Fiquei impressionada com a casa e o bairro em que Gabriel morava, o bairro era comum e a casa era talvez o lugar onde eu poderia morar se tivesse uma família. Saí do carro e Gabriel me ajudou com a mala, entramos dentro da casa.Era uma casa com uma sala grande, uma estante cheia de livros, um sofá grande e outro pequeno, uma tevê de 70 polegadas, a cozinha era americana e havia um corredor levando para os quartos.
- Adorei a sua casa.
- É simples mas é do jeito que eu gosto, espero que se sinta a vontade.
- É impossível não ficar a vontade com você.
Ele abaixou a cabeça e sorriu, eu o tinha envergonhado.
- Desculpe não queria deixar você sem graça.
- Tudo bem eu sou assim mesmo, bom acho que tenho que inventar alguma história para os meu vizinhos já que alguns viram você.
- Acho que você pode dizer que eu sou sua namorada.
Ele arregalou os olhos e gaguejou alguma coisa que eu não consegui entender.
- Me desculpe Lúcia mas essa opção é descartável, se Jonathan descobrir ele arranca a minha cabeça fora.
- Eu estava brincando Gabriel é claro que eu não vou fazer isso com você, ciumento como Jonathan é, na verdade eu já sei o que você pode dizer, eu sou sua prima que está aqui para passar alguns dias na sua casa para você me acompanhar até o médico.
- Bem pensado. Agora você está com fome? Faço uma macarronada deliciosa, disso eu posso me gabar.
- Você cozinha? Uau, você vai sofrer na minha mão.
Demorou mais de uma hora e meia para a macarronada ficar pronta, Gabriel e eu fizemos uma guerra de molho de tomate, foi muito divertido a cada minuto que passava eu gostava mais dele mas não era da forma como eu gostava de Jonathan, Gabriel estava se tornando o irmão mais velho que eu nunca tive.
Acabamos comendo a macarronada sentados no chão da cozinha para não sujarmos os outros cômodos.
- Mais e aí Gabriel, qual é a sua?
- Como assim?
- Você é sempre tão educado, cavalheiro não é como duas pessoas que eu conheço.
- Acho que pelo o que eu passei na minha infância teve uma certa influência.
Tive uma criação muito difícil, decidi ser desse jeito por causa do meu pai eu acho, quando eu era criança meu pai bebia muito e quando chegava em casa ele quebrava tudo, batia na minha mãe e em mim, eu fui crescendo com isso. Um dia meu pai chegou furioso em casa porque tinha perdido uma aposta, eu estava no meu quarto e ouvia enquanto ele gritava com a minha mãe e eu desci para protege -la, quando eu desci ela estava de joelhos e ele com um faca apontada para ela, eu tentei acalma-lo falando com ele mais ele não estava nem aí para mim ele simplesmente olhou nos meus olhos e cortou o pescoço da minha mãe.Gabriel já estava chorando a essa altura, eu disse que ele não precisar continuar a história mas ele quis continuar.
- Quando ele fez isso a única coisa que eu conseguia sentir era ódio, então eu pulei em cima dele e lutei com ele até conseguir tirar a faca de suas mãos e mata -lo, passei o resto da noite ao lado da minha mãe chorando, quando amanheceu liguei para a polícia e fui embora de casa, eu tinha uns 15 anos na época e até os 17 fui morador de rua, mas um dia eu estava em um beco sentado no chão e vi Jonathan correndo atrás de um homen em minha direção mas eu não o conhecia ainda é claro, enfim ele pediu para eu derrubar o cara, eu coloquei o pé no meio e o cara caiu de cara no chão Jonathan me agradeceu e foi embora levando o cara.
No outro dia Jonathan voltou e me convidou para tomar uma cerveja e fui, ele pediu para eu contar a minha história e contei, ele fez o convite para trabalhar com ele e eu aceitei, trabalho e sou amigo dele a cinco anos.
Como pode ver eu acho que eu tinha tudo para ser um valentão covarde, viciado em drogas, mas não eu não me tornei, o incrível é que meu pai me deixou um bom exemplo, o do tipo de homen que eu não devo ser.Eu chorava junto com Gabriel, eu Cruzei o braço de Gabriel com o meu e encostei a minha cabeça em seu ombro e ficamos assim por um tempo.
- Acho que Jonathan perderia a cabeça se encontrasse você desse jeito comigo Lúcia.
- Jonathan tem problemas.
- Ele só é super protetor, ele só é temperamental.
Ele levantou e ficou olhando para mim.
- Mas você é durona, sabe lhe dar com ele e vai acabar se acostumando com o jeito dele ser, ou não.
Nós dois rimos, eu levantei e começamos a arrumar a bagunça que tínhamos feito, a dez horas fomos dormir, eu tomei um banho e deitei na cama, peguei o meu celular e fiquei chocada ao ver 30 ligações e 20 mensagens de Jonathan, eu disquei o número dele liguei, no primeiro toque Jonathan já tinha atendido.
- Mas que droga porque não me atendeu?
- Me desculpe Jonathan não estava com o meu celular.
- Eu estou na frente do meu carro, já estava pronto para entrar e procurar por você.
- Você não tinha que ficar longe de mim?
- Eu quebraria as regras por você Lúcia.
- Queria que estivesse aqui Jonathan.
- Eu também. Agora vá dormir, eu te amo.
- Sim Senhor e eu também te amo.
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Meu Namorado é um Criminoso
Literatura FemininaLúcia Hamilton é uma garota de 18 anos que vive em um internato na cidade de Florianópolis, por viver em um internato deve -se achar que ela é uma garota tímida, triste, que sonha o dia em que será feliz, mas não ela não é assim, tímida seria se ela...