Separação

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Dois baús médios lotados de moedas de ouro, três barris de vinho de Cralgahar, 10 caixotes de legumes juntos de vários sacos de arroz, uma enorme quantidade de munição para canhões recém construídos, velas novas guardadas em um grande baú junto a um armário lotado de mapas pequenos e anotações de viagem em esboços de mapas copiados, parecia que o navio de Alair havia sido feito neste dia, Raskanarys olhava os lucros e gargalhava tão alto que chegava a assustar os que passavam por ali mesmo com a briga terminada, do convés do navio Igor explicava a situação aos guardas do porto mandando irem embora alegando estar tudo sob controle, Glingolt tratou os ferimentos de Alisa rapidamente com o que tinha na hora, Damian ficou sentado observando e pensando no que o fizera reagir tão rápido e ferozmente ao socorro de Alisa.

-Terminei, acho que isso é o bastante garota.- disse Glingolt se levantando e logo depois estendeu a mão oferecendo ajuda a Alisa para levantar e ela aceitou agarrando seu pulso com a mão enquanto ele fez o mesmo com o dela e a puxou até se levantar, assim que levantou ela olhou Damian ainda sentado, se aproximou dele meio sem jeito e disse bem baixo-obrigada.-e na mesma hora ele a olhou deixando de lado seus pensamentos.

-O que disse?-ele perguntou.

-Obrigada-ela disse dessa vez mais alto- eu disse obrigada...não sei o que seria de mim se você não tivesse aparecido.

-Ah...tudo bem, só cumpri com minha promessa-ele respondeu desviando o olhar.

-Pelo que me lembro sua promessa só incluía a tripulação do corvo.

-Eu decido as limitações das minhas promessas quando preciso-disse ele por impulso e ela ficou sem reação, sem ter o que dizer e assim que ele reparou seu rosto ficou vermelho e ele caminhou rápido pra saída do deque disfarçando dizendo meios em jeito-vamos logo!

Alisa não entendeu bem a reação repentina dele mas ficou impressionada com sua resposta, por um momento uma imensidão de possibilidades para explicar aquela resposta passou por sua imaginação e ela quem ficou vermelha como um tomate dessa vez e saiu a passos rápidos do deque sacudindo o rosto tentando esquecer os tais pensamentos enquanto Glingolt somente rio observando os dois- talvez tenhamos o primeiro casamento na tripulação se esses dois continuarem assim- comentou baixo para si mesmo e caminhou pra fora do deque encontrando seus companheiros no convés terminando de recolher os lucros, Igor já havia terminado de falar e convencer os guardas do porto e Raskanarys observava de perto seus homens carregando cada coisa até a carroça que o taverneiro emprestou para carregar através dela o espólio até seu navio.

-O que vai ser feito desse navio capitão?-perguntou Barock subindo a rampa extra posta no lugar da que Igor destruiu.

-Ainda não sei mas tenho algumas ideias-respondeu o capitão olhando em sua direção.

-E quais seriam essas ideias?

-Quando estiverem desenvolvidas te contarei meu amigo, agora vamos voltar ao nosso navio, Igor vai cuidar as coisas por aqui.-respondeu o capitão e Barock aceitou assentindo em resposta e os dois voltaram ao Sea Ravem seguidos de Damian, Alisa e Glingolt .

Enfim no navio sem mais problemas a resolver Raskanarys foi para sua cabine refletir sozinho sobre o que faria a diante sorrindo maliciosamente como se tivesse um daqueles planos malignos pra dominar o mundo o que deixou Memphis apreensivo quando viu seu capitão entrar já com o sorriso em seu navio mas preferiu não se dirigir a ele e foi a Barock perguntar o que havia acontecido e o por que daquele sorriso do capitão e Barock o respondeu com um simples e vago "vai saber" e sorrio da mesma forma que o capitão o que embolou a mente de Memphis mais ainda "vocês vão nos matar dessa vez" pensou e foi em direção a sua cabine revisar os mapas e ver o que tinha nos novos que trouxeram o navio de Alair, Glingolt foi pra cabine improvisada como enfermaria do navio enquanto Damian deitou no canto do convés superior olhando o céu e Alisa foi pra dentro do navio indo até o dormitório da tripulação e deitou-se em uma rede no canto do dormitório, alguns tripulantes a olharam de lado, uns de cara feia, outros com sorrisos maldosos, nem todos tinham a aceitado na tripulação e alguns outros pensavam em se aproveitar dela mas nenhum ousava tocar nela sabendo que alem de ser filha de um amigo do capitão ela era importante para os planos dele e também era a protegida do novo favorito do capitão o que poderia significar morte pra qualquer um que apenas dissesse alguma ofensa a ela.

Filhos do Mar - O DespertarOnde histórias criam vida. Descubra agora