Capítulo 20

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Elijah

                  Eu olho para o chão polido da casa dos Heaven. O encaro como se estivéssemos tendo uma conversa interessante. O ambiente não está dos melhores, eu me sinto culpado e mal por tudo. Eu provavelmente estraguei amizades também com toda essa história. Ou não, todos são meus amigos de verdade.

— Podemos conversar Elijah? — Robert o pai de Marissa fala autoritário. Eu olho seu rosto sério e Matt de braços cruzados ao seu lado. Eu anuo com a cabeça e os sigo até o escritório, pareço ter um Déjà vu como se isso já estivesse acontecido antes, mas como muitas coisas que já aconteceram eu não me lembro. 

O pai de Marissa senta na sua cadeira presidencial me encarando, seu rosto está vermelho e ele não parece nada feliz. Matt também não está simpático. Eu não vou dizer nada. Estou disposto a ouvir, então espero. Permaneço em pé de frente a mesa e Matt fica ao lado do seu pai. Eu estou nervoso com todo esse suspense. 

Marissa

Já faz uma semana que estive no jantar na casa do meu irmão, Elijah não me procurou mais, não ligou, não veio até aqui. Nada! Louis também não fala mais nele. Achei que tudo melhoraria, mas não, só fica pior a cada dia. Eu engordo um kg a cada dois dias. Tá, na verdade engordei três quilos desde que descobri que estava gravida. Leggings são as minhas melhores amigas, junto com tomate que é a unica coisa que consigo comer, as vezes com frango e as vezes tenho vontade de comer coisas bizarras, as vezes coisas deliciosas e acabo vomitando tudo até sentir meu estomago na goela.

— Marissa? — Louis me chama com a cabeça entrando pela porta.

— Oi.

— Vou ter que ir a França, meu pai não está bem. — Eu me sento o convidando a vir até mim.

— O que ele tem?

— Minha mãe disse que ele teve um infarto, está internado no hospital. Preciso ir o mais rápido possível, já providenciei a passagem, vou partir amanhã cedo.

— Eu levo você.

— Não queria deixar você sozinha.

— Não se preocupe comigo, fique o tempo que precisar.

— Obrigado Marissa. — Ele diz com a voz triste, eu o abraço.

— Vai ficar tudo bem. — Eu o abraço mais forte.

******

Deixei Louis no aeroporto as cinco da manhã. Passando de volta parei na cafeteria da esquina do ateliê e me deliciei com doze palitos de queijo e suco de laranja com tomate. Não me importei com a cara de nojo da atendente. Chego no ateliê e mal abro a porta corro direto para o banheiro, levanto a tampa do vaso e sinto a garganta rasgar e a gosma do meu estomago descer e quanto mais eu olho para o vaso mais eu vomito. Quando finalmente estou de estomago vazio me sento do lado do vazo e limpo a boca. Minha cabeça dói e tenho dor no corpo, e principalmente nas costas. Depois de algum tempo levanto-me e vou para o salão da loja. Ângela vem entrando e me olha.

—Marissa, você está péssima.

— Não estou me sentindo muito bem mesmo.

— Vai pra casa seguro as pontas aqui.

— Não, vou ficar logo passa.

Algumas horas se passam e eu sinto a minha pele ficar verde. Meu estomago dói, junto com o meu corpo inteiro, dos pés aos olhos.

— Acho melhor você ir ao hospital.

— Vou pra casa, se não melhorar vou ao hospital depois.

Desistindo do ParaísoOnde histórias criam vida. Descubra agora