Serendipity

Quem bate?

Eu devo ser a única pessoa que estranha o próprio colchão e os travesseiros. Não sei o que acontece comigo que eu não consigo dormir na casa de outras pessoas sem acordar quinhentas vezes. A minha sorte é que agora eu tô abraçadinha com a Lauren e posso fazer carinho, namorá-la só de olhar pra ela e contar suas respirações por minuto. Mas mesmo assim é muito entediante. Nessa hora dá vontade de colocar o celular pra despertar como se eu tivesse esquecido ele sem querer só pra ela acordar e ficar falando comigo. Só não consigo... tadinha, ontem ela trabalhou bastante nessa mudança e seria muita maldade minha fazer isso.

Droga, sete da manhã ainda... O que se pode fazer às sete da manhã sem fazer barulho e sem me mexer? Pior que justamente nessas horas que a gente não pode se mexer, coça até o pensamento e dá dor até aquele músculo que você nem sabia que existia pedindo socorro e pra mudar de posição. E não tem nem TV Globinho pra assistir... se bem que essa hora é hora de Globo Rural. Sou só eu que tenho a sensação de estar sozinha no mundo quando vejo programas que eu não tenho nada a ver? Globo Rural é um desses programas que cada vez que eu vejo tão mostrando uma vaquinha diferente e tocando ao fundo "As andorinhas voltaram e eu também voltei". Morte horrível!

Ter acordado a essa hora me deu vontade de ir ao banheiro. Mas quem disse que eu tenho coragem de voltar naquele banheiro onde passei momentos horríveis sendo aprisionada por uma fantasma? Tá, vou esperar a Lauren acordar. E se eu pegar no sono e faço xixi enquanto eu durmo? Ai não. Imagina fazer xixi enquanto eu durmo na cama do meu amor... Não quero imaginar, não.

Me desvincilhei do abraço dela com cuidado e bem devagar pra não acordá-la, de fininho saí da cama, e fui até a porta no passo do elefantinho. A destranquei e demorei três minutos pra fechar só para me certificar de que não iria fazer ruído algum. Se nada der certo, posso arrumar um emprego de professora de atividades que requerem máxima descrição. Já me daria uma grana legal, não? Levaria a Lauren pra viajar comigo pra Itália e voltar de lá voando feito um balão grande e pesado... que também podemos chamar de "minha barriga".

Acabei indo naquele banheiro possuído mesmo. Falando nisso, nada mais aconteceu e olha que já estamos há mais de 18 horas aqui dentro e nenhuma atividade paranormal suspeita foi presenciada. Acho que quando a gente para de pensar nessas coisas, os pelos nos ovos não aparecem. Nossa, um exemplo terrível...

Voltei para o quarto fechando a porta com mais cuidado ainda, já que pela falta de barulho, acho que só eu estava acordada por ali. Deitei na cama devagar e dessa vez eu a abracei por trás, já que ela dormia de ladinho. Ela havia ido dormir apenas com a camiseta e a calcinha, deixando a calça em cima do criado-mudo que continuava sem nada em cima além da roupa. Me encaixei atrás dela e a envolvi pela cintura, passando a ponta dos meus dedos pelo seu abdômen. Senti sua pele se arrepiar com o meu toque. Elevei minhas mãos até seus seios, tocando-os com suavidade. Ouvi sua respiração acelerar como as batidas de seu coração no mesmo momento em que enchi minhas mãos dela.

Deslizei meus dedos pelo bico de seus seios e passei de leve minha unha, fazendo-a estremecer e gemer baixinho. Colei mais meu corpo no dela e distribuí beijos em seu ombro e sua nuca apenas roçando meus lábios em sua pele. Massageei seus seios apertando-os com cuidado sobre meus dedos.

"Bom dia, meu amor" sussurrei roçando meus lábios em sua orelha. Ela colocou sua mão em cima da minha e então descemos pelo seu corpo até sua calcinha.

"Camz..." ela murmurou com a voz rouca enquanto afundava seu rosto no travesseiro enquanto eu passava meus dedos pela sua intimidade ainda sobre o fino tecido que a cobria.

"Que foi, amor? Não tá gostoso?" sussurrei enchendo-a de beijos.

"Tá..." ela tentou virar seu rosto para mim, mas não deixei. Segui enchendo-a de beijos e torturando com meus dedos na beirada de sua calcinha.