Reação

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Pólvora...

Sal...

Água...

Estilhaços voavam por todo lado, os homens berravam, os canhões rugiam, o mar se agitava...

Explosões...

A madeira estalava alto a cada pancada sendo estourada pelas balas de canhões, o Profeta revidou furioso a saraivada de disparos que recebeu do Corvo do Mar, mais pra sua surpresa o Corvo não foi o único a disparar contra seu navio, do outro lado os marinheiros haviam correspondido ao chamado de Damian mesmo que não fossem pra eles cada homem se encheu de coragem ao ouvir suas palavras os chamando para o combate como imaginaram e dispararam contra seu monstruoso adversário e não fosse esse um problema maior o Profeta foi também atingido por tiros disparados do fundo do mar, os disparos pesados subiram atingindo todo o fundo do navio gigantesco que fora perfurado em vários pontos tanto no fundo quanto na lateral, balas de canhões se encontraram no ar se batendo e sendo jogadas em direções opostas e algumas aleatórias, Damian mais uma vez fez uso de uma onda provocada pelo tamanho do corsário ao seu lado e driblou alguns disparos tentando evitar danos graves no navio e conseguiu, mas dessa vez foram 45 canhões de cada lado disparando ao mesmo tempo, o pobre Corvo do Mar fora alvejado sozinho em uma das laterais do Profeta e foi inevitável que alguns homens fossem atingidos por tiros dos canhões ou escombros voando atingidos próximos a eles, durante quase um minuto houveram gritos de desespero e raiva, mesmo os navios da marinha juntos foram bastante danificados e as perdas do seu lado eram catastróficas, sem um navegador ousado e preso a uma formação de defesa os navios da marinha não moveram, fizeram-se de escudo para proteger o navio explosivo e pagaram caro por tal decisão.
Nas costas da popa do navio, quase subindo ao convés superior Barock e seus companheiros se encostaram na parede se protegendo como podiam dos tiros e por bem pouco não foram atingidos, Alisa respirou fundo e segurou o folego quando as balas passaram a centímetros de sua cabeça, a pressão dos tiros zumbindo em seus ouvidos a deixaram tonta mais não provocaram nada mais e assim que o perigo passou, Barock sinalizou e subiu.

Ao chegar a beira do convés Barock se segurou no muro, olhou da brecha para o convés, viu o capitão berrando com seus homens tentando controla-los enquanto eles corriam pra todos os lados tentando voltar a ação e ajudando os feridos, enquanto isso apenas dois homens o protegiam parados a suas costas um pouco longe dele, Barock os observou, nenhum dos dois olhava em sua direção, ele sinalizou e pulou o muro, rapidamente se esgueirou agachado até as costas do capitão, na metade do percurso os homens se viraram ouvindo os ruídos de seus passos e acabaram o vendo, tarde demais, antes que pudessem avisar ou interceder sentiram os canos gelados de garrucha tocando-lhe a fonte ao lado da testa e travaram, nenhuma palavra foi dita nenhum movimento foi feitio nem por quem ameaçava nem por quem era ameaçado, os dois marinheiros apenas observaram enquanto Alisa caminhava pelo meio do convés olhando os lados garantindo que não seriam vistos por qualquer um de outros navios e sob tal escolta eficiente Barock chegou as costas do capitão tocando sua nuca com o cano gelado de sua garrucha recém tirada da bolsa de pele que parecia encharcada por fora porém estava completamente seca por dentro.

-Bom dia Capitão, eu e meus amigos estávamos apreciando nosso passeio mas sabe, tivemos alguns problemas com um Profeta e acabamos tendo que nos separar de vocês, mas estamos ligo ali do outro lado, só temos que tirar esse paredão da frente e por isso viemos aqui já que eu ouvi o boato de que você tinha uma grande bomba que derruba muros bem altos-disse Barock ao Capitão em tom sereno e debochado zombando a cada palavra.

-Pirata desgraçado, pro inferno com suas zombarias, mate-me ou aguarde sua morte pelas mãos do Profeta junto a nós, nunca daremos a ti qualquer ajuda que lhe faça...

Filhos do Mar - O DespertarOnde histórias criam vida. Descubra agora