Proud and Love - Draco Malfoy fiction (Livro1 || Completo)

Mentiras

- Para onde você vai? Aquela noite não significou nada para você? O que aconteceu com você nessas férias? – Draco perguntou segurando o pulso dela quando encontrou com ela no meio da noite aquele dia.

- Eu não te devo explicação.

- Você me deve muita coisa – Ele falou segurando o pulso dela com mais força e ela fechou os olhos ao sentir a dor que a marca e a força dele causaram e quando ela olhou para o pulso, ele também olhou, e puxou a manga dela para olhar o que ela tanto escondia já que as férias inteiras ela passou usando casaco e ali estava ela mais uma vez de casaco naquela noite quente.

- O que isso significa? – Ele perguntou olhando para a Marca Negra e ela engoliu em seco sem saber o que responder.

- Pergunte ao seu pai, é um segredo mais dele que meu – Ela falou querendo fugir do assunto e tentando sair do salão, mas mais uma vez ele a impediu, segurando ela mais uma vez, analisando o seu rosto.

- O que aconteceu com você? – Ele perguntou sem entender o que havia a feito mudar tão drasticamente em tão poucos dias, e de fato muita coisa acontecera, ela havia entrado para uma organização de bruxos das trevas a força, não havia treinado com o Snape, passava dias treinando feitiços proibidos com Lucio em seu escritório depois que ele voltava do trabalho.

- Eu não sou mais uma garotinha manipulada por desejos Draco.

- Você não sente nada por mim, Lyx? – Ele falou mais suave, com medo até da resposta e ela desviou o olhar do dele, para não encarar as profundezas cinzas antes de dizer a mentira.

- Eu não te amo, Draco, aquilo não passou de uma aposta que não vai mais se repetir – Ela falou e então olhou para ele por curtos segundos antes de sair de perto dele, que não a segurava mais.

O olhar dele estava distante, seu rosto meio inclinado para baixo. Sua mão tremia levemente, e quando ele ouviu a porta se fechar depois da saída dela, ele deixou uma lágrima silenciosa escorrer por seu rosto, antes de arremessar algumas coisas de vidro e louça que estavam encima de um dos móveis e depois arremessar uma mesa, indo a passos furiosos para seu dormitório.

Lynx saiu do salão comunal da Sonserina com um gosto amargo na boca, o gosto do arrependimento. Odiava mentir para Draco, de fazê-lo mal, fazê-lo se sentir odiado. Ela sabia que nem todos gostavam de Draco por sua maneira esnobe e rude, ela também costumava agir esnobe com os nascidos-trouxas e os próprios trouxas quando ocasionalmente os encontrava, mas sabia que Draco sofria com esse desprezo, e ao dizer aquelas palavras, ela se tornou mais uma dentre aquelas que sempre o fizeram sofrer. Aquela que ela jurara não ser.

Correu pelo castelo antes que as lágrimas caíssem, procurando por um lugar onde pudesse chorar em paz, e se encontrou no meio de uma escuridão de vestes negras.

Severo esbarrou na garota e a abraçou, sentindo-a tremer em seus braços em meios aos soluços e lágrimas silenciosas. Ele a evitara durante todas as férias, e evitara ficar sozinho com a garota, mas ali estava ela, chorando em seus braços.

"É adorável ver seu lado paternal surgindo tão rápido ", a voz de Voldemort surgiu em uma lembrança em sua mente e ele se agarrou com mais força na menina, apoiando sua cabeça no topo da dela, sentindo o cheiro de seus cabelos e deixando uma lágrima escorrer.

"Uma menina inocente que estava no lugar errado e na hora errada", ele pensou de olhos fechados, "os sofrimentos dos pais passam para os filhos", em mais um de seus atormentados pensamentos.

- Por que esta chorando? – Ele perguntou tentando manter a voz firme e ela apenas se afastou de cabeça baixa, tentando secar as lágrimas com a manga das vestes.

- Por que você não me ajudou? Por que deixou eles fazerem isso comigo? Desde que isso apareceu só tenho complicado minha vida – Ela falou erguendo a manga, mostrando a marca, seus olhos vermelhos de lágrimas e raiva – Você me treina desde o primeiro ano, se era tão fiel a Voldemort, porque não o evitou. Ia me ensinar a poção do retardo do envelhecimento, e até agora não me ensinou a sequer transformar um corvo em um ovo. Você só será mais uma pessoa que se decepcionará comigo quando todas suas expectativas chegarem ao fim.

- Não diga mais uma única palavra – Severo falou e com um feitiço ela caiu inconsciente em seus braços. Quando ela acordasse iria ficar muito brava com ele, mas era melhor ter um motivo do que se levar pela angustia.

[P.O.V Severo]

Severo a levou nos braços pelo castelo até o quarto que ele ocupava quando estava na escola. Colocou ela na sua cama e a cobriu com um grosso cobertor. O quarto dele, assim como sua sala e o dormitório da Sonserina, ficava nas masmorras, onde ele poderia ficar próximo de tudo o que controlava. Ele se sentou num sofá de couro preto e observou a garota que dormia, lembrado-se de quando a vira pela primeira vez entre os alunos do primeiro ano durante a seleção de casas.

*FLASHBACK*

Como responsável pela casa de Sonserina, Severo estava atento aos alunos que entravam para sua casa e também observava os alunos que se destacavam com seus sobrenomes. Dentre eles estava o Potter, o filho de Lilian, o antigo amor de Severo, mas ele não era o único, ele também estava atento aos filhos dos Comensais da Morte de Voldemort que num futuro breve poderiam ser os próximos membros de seguidores do Lorde das Trevas, afinal, há muito havia uma profecia sobre seu retorno e a batalha contra o Potter.

Draco Malfoy foi selecionado para a Sonserina e ele viu um movimento entre os demais alunos ainda não selecionados. Uma garota de compridos e lisos cabelos negros havia aberto espaço entre os alunos, empurrando uns e outros para chegar na fileira da frente e poder ver o Malfoy sair do banco de três pernas e ir para a mesa da casa que lhe foi escolhida.

Ela seguiu Draco com o olhar, depois dele dar um sorriso cúmplice para ela, e depois que ele saiu o sorriso dela também se desfez, ganhando uma expressão esnobe em sua aparência nobre.

Com o passar da seleção a garota se entediou, cruzando os braços e bufando com a impaciência de esperar aqueles que estavam em sua frente na lista, mas Snape não parou de observá-la, tentando decifrar quem era a pequena garota de atitude.

- Lynx Malfoy – Minerva chamou sem olhar necessariamente para um aluno em específico e a garota franziu as sobrancelhas em uma carranca de raiva para Minerva antes de se dirigir ao banquinho de queixo erguido. Mas quando o chapéu se aproximou de sua cabeça ela fez uma expressão de nojo.

- Interessante. Mente perspicaz. Um destino bem específico. A casa a qual você será designada poderá afetar nesse destino, mas seu caráter a fará tomar as atitudes que deve – O Chapéu tagarelou e a garota voltou a fazer uma carranca cruzando os braços enquanto olhava para a aba do chapéu – Que seja Sonserina!

No dia seguinte, a garota foi a ultima a sair de sua sala, chamando ainda mais a atenção de Severo. Ela tinha um desejo, uma meta não muito convencional. Queria se tornar discípula de Snape, ter os seus conhecimentos e aprender a fazer uma poção especial.

- Poção da Juventude é proibida – Snape falou para ela depois que ouviu o que ela queria.

- Não quero o elixir da vida, quero algo apenas para retardar, algo temporário, não eternamente.

- Para que você quer isso?

- Quero impressionar meu pai, é uma tarefa difícil, mas pelo menos posso agradá-lo com uma pequena prova de poder.

**

Na época, a garota se referia a Lucio Malfoy, alguém que com o passar de um tempo descobriu não ser o verdadeiro pai, assim como a maior parte de sua vida não passou de uma mentira enquanto sua mãe estava presa. E com essa revelação em meio a uma fuga de casa, Snape a encontrou assim como a encontrara desta vez, em meio a lágrimas e em pânico.

Ela desenvolvera muito poder, e por mais que Snape não soubesse no dia do acordo o que ele sabe agora, ele fazia questão de dizer para ela enquanto estava inconsciente.

- Você não precisa da poção da juventude, já impressionou ao seu pai – Ele falou se levantando do sofá e indo até a cama em que a filha estava, ele acariciou seus cabelos negros e apagou uma vela que estava perto da cama iluminando o rosto dela, pegou um outro cobertor e foi para o sofá.

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