Proud and Love - Draco Malfoy fiction (Livro1 || Completo)

Morgana

Ao nascer do sol, Lynx ouviu o canto dos pássaros e abriu os olhos. Ao seu redor as velas estavam apagadas, seu sangue já estava seco no chão e ela limpou o sangue de seu rosto. Seu vestido não estava mais molhado, mas agora estava sujo de terra e sangue.

Olhando através do arco que permitia entrar e sair do local, ela viu que o céu estava completamente azul, sem nuvens a vista, o vilarejo mais abaixo parecia ter regredido no tempo e ela viu que o feitiço deu certo, ela havia voltado para a idade média. De certa forma o seu feitiço não apenas abriu um portal para os espíritos, mas te levou ao reino deles.

Estalou os dedos e estava numa casa que tinha roupas no varal, pegou roupas para se disfarçar e começou a andar na direção do castelo do rei que estava um pouco mais adiante do vilarejo.

Pessoas da vila faziam fila para entrar no castelo, levando presentes para o rei Arthur. Lynx entrou na fila, mas não por Arthur, mas por Morgana, que deveria estar em algum lugar observando.

- Vai ter uma grande festa esta noite no castelo, ficou sabendo? – Alguma mulher do vilarejo que estava a frente de Lynx na fila comentou com a outra.

- Sim, minha filha gostaria muito de vir, mas não temos trajes adequados para a ocasião.

- Desagrada-me essa situação também, meu marido esta a procura de emprego, mas ninguém quer contratá-lo – A primeira respondeu e Lynx ignorou o resto da conversa pensando o quanto seria mais divertido ir a uma festa da corte do que simplesmente procurar por Morgana.

Lynx saiu da fila e foi até uma loja de vestidos que tinha no vilarejo. Entrou e observou os vestidos da moda da época e gostou de um deles de cor clara. Ela sabia que não devia chamar atenção de quem não devia.

Ao anoitecer, ela estava de volta ao Tor, havia tomado banho num lago próximo e estava limpa, pronta para se arrumar. Estalou os dedos e viu que usava o vestido da loja, estalou uma segunda vez e estava com o cabelo arrumado, estalou uma terceira vez e estava no vilarejo.

Ergueu um pouco a saia para não pisar na barra e andou pela estrada de terra na direção do castelo que estava iluminado para a grande festa.

O interior do castelo estava decorado com tecidos e velas. "Um sinal para o desastre", ela pensou. Uma mulher com roupas simples passou ao seu lado servindo bebidas e ela pegou uma taça. Observou ao redor, procurando uma mulher parecida com a carta dos sapos de chocolate e foi então que a vi.

Do outro lado do grande hall do castelo o rei Arthur surgiu e um pouco atrás dele vinha Morgana.

Em certo momento depois do discurso de boas vindas do rei Arthur e sobre como o reino estava em paz percebi o olhar de Morgana parar em mim, ergui minha taça a ela e a vi dar um pequeno sorriso antes de sumir dentre um grupo de pessoas que se aproximaram do trono do rei.

Virei para procurar outra serviçal já que meu drink estava acabando e dei de cara com Morgana.

- Alteza – Lynx fez uma mesura a Morgana que se manteve a observar a garota loira.

- Nunca te vi antes aqui.

- Nunca estive em suas terras antes.

- Então, é uma forasteira.

- Pode me chamar assim, se quiser.

- Sinto algo estranho em você – Morgana começou a andar e Lynx a seguiu quando viu o gesto dela.

- Não sou uma ameaça.

- Não esperava que fosse. Afinal, ninguém fica no meu caminho.

- Esperava que não.

- O que quer dizer com isso? – Ela falou parando de andar. Elas estavam no interior do castelo num corredor de paredes de pedra vazio, longe um pouco da festa.

- Eu sei o seu segredo, Morgana – Lynx falou e ela a olhou curiosa, porém séria.

- É? E de que segredo exatamente estamos conversando?

- Sobre magia – Lynx falou sem medo, mas não esperava o que veio em seguida. Morgana a prensou contra a parede com uma adaga pressionando de leve a pele do pescoço sem cortar realmente.

- Como você sabe sobre isso? – Morgana perguntou, seu rosto próximo de Lynx estava furioso enquanto Lynx se mantinha sem expressão.

- Eu sei por que quero que você me ensine – Aquilo pegou Morgana de surpresa e ela se afastou um pouco, escondendo a armar no lugar que tirou antes.

- Afinal, quem é você?

- Lynx Snape.

- Não tenho tempo para isso agora. Me encontre amanhã ao por do sol nos fundos do castelo – Morgana falou e saiu do corredor. Lynx respirou fundo, ajeitou o vestido amassado e voltou para a festa.

[...]

Lynx se concentrou e fez aparecer em seu corpo um vestido que viu algumas pessoas da corte usando, mudando a cor, obviamente, para não ficar parecida com nenhuma delas.

Transportou-se ao por do sol para os fundos do castelo e viu que Morgana já a esperava.

- Então era verdade – Morgana falou com um suspiro – Eu estava pensando como te matar, mas já que você também sabe usar magia, bem, temos algo para conversar. Anda, venha comigo.

Morgana começou a andar na direção das arvores e entrou entre a copa das arvores seguindo por uma trilha que aparentava ser ela mesma a criadora. Lynx seguiu de perto com medo de se perder. Morgana andou por uns bons minutos até que as arvores abriram espaço para uma clareira de grama baixa. Havia um pilar próximo ao que parecia ser um precipício.

- Antes de mais nada, me mostre o que sabe fazer – Morgana falou se virando para Lynx, que começou a murmurar um encanto que fez as folhas nas arvores se agitarem conforme o vento se tornava mais intenso. A terra tremeu um pouco debaixo dela e Morgana quase perdeu o equilíbrio enquanto se aproximava. Antes que continuasse a mexer com as forças da natureza ela sentiu seu rosto ser virado com brutalidade, uma ardência surgiu e Lynx perdeu a concentração, quebrando o feitiço – Você não tem controle. Se você utilizar sua magia desse jeito, você vai sangrar até a morte – Morgana falo e Lynx passou a mão pelo canto do olho, constatando o sangue – É possível ganhar mais poder através de sua vontade, mas, mesmo que você deseje muito uma coisa, tem que saber quando parar. A natureza costuma querer coisas em troca conforme usamos de sua magia, é por isso que sangramos, e para não sangramos só há uma única opção – Ela falou erguendo o indicador, logo depois aproximando o mesmo do pescoço fazendo um gesto – Alguém deve sangrar em seu lugar.

[...]

Lynx acordou ouvindo passos próximos. Ela abriu os olhos e ignorou o sangue de seu rosto e da roupa ao ver que homens de ternos pretos andavam em torno dela a certa distancia. "Ministério", ela pensou e se ergueu.

- Lynx Black Malfoy, de acordo com as leis, você está presa por usar magia proibida e conspirar contra o ministério – Um dos homens falou olhando Lynx dos pés a cabeça e parando em seu braço onde tinha a Marca. Lynx deu um sorriso cínico e irônico para os homens antes de começar a falar.

- Devo ser valiosa para virem ao sul por mim, tão longe dos limites, tão longe do próprio Ministério.

- Não se gabe tanto – O outro homem falou – O Ministério observa tudo não importa o quão longe o bruxo está.

- Entendo. E como me acharam?

- Seu rastreador. Mesmo sem usar a varinha, seu rastreador mostrava onde você estava e onde usava sua mágica. Você ficou fora do mapa por umas semanas, mas foi fácil de te encontrar com tudo isso – O primeiro falou fazendo um gesto para o chão, as velas, areia e sangue.

"Merda, o rastreador", Lynx pensou. Ela só faria dezessete dali a alguns dias e não havia pensado que funcionava com sua magia sem varinha.

- Vou ser mais cuidadosa da próxima vez – Lynx falou e estalou os dedos com as duas mãos, e os dois homens caíram mortos aos seus pés.

Estalou os dedos trocando de roupas e estalou mais uma vez para voltar para a Mansão Malfoy.