Filhos do Mar - O Despertar

Grande Azul

Foram dias calmos, funções foram trocadas de piratas a pescadores, redes longas e fortes eram lançadas ao mar em busca de peixes e quando eram puxadas de volta ao navio na maioria das vezes voltavam cheias de peixes, os homens estavam comendo novamente, a fome havia acabado, dias calmos chegaram e por vários desses dias não houveram problemas, pescadores das alianças passaram pelo navio, um pequeno pagamento de amizade era feito para garantir a segurança deles porém nada mais que isso, apenas uma quantia que não atrapalhasse o trabalho deles, também encontraram navios rivais, piratas da mesma aliança mas que não eram amigos, eles somente não eram inimigos e passar a uma distância segura era o bastante pra evitar um conflito maior, um desses navios ao passar perto do Corvo do mar foi o famoso Fornalha do Capitão Teronn Bucktins mas que a maioria dos homens insistia em chamar de Caldeirão do mar, um rival do Corvo do mar, mesmo com um rival a frente nada foi feito, os homens sabiam a hora de lutar e sabiam respeitar um guerreiro retornando da guerra e era isso que o velho Corvo do mar mostrava estar fazendo, com remendos improvisados, ainda com vários buracos espalhados pelo casco, e apesar de inimizades ambos lutavam pelo mesmo objetivo, a liberdade do homem, com isso mais dias se passaram e nenhum problema a não ser uma patrulha da marinha de Limpetch uma ilha prisão, fortaleza militar do reino de Hastia do jovem Rei Brinn ou Imperador como gostava de se alto denominar, mesmo assim a patrulha foi evitada, o navio apesar de avariado ainda era muito veloz além do mais havia sido feito pra enfrentar os Chaser's, um dos modelos mais rápidos entre os muitos navios da marinha, foram vários dias viajando no mar, o Grande Azul como era chamado aquelas águas, o Mar do mundo era dividido em 9 partes, cada uma delas era nomeada com uma cor, o maior dos mares era o Grande Azul que ocupava a maior parte do mundo, era dito como a mãe ou pai das águas de onde haviam nascido todos os outros mares e todas as feras e animais que neles vivem, os outros mares ditos como filhos do Grande azul eram o Mar Púrpura, as Águas Douradas, as Águas Reluzente, o Mar Roxo, o Mar de Prata, o Mar de Jade, o Mar de Sangue, segundo mais perigoso do mundo onde o antigo pirata conhecido como Demônio Carmesim fez sua fama, e por último o mais perigoso de todos, o Mar Negro.

Finalmente chegaram a uma ilha portuária, a famosa ilha da Sombra, nomeada assim por estar próxima a entrada do mar negro, era uma ilha pouco visitada pela marinha pôs a maioria dos piratas daquela região viviam lá e piratas de todas as outras regiões passavam por aquela ilha antes de se aventurar no mar negro, uma vez a cada mês a ilha se fechava, todos os piratas iam embora e a ilha era vistoriada pela marinha que enviava uma frota de navios nesse dia, mesmo sendo aleatório o dia da vistoria, ela era feita uma única vez a cada mês e o dono da ilha tinha seus contatos que o mantinham informado das atividades a volta, mesmo as atividades piratas eram vigiadas, a marinha mesmo sabendo dos envolvimentos dos piratas com o dono daquela ilha não podiam prende-lo pois não conseguiam nenhuma prova concreta de seu envolvimento direto com piratas e mesmo que conseguissem não queriam arriscar uma guerra por um único homem, sendo assim as coisas eram bem simples, o porto ficava lotado de navios piratas de diferentes tripulações, esbanjando suas bandeiras no topo do mastro principal com orgulho, todos os tipos de homens de todas as terras espalhados pelo porto, era possível ver o mais variado tipo de armas com cada um dos homens, prostitutas ficavam espalhadas pelo porto se esfregando nos homens que lá permaneciam chamando-os para o bordel na tentativa de conseguir novos clientes, algumas até mesmo faziam seus "serviços" nas áreas mais escuras e escondidas do porto e até mesmo nos navios, a noite naquela cidade era agitada, o movimento em todos os bares estavam abarrotados de gente, as ruas lotadas, musicas agitadas ecoavam juntas fazendo uma bagunça nas ruas com a mistura de melodias distintas, nos bares a situação era contrária uma única melodia tomava conta de cada taverna, ainda assim tanto nas ruas quanto nos bares gargalhadas e gritos eufóricos e agitados se misturavam a toda as barulheiras, em pelo menos um bar de cada rua uma briga se iniciava, não se sabia quem era a vítima ou o culpado, não importava quem havia começado a briga ou quando ela começou só importava que havia começado, eram nas brigas que estavam as verdadeiras festas, e mesmo antes de aportar, todos os tripulantes do Corvo do Mar ja estavam cantando e berrando, alguns apenas proferiram longos palavrões e ofensas sem um alvo para tais palavras, falavam apenas por falar, era algo como um ritual de chegada para esquecer todos os problemas que ficaram pra trás e deixar toda sua atenção apenas para festejar, enquanto isso Barock contava suas economias tentando dividir uma quantia justa pra festejar botando as moedas do lado esquerdo da mesa e uma pra guardar botando as moedas do lado direito mas do lado direito havia apenas 3 moedas enquanto o lado esquerdo ja rinha três sacos de pano lotados, Igor e Memphis faziam anotações juntos do que precisariam comprar pra repor no navio e o que vender do navio, Glingolt tocava uma pequena viola enquanto alguns dos homens o cercavam cantando juntos a sua volta, Damian observava a ilha debruçado na parede da borda do navio sentado em um barril na área do navegador, um pouco mais atrás estava Alisa ainda insatisfeita com sua situação porém um tanto conformada e ao comando do timão estava Raskanarys gargalhando observando cada um de seus homens festejando, assim que chegaram mais perto do porto a festa acabou por um instante, novamente o contra mestre berrou ordens e estalou o chicote no chão para que os homens ficassem atentos, todos correram ainda cantando fazendo suas funções felizes como nunca, quando o navio finalmente aportou todos os homens se calaram, todos voltaram suas atenções a seu Capitão.