Capítulo 21

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Elijah


Sabe quando você sonha que está caindo num buraco sem fundo? Então, essa é a merda do sonho mais louco, por que, porra, todo mundo já sonhou com isso. E é tão real, que parece que está realmente acontecendo. Assim eu me sinto. Sabe como quando você tem um amigo imaginário? Eu nunca tive. Além do meu pau, eu nunca conversei com nada que não me respondesse. Até eu colocar a mão na barriga daquela maldita linda mulher que carrega meu parasitinha dentro dela. Isso é tão louco, saber que tem algo que você colocou ali e que vai crescer e sair, espero eu que seja por um corte, e você vai segurar nos braços, e alimentar, ouvir chorar.


Porra! Não posso pensar nessas coisas que fico todo derretido. Venho perdendo boa parte das minhas noites pensando no rostinho que essa criança deve ter. Seria tão perfeito se nascesse com a sua beleza, espero em Deus que não nasça com o seu temperamento. Mulherzinha difícil. E agora eu aqui nesse sofá minusculo que não cabe as minhas pernas, imaginando ela deitada naquela cama com aquele pijama sexy de estrela. Droga de mão que não sai do meu pau. É impossível estar tão perto dela e não querer ir lá, beijar, abraçar, sentir o cheiro. Me viro de lado me encolhendo no sofá.

Pensar que eu ia desistir dela. Ouvir algumas verdades, ou impressões que seu pai tinha de mim foi como um banho de água fria. Eu sei quem eu sou, me conheço bem, mas ouvir de outra pessoa coisas como você é a ultima pessoa que eu queria para minha filha e que não esperavam menos de mim, foi bem foda. Algumas dessas palavras me fizeram pensar que ela e o filho que ela carrega estariam bem melhor sem mim. Mas eu sou um filho da mãe egoísta. Eu amo essa mulher! E eu amo a pessoinha que ela carrega. Até o meu coração sorri quando eu penso nos dois. Eu não sou o melhor cara pra ela, mas eu sou o cara que quer ser melhor para ela. Eu sei que eu posso fazê-la feliz. Mas ela é teimosa pra caralho.

Me viro de costas para o sofá de novo, coloco meu antebraço cobrindo os olhos. Espero que o pai de Louis fique bem, mas espero que ele demore muito por lá. Preciso convencê-la de que eu sou o cara certo, que eu quero estar com ela, e que nós podemos ser felizes.

Será que ela já dormiu? Acho que sim. Eu quero tanto conversar com ele de novo. Me levanto do sofá devagar e silenciosamente, vou até a porta do quarto dela e abro devagar. Preciso dar boa noite.


*****

Marissa


Acordo as dez da manhã, me sinto melhor, posso ouvir o barulho vindo da cozinha, não me incomodo em escovar os dentes ou desamassar o cabelo. Saio do quarto e encontro Elijah com shorts de flanela cinza, sem camisa e com um avental lavando louça. Ele é simplesmente apetitoso a essa hora da manhã. A sua bermuda é folgada, mas marca seu belo traseiro, os seus ombros em movimento enquanto ele limpa a pia. Ele se vira de abruptamente enquanto quase ponho meu dedo na boca e gemo. Pega no flagra.

— Você sabe que não precisa fazer isso não é? — Disfarço.

— Sei, mas queria fazer alguma coisa enquanto você não dormia. Pensei em te acordar, mas achei que você preferia dormir bem. Você se sente melhor? — Ele enxuga as mãos com rispidez.

— Sim. Obrigada.

— Vamos comer fora? Também posso cozinhar se quiser.

— Não, acho que preciso sair de casa. Vou só tomar banho. — Ele me da um leve aceno de cabeça e se volta para a pia. Eu vou para o meu quarto e tomo um banho gelado. Elijah já não faz mais barulho. Ponho um vestido azul folgado curtinho e prendo o cabelo em um rabo de cavalo. Passo um pouco de maquiagem e calço um chinelo de dedo. Ao sair do quarto vejo Elijah com o mesmo short e uma camiseta branca e chinelo de dedo também.

Desistindo do ParaísoOnde histórias criam vida. Descubra agora