Procurado

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Silêncio...

Todo o vilarejo permanecia em silêncio, as ruas estavam vazias, os moradores se mantinham trancados em suas casas, os viajantes se escondiam em tavernas e pousadas, entre todos havia uma ameaça...piratas...a marinha procurava repetidamente e incansavelmente por piratas, a suspeita de haverem piratas na ilha fazia com que ela ficasse alerta sob toque de recolher e vigia militar constante em cada rua.

A noite havia sido longa para os marinheiros que já cansados de procurar voltaram a seus dormitórios em seus navios quase a beira do amanhecer, infelizmente pra eles o regime militar não permitia grande descanso em serviço e apenas uma hora de tolerância após o amanhecer já estavam todos de pé, Lionel era um marinheiro jovem, alto de pele bronzeada e cabelos dourados, olhos castanhos claros e postura altiva, novo na marinha vestia seu uniforme com orgulho e o exibia da mesma maneira, cumpria suas tarefas com excelência, um típico amante de sua profissão, grande sonhador desejava alcançar os maiores postos na marinha, por isso estava sempre adiantado em suas tarefas e sempre pronto e disposto para as próximas, não tão disposto assim no dia em questão quando no anterior passou quase toda a madrugada procurando criminosos nas redondezas da ilha a volta do vilarejo, mas ainda estava lá, de pé, pronto a mais um longo dia de caçada, logo cedo foi posto junto a outros cinco marinheiros na manutenção de armas e estoque do navio e foi a sua função, quarenta minutos foram o bastante parar revisar todas as armas em detalhes, logo depois desejando acabar suas funções logo foram a contagem do estoque, anotaram a quantidade de cada tipo de alimento, bebida e material útil ao navio, assim que terminaram levaram o mesmo a seu superior que estressado pela falta de criminosos encontrados na ilha olhou com insatisfação as anotações e as jogou na mão de seu ajudante mandando-lhe dar um jeito naquilo, o homem apanhou o papel de anotações estressado com a falta de consideração de seu superior mas o que poderia fazer afinal, viu as anotações, reparou na pequena falta de estoque e ordenou que três dos seis fossem juntos ao armazém do vilarejo e comprassem com seu dono provisões e material para completar o estoque do navio, escreveu uma carta curta, a fechou e selou com o selo da marinha, entregou nas mãos de Lionel e o rapaz saiu seguido de um de seus companheiros.

-Trabalho, trabalho e mais trabalho, quase não temos descanso desde que paramos nessa merda de ilha.-disse Henrik, o marinheiro que fora mandado junto a Lionel.

-É verdade, mas trabalhamos para o futuro de nossa nação e um dia seremos devidamente recompensados por cada um de nossos serviços.-respondeu Lionel ainda apaixonado por sua profissão.

-Duvido, o capitão só anda puto pra todo lado, a gente navega em linhas cruzadas dos reinos rivais, e ainda tem os piratas que agora são motivo pra ficarmos três vezes mais tempo no mar, não tem como viver o bastante pra ser recompensado por qualquer serviço que seja, ou morreremos pelas mãos dos piratas ou morreremos pelas mãos dos reinos..."aliados".-fez as aspas e sorrio debochado.

-Então tá, talvez você possa morrer pra um deles mas eu?!, eu não serei vencido pela morte seja trazida pela mão de quem for!-disse Lionel.

-Nem mesmo se for pelas mãos do Eddard Garra Negra?-perguntou Henrik debochando quando todos na rua pararam, os poucos que falavam se calaram, os mais distantes daqueles dois saíram caminhando a passos rápidos, os mais próximos deles baixaram suas cabeças e caminharam lentamente, e de algum lado, um que os jovens marinheiro não tiveram tempo de identificar surgiu a vós dizendo baixo aos dois.-Nome perigoso a se dizer tão abertamente moleque...-na mesma hora em que a vós surgiu os dois marinheiros olharam a volta assustados, procuraram de onde a vós tinha vindo, pensaram em ordenar que os suspeitos mais próximos parassem para procurar entre eles e Henrik até arriscou chamar a atenção dos homens mas quando tomou fôlego pra chamar os homens Lionel tocou seu ombro chamando sua atenção e balançou a cabeça negativamente, mesmo que fosse fiel a marinha estava sozinho com seu companheiro no meio do vilarejo, cercado por pessoas desconhecidas, na má sorte de não fazer ideia de quem ali seria um inimigo, talvez todos fossem, talvez só alguns, mas não valeria correr o risco apenas por uma frase, aquilo não era motivo pra ninguém ser preso nem tornava ninguém criminoso, a verdade era que dizer aquele nome tão alto em um vilarejo dito como estadia de piratas ainda não identificados era tolice, somente os mais tolos ou corajosos dizem tal nome tão abertamente.

Filhos do Mar - O DespertarOnde histórias criam vida. Descubra agora