Filhos do Mar - O Despertar

Uma Longa História

Já eram 23:49 quando o garoto voltou a acordar, estava preso a cama com o lençol sobre si costurado, sentado a frente da cama estava Barock com sua pistola em mãos, uma antiga garrucha militar com cano prateado, o garoto tentou se mexer, Barock riu e apontou a pistola pra sua cara.

-Você não vai me matar velho, se fosse fazer já teriam feito enquanto dormia, ou melhor, seu capitão teria feito isso quando atirou em mim - disse ele encarando o homem parando de se mexer.

-Tem razão-disse Barock abaixando a arma-mas você é um demônio bem rapidinho, então não custa precaver...agora espere aqui, vou chamar meu capitão ele quer ter aquela conversinha com você.-encerrou Barock se levantando e saindo do quarto.

O garoto olhou pra todos os lados, pensou e pensou mas não chegou a nenhuma conclusão, do lado de fora conseguiu observar muito bem os detalhes do navio e teve certeza pouco antes de desmaiar que aquele não era um dos navios que imaginava ser, então resolveu esperar o capitão, que não demorou a chegar, entrou no quarto e foi direto a cadeira carregando uma garrafa de rum e dois copos, encheu os dois copos sem dizer uma única palavra e apenas olhou para o garoto sorrindo, logo depois ofereceu-lhe um copo.

-Pegue, beba!-

-Estou preso, não posso pegar nada dessa forma.-

-Então se solte.-

-Você quer conversar, atirou em mim, traiu sua própria palavra, por que não facilita antes que faça besteiras de mais a um ponto que eu não possa parar?-

-Você é um garoto corajoso filho do mar, eu gosto disso, admiro toda essa sua coragem, mas te darei um aviso e somente dessa vez, eu não sou como meus homens, você só conseguiu me golpear por que além de me pegar de surpresa, eu não tinha a intenção de te machucar, mas se não quiser conversar, se tentar uma gracinha as coisas vão ser diferentes entendeu?-

-Sim...-Disse o rapaz controlando a raiva e observou em silêncio o capitão sacar uma adaga e cortar a costura do lençol.-obrigado-respondeu o rapaz enquanto se sentava de frente ao capitão.

-Muito bem, agora por que não me conta sua história?-

-Primeiro me diz onde estou e qual a situação do meu pai, se tiver alguma notícia sobre ele...-

-Este é o Corvo do Mar meu navio, estamos navegando ao lado sul do mar negro, já faz oito dias que passamos da entrada deste mar e 6 dias que passamos pela última ilha mapeada, agora me diga quem é seu pai rapaz.-

-Meu pai é Rubrick Edrick Kinsley, Líder dos Seis barões do mar, Senhor do Reino livre do Oeste, eu sou Damian Edrick Kinsley primeiro filho dele-

O capitão olhou o garoto impressionado, pois já muito tempo não escutava aquele nome, respirou fundo tentando aceitar que a informação era verdadeira e enfim resolveu continuar a conversa:-Bom rapaz, se você está dizendo a verdade e é o filho perdido do demônio Rubro então está 150 anos longe de sua época-

O garoto olhou assustado o capitão, olhou pra baixo, começou a respirar ofegante e perguntou meio abalado:- Como assim 150 anos? Não brinque comigo, me diga o que houve com o meu pai, onde ele está? Em que ano nós estamos?-

-Seu pai...Rubrick Edrick Kinsley morreu com 79 anos a 105 anos atrás, nós estamos no ano 379 ciclo do mar. Seu pai viveu expandindo o império do Oeste pelo Sul e norte, matou Varganth o Barão do Norte, Margus o Rei do Noroeste, assassinou seu próprio irmão Satur após descobrir que ele e os dois barões armaram a emboscada que levou a sua...a morte de seu filho.-