com seu casaco, me deixavam mais aflita. Ela enroscou seus dedos no meu cabelo e me guiou entre nossos lábios. Acho que ela gosta de tomar as rédeas de situações como estas, mas primeiro gosta de conhecer o terreno... E eu vou adorar mostrar o terreno pra ela.

Apertei seu bumbum pressionando-a em meu corpo e senti sua mão me libertando. Encostei meus lábios nos dela sorrindo e ouvi ela aspirar o ar.

"Teu cheiro é tão bom..." fechei os olhos enquanto ela pronunciava cada palavra com a voz rouca e puxava meu lábio.

"Logo agora que eu ia te convidar pra tomar banho comigo?" Eu ri e ela riu junto comigo.

"Hahaha, mas essa é uma ótima ideia..." Ela colocou as mãos dentro da minha roupa e acariciou minha pele com a ponta dos dedos.

"Vamos tomar banho..." Beijei sua clavícula. "...e depois..." Subi meus beijos arrastando-os até seu pescoço. "...vamos tomar café..." Mordi sua mandíbula. "...e depois..." Passei minha língua pela sua orelha.